𝐍𝐨𝐭 𝐓𝐨𝐨 𝐋𝐚𝐭𝐞 | KIRIBAKU

🍦; capítulo único.

Em uma tentativa de deixar a tristeza de lado, a música pop invadia o quarto de Katsuki, decidiu seguir o conselho de um certo ruivo que havia dito:

"É claro que você vive de mal humor, olha as músicas que você escuta! Sabe, quando eu tô mal, coloco uma música feliz bem alta e quando menos percebo, tô pulando e dançando."

O loiro não esperaria estar pulando e dançando pelo cômodo mas se surpreendeu quando se viu cantando baixo, quase como em um sussurro, os versos da música chiclete que Eijiro vivia cantarolando enquanto estavam juntos.

O volume do celular estava baixo porque Mitsuki, sua mãe, havia quebrado seu fone em um surto de raiva, tinha certeza que su aumentasse mais um pouco o volume a mesma iria entrar no seu quarto e começar outra discussão, e Katsuki já estava farto de ouvir seus gritos.

Tudo o que ele fizesse havia algo faltando, a mãe nunca estava satisfeita, o loiro tinha em mente uma obsessão em fazer tudo perfeito para, quem sabe, a mãe o elogiar, coisa que só aconteceria se ela estivesse a beira da loucura.

Mitsuki havia tido uma vida complicada, Katsuki não sabia muito sobre sua infância mas julgava ter sido difícil, o garoto havia sofrido com a separação dos pais mas não fazia ideia do quanto sua progenitora havia passado.

Mas ali estavam eles, 2 anos após a separação, Mitsuki vivia cada dia mais estressada por conta do trabalho estar consumindo toda a sua força, quando chegava em casa Katsuki virava seu alvo para um tratamento longe de ser considerado gentil.

Katsuki estudava, estava no seu último ano da escola, não sabia o que queria fazer no futuro pois nem imaginava estar vivo para tal, toda a sua sanidade mental ia por água a baixo quando o loiro estava em semana de provas, se esforçando o triplo do normal para ter notas boas embora sua personalidade não fosse tão boa assim, ele estava ciente disso.

Desde que havia ouvido de que estava agindo igual sua mãe Katsuki quis mudar, mesmo não sabendo por onde começar ou como seria o jeito certo de agir, tendo, no final, desistido da ideia de moldar uma personalidade para que os outros o aprovassem, ja sofria demais ansiando a aprovação de uma pessoa só.

Eijiro havia tido um papel importante nessa decisão, amaldiçoou o dia que havia dito que o loiro parecia com sua mãe pois pode ver a expressão de Katsuki apagando aos poucos mas não foi tão difícil tirar essa ideia da cabeça do outro.

"É normal você pegar alguns hábitos dela já que ela é sua mãe, vocês convivem 24 horas por dia juntos, mas não significa que você seja uma vaca que nem ela."

Kirishima disse surpreendendo Bakugou que sabia que o ruivo não xingava ninguém pois não achava nada másculo tal ação, mas quando era para o defender de sua mãe, parecia que não havia xingamentos o suficiente.

"E daí que ela teve um passado triste? Isso não dá a ela o direito de te tratar assim!"

Katsuki já perdia a conta de quantas vezes havia desabado sobre os braços do ruivo quando discutia com Mitsuki, seguia-se sempre a mesma sequência de acontecimentos.

Chegava calado na escola, Kirishima notava, perguntava se era sobre sua mãe e o loiro confirmava e então, no intervalo, Kirishima corria para o banheiro porque sabia que Katsuki estaria chorando na última cabine, e logo, eles estavam se abraçando.

Katsuki odiava demonstrar qualquer tipo de emoção, sem ser raiva, para os outros por achar que estava errado em sentir isso, consequência de sua mãe sempre o repreendendo quando o filho estava chorando.

"Que frescura!"

"Você tá chorando por causa disso? Faça-me o favor Katsuki!"