"terminou??"

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bill denbrough

levanto da cama com o telefone do quarto tocando, mesmo desejando por tudo não levantar das minhas cobertas quentes

dou um sorriso vendo Stanley dormindo encolhido nas cobertas mas logo volto ao meu objetivo inicial, atender a porcaria daquele telefone

-a-alo?-digo com uma voz cansada e de sono, e quando ouço a voz de Bev na outra linha do um suspiro cansado

-é isso que você tem pra dizer????você sumiu o dia todo ontem, e me deixou igual idiota te esperando na minha casa

"merda" era tudo que eu conseguia pensar aquela altura, eu esqueci de avisar a ela que não poderia ir,ou melhor, eu esqueci de tudo

-desculpa...e-eu tive um imprevisto- digo passando a mão no cabelo e olho pra Stanley que dessa vez coçava seus olhos e me olhava tentando entender, mas ainda sim parecia confuso

-eu tô cansada dos seus imprevisto, sinceramente, terminamos!- ela desliga o telefone na minha cara, e eu apenas dou de ombros voltando a me deitar e Stan me olha

-o que aconteceu?-o cacheado pergunta jogando sua cabeça no travesseiro outra vez

-a Beverly...bom ontem eu tinha um encontro com ela, e a a-acabei esquecendo de avisar que não iria c-conseguir ir- digo e vejo o mais novo encolher os ombros e sussurrar um "desculpa ter te atrapalhado", Stanley tinha uma mania horrível de se desculpar até pelo ar que ele respira, não que fosse irritante ou algo assim, eu apenas me sentia mal ao vê-lo se desculpar até por sua própria existência

-voce n-não teve culpa de nada disso, Bev as vezes é extremamente e-egoísta, o que me irrita de certa forma, por mais que eu goste dela- contínuo o assunto e Stanley apenas olhava pra mim- vocês se resolveram?- ele dizia me olhando

-não, ela se quer me deixa explicar, ela terminou comigo e desligou o telefone

-terminou??-ele diz parecendo surpreso

-ah sim, na v-verdade é mais comum do que parece, só e-essa semana é a segunda vez- rio da minha própria situação e Stanley ainda sim me olhava como se tentasse saber o que eu sentia

-mas ainda é quarta feira- sorrio concordando com a cabeça

-meninos, lavem o rosto e desçam pra tomar o café da manhã- minha mãe entra no quarto fazendo um coque no cabelo e apenas concordamos- eu vou ter que ir pro trabalho hoje, então se cuidem- ela diz enquanto fechava a porta e saia dia quarto

.....

estávamos apenas eu e ele sentados na mesa, enquanto comiamos waffles, estava um silêncio até que bastante constrangedor, se levarmos em conta que se fosse a alguns meses atrás, nos provavelmente estaríamos tocando o terror nessa casa

mas muitas coisas mudaram em meses não é? se fosse a meses atrás Georgie ainda estaria vivo, o grupo não teria se formado, e sinceramente?eu preferia viver novamente e ter sido um irmão insuportável não deixando meu irmão sair daquele quarto

-voce tá bem?- olho pro lado enquanto Stanley me olhava esperando uma resposta

-ah sim, waffles e-era a comida p-preferida de Georgie- digo com um sorriso fraco e stanley junta nossos dedos devagar

-e a sua do café da manhã são panquecas, tão clichê e brega William- ele ri e eu sorrio revirando os olhos

-e você come qualquer coisa que botarem, e-eu pelo menos tenho bom gosto- retruco tacando um guardanapo no garoto que ria enquanto bebia chá

-voce p-parece um velho ranzinza- digo encarando o garoto que me mostra o dedo do meio

-richie está te manipulando pra falar essas mentiras???- sorrio e concordo com a cabeça - descobriam nossos planos Richie, pode sair do armário

ele me olha começando a rir muito, até eu finalmente perceber o duplo sentido daquela frase e rir junto

-NÃO ERA ESSE ARMÁRIO!- me defendo enquanto ria e stanley colocava as mãos na barriga

-sai de perto de mim s-sai- digo rindo quase engasgando com a comida dou um sorriso vendo stanley se recuperar ajeitando seu cabelo

um silêncio se torna presente no local outra vez, as vezes eu sentia me perder muito rápido da realidade, sentia não ser firme no presente, sentia não estar presente, não nesse presente

as vezes era como se o mundo parasse e eu não soubesse exatamente o que fazer, esses momentos eram até frequentes

-quando e-exatamente você se mudou pra Derry?você s-sempre diz que não é daqui e em anos de amizade você nunca me disse da onde era- questiono e Stanley apenas me olha um pouco secando suas mãos

-não é algo tão agradável de se contar- Stanley comenta se ajeitando na cadeira e eu continuava o olhando

-voce não g-gosta da sua cidade natal?ela é pior que Derry?

-se é que isso é possível- o mais novo completa e eu rio concordando com a cabeça

- memórias é o que fazem um lugar, nós não odiariamos derrry se não soubéssemos da verdade, ou não tivéssemos memórias felizes, Derry é horrível, mas sem as memórias, só seria um lugar se localização péssima- ele continua falando enquanto eu o olhava

- você tem razão, e o q-que faz você odiar sua cidade natal?- pergunto e ele abre a boca um pouco, mas logo o telefone toca o impedindo que terminasse, vou até ele atendendo, a momentos que eu odeio ter telefone em casa

-bill? é a Bev, eu não tô me sentindo muito bem, você pode vir aqui?- ela diz e eu dou um suspiro

-estou ocupado, te vejo de noite- digo desligando, era sempre a mesma coisa, ela me tratava como nada, depois dizia estar passando mal pra eu ir lá

-vem vamo troca e-esses curativos- digo e ele vem até mim e me abraça, e eu apenas me assusto um pouco mas apenas o abraço de volta sem entender

-o q-que foi?- pergunto assustado e ele apenas solta uma risada ainda me abraçando

-voce tava com uma carinha triste- ele diz e eu dou um sorriso aproveitando o seu abraço

....

 loving her seems tiring |stanbroughOnde histórias criam vida. Descubra agora