D.Pedro acabara de voltar de uma caçada, seu hobbie preferido, e conversava com D.
Constança. Cortejando, porém, D.Inês.
- Voltei, senhora! Que grande caçada! Como tendes passado?
- Bem, senhor. Ainda bem que regressais...
- Como esteve tudo na minha ausência, senhora?
- Bem... Apesar de muito fatigada, tenho andado agradavelmente bem, senhor...
- E que tendes feito?
- Oh! Passamos o tempo entre a leitura, a música, os passeios pelos jardins...
- Vou recolher aos meus aposentos.
Disse Pedro.
Porém, enquanto a conversa fluía, ele cortejava D.Inês, olhando demoradamente para ela. E
disse a Constança:
- Hoje gostaria que Inês me preparasse as roupas para a ceia. Os meus aios estão cansados da
caçada!
Dona Constança não conseguiu disfarçar, estava furiosa com o pedido e triste.
Nas ruas o povo comentava os comportamentos e a paixão de D. Pedro. No mercado as
pessoas interrogavam a Aia, sempre.
- Então como vão as coisas lá no palácio?
Uma senhora que comprava frutas interrogava a ama de Inês.
- Bem... apesar de...
- É aquela moça, a Inês, não é?
Uma outra senhora perguntava.
- Hummm!
Dizia a ama.
- É sim... já toda a gente sabe...o povo todo comenta!
- Não é bem assim... É uma moça muito simpática. Faz muita companhia a D. Constança,
quando D. Pedro não está. Eu bem vejo!
- Aquela moça, que veio lá de Espanha, de olhos brilhantes, rosto belo, de farta cabeleira, de
tronco roliço e generoso! Ainda vai ser a causa de muitas desgraças!
Comentava a vendedora de frutas.
- Aquela figura esguia de moça, o andar pelos jardins do paço... É o que me diz o meu
homem que trabalha lá. Diz-se que D. Pedro não tira os olhos dela!!
- Oh! Que maldades, dizeis. Pareceis umas invejosas. Ela é bela sim. Mas anda triste. Contou
me, no outro dia, que não é feliz.
Dizia a ama de Inês.
- Ó mulher! Tu, depois que foste para o palácio trabalhar, andas diferente. Até tens vestidos
novos! Cá para mim essa moça espanhola dá-os para te calares! Olha que nós não vivemos lá
mas... sabemos muito bem o que se passa lá dentro...
Outra senhora que estava a passeio por ali, interviu no assunto.
- Ai, eu não me importava de ir para lá trabalhar. Assistia às conversas deles e depois vinha

VOCÊ ESTÁ LENDO
Dom Pedro e Inês de Castro
Short StoryDOM PEDRO E INÊS DE CASTRO O justiceiro e a rainha morta, uma história de amor para além mares Era uma vez, um reino distante das terras tupiniquins, há muitos anos atrás, alguns séculos. Época de reis e rai...