Demon Slayer - A Pilar da Natureza

Shakuhachi

1 ano depois

-Ei, Naomi, acorde.
-Mmmm..
-Naomi, tá tarde.
-Mm... Gyomei?
-Sim, andou abusando da hora novamente ontem?
-Durante a noite - Naomi pausa a fala dando um longo bocejo enquanto se espreguiça.- é a melhor hora pra caçar sem ser interrompida..e eu gosto de ouvir os animais noturnos.
- Mas é perigoso, onis lembra?
- Tem medo que eu morra é?
- Quem mais viria falar com um garoto cego solitário?
- Qualquer pessoa falaria com o garoto adorável que você é.
- Pode ser, mas gosto desse espaço sendo preenchido somente por você.
Sorrindo Naomi aperta carinhosamente a bochecha de Gyomei.
- Onde está o papai?
- Saiu e me pediu pra cuidar de você fazendo se alimentar direitinho na primeira refeição do dia. - disse empurrando uma tigela pra perto de Naomi.
- Vocês dois são igualmente preocupados em demasia.
- Porque igualmente te amamos demasia.
A menina sorri, levemente corada e começa a comer seu desjejum.

Mais tarde no mesmo dia

- O que essas crianças estão fazendo?
- Papai! - Naomi se levanta rapidamente e abraça Oozora.
- Oi querida.
- Estavamos meditando.
- Só o Himejima mesmo pra te fazer descansar um pouco de tanto treino, bem, querem continuar ou preferem ir passear? Tenho alguns discípulos pra receber e treinar.
- Melhor nos retirarmos senhor Kimi, com licença, vamos Naomi?
- Sim, até mais tarde papai.
- Se divirtam.

Caminhando por uma floresta, ambos apreciavam aos sons dos pássaros e o calor aconchegante do Sol.
Gyomei apanhou uma camélia e ofereceu gentilmente à ela.
- Obrigada.. -agradeceu pegando a flor delicadamente das mãos de Gyomei. - Sabe dizer qual minha flor favorita?
-Flor-de-Lotús.
-Ave favorita?
- Águia.
- Mamífero?
- Urso.
- Você realmente me conhece bem - disse sorrindo.
- Muito..
- A propósito Gyomei.. - pegou as mãos do garoto- eu preparei um presentinho pra você..
- ..Um presente..pra mim?
- Sim, também te conheço bem e sei que vai gostar.
- Não precisava Naomi.
- Precisava sim! - começou a caminhar mais rápido guiando Gyomei.
Foram até um pequeno celeiro da casa de Oozora.
- Fique aqui e estenda as mãos.
- Certo.. - obedecendo Naomi, ele estende suas mãos.
Naomi pega um filhote de gato alaranjado de olhos verdes e coloca lentamente nas mãos de Gyomei.
-...Um..gato..
- Todinho seu!
Chorando de felicidade e sorrindo Gyomei rapidamente abraça o felino, dando lhe muito carinho.
- Eu amo gatos, ah Naomi, muito obrigado!
- Eu sabia que gostaria, ele merece um bom companheiro e não conheço ninguém melhor do que você. - afirmou repousando sua mão sobre a mão de Gyomei.
- Eu adoro você Naomi..
- Também te adoro Gyomei..
Ficaram alguns minutos em silêncio de mãos dadas, afagando o pequeno filhote.

Mais tarde no mesmo dia

-Quer fazer a refeição conosco Gyomei? - pergunta Oozora enquanto põe a comida sobre a mesa.
- Agradeço senhor, mas devo ir, não gosto de voltar tarde.
- Faz bem, não se esqueça de acender alguns incensos de glicínia.
- Sim senhor, até amanhã, até amanhã também Naomi, muito obrigado pelo gatinho.
- Não precisa agradecer - disse dando-lhe um beijo na bochecha.
- Amanhã também tenho algo pra te dar.
- Tem..? O que é?
- Surpresa, boa noite!
-Hmm, troca de presentes, que romântico - zombou Oozora.
- Pai! - sorriu Naomi levemente corada.
-Ta bom filha -riu, puxando a cabeça de Naomi pra perto de si, dando-lhe um beijo na testa- Vai caçar hoje?
- Seria bom pra gente, mais comida.
- Fica hoje, é perigoso, eu vou amanhã.
- Ta bom papai, boa noite, te amo.
Aguardou alguns minutos até ter certeza de que Oozora havia dormido, pegou um pouco de incenso de glicínia colocando dentro de um objeto portátil que ela construiu para caçar levando junto o incenso.
Preparou o arco, algumas flechas e saiu em direção a densa e escura floresta.
Enquanto caminhava pisando levemente sobre as folhas para minimizar o máximo de ruídos possível, ouviu um grito distante, parecia de uma mulher, o grito rapidamente cessou começando em seguida muitos barulhos de folhagens como se muitas pessoas estivesse correndo em sua volta.
Sem saber ao certo pra onde mirar, preparou seu arco e flecha, tentando distinguir onde estaria aquela criatura. Quando de repente ouviu um som muito alto semelhante ao um tiro próximo de si, assustada ela correu para fora da floresta o mais rápido que pôde.

Dia Seguinte

Naomi despertou bem cedo, preparou o desjejum, deixou algo pronto para Oozora, preparou uma pequena trouxa com o restante e saiu, indo logo ao encontro de Gyomei.
Ao chegar, ele ainda estava dormindo, com o gato também adormecido em seu braço esquerdo, começou então a acariciar levemente os seus cabelos, chamando seu nome com a voz bem suave e calma.
-Gyomei, oi Gyomei.. acorda.
-Mmm, Naomi... já deve ser tarde pra você estar aqui..
- Na verdade é bem cedo, eu trouxe algo, levanta eu quero te levar em um piquenique.
- Ta bom, mandona. -respondeu sorrindo.
Gyomei se levantou rapidamente e ajeitou sua cama, pegou um pequeno embrulho e guardou dentro de sua roupa.
Pegando na mão de Naomi ambos caminharam próximo ao lago onde se conheceram, se sentaram e a garota foi logo ajeitando um bom café da manhã.
- Sei que aqui não parece comer muito bem.. Não tenho uma vida luxuosa mas não me custa nada te ajudar.
-Ahh, Naomi.. Seu coração é tão puro e iluminado.
Respondendo com um beijo na bochecha, Naomi entrega nas mãos de Gyomei a tigela com a comida.
- Tá tudo ótimo, Naomi, maravilhoso.
- Que bom que gostou... Hmm, Gyomei?
-Sim?
- O que era aquilo que você trouxe?
- Ah.. - disse tirando o embrulho das vestes. - Isso é..algo que quero fazer pra você pra retribuir o presente.
- E o que é?
Ao tirar o embrulho revelou um lindo shakuhachi* e levando aos lábios, Gyomei começou a tocar.
Passou alguns minutos tocando um som suave, romântico e agradável.
-Gyomei...isso foi...lindo..
- Você merece.. Fiz essa canção pra você.
Sorrindo ambos se abraçaram.

*O shakuhachi é uma flauta tradicional japonesa, tocada verticalmente, como a flauta doce ou a quena, e possui embocadura livre.

Hora da fofoca

Este é Oozora Kimi, o pai adotivo de Naomi, sua aparência esta mais cuidada pois a vinda de Naomi o curou da profunda depressão que o abalava devido a morte de sua esposa.