As It Was

4.4K 755 1.7K
                                    


Ok, essa história é um surto do começo ao fim.

Não sei porque, mas a ideia simplesmente veio enquanto escutava As It Was, e era tão maluca que eu precisei escrever.

Essa é dedicada para a maior que temos, que é sempre um amor e faz desenhos tão lindos que me enche de orgulho e felicidade.

Feliz aniversário Pacolte, eu te amo um tantão!

Boa leitura!

1 — As It Was

Draco POV

Eu já havia visto muitas coisas estranhas em toda a minha vida.

Quando você vem de uma família extremamente tradicional, rigorosa e pregada a costumes velhos que se intitulavam de tradicionais, você antecipadamente se tornava um adolescente em busca de experiências que fugiam disso.

Eu era um desses. Estava sempre mentindo, sempre escondendo e sempre arranjando confusões quando eles não estavam vendo, simplesmente porque o fato de privarem de certas experiências apenas me fazia querer vivenciá-las ainda mais.

Então grande parte da minha adolescência, eu fiz todo o tipo de loucura.

Um dos meus maiores grandes atos rebeldes foi me inscrever na universidade que ficasse mais distante dos meus pais, e simplesmente me mudar para outro estado para deixá-los para trás.

Era um ambiente totalmente diferente. Clima de sol, praia e verão. Era quente, era fresco, era desordenado e caótico.

E eu simplesmente amava.

Era contra tudo o que meus pais aprovavam. Meu apartamento era uma baderna caótica, cheio de pinturas, telas, desenhos, quadros e rabiscos. Ter me tornado estudante de arte me fez sentir livre, e eu gostava desse sabor.

Meus pais jamais aprovariam aquele caos colorido e feliz. Gostavam de tudo organizado, no seu devido lugar. Cores neutras, decorações impessoais.

Eles odiariam caminhar no calçadão da praia, e ver tantas pessoas aglomeradas, andando com roupas de banho fora da área do mar. Odiariam ver os ambulantes gritando e vendendo algum tipo de comida suspeita em caixas de isopor. Odiariam ver aquelas pessoas que vendiam acessórios confeccionados com penas, folhas de árvores e plantas.

Odiariam minha pele bronzeada de sol, o tamanho do short que eu vestia, o jeito que eu havia passado duas vezes pela área onde havia uma rede de vôlei só porque tinham homens sem camisa jogando ali...

Meus pais odiariam tudo naquele lugar, e eu tinha certeza disso porque eu amava tudo naquele lugar.

Ainda assim, mesmo depois de dois meses vivendo e estudando ali, eu me peguei surpreso com uma cena nada normal acontecendo, e parando o transito.

Literalmente, parando o transito.

Havia música muito alta tocando, vindo de algum ponto atrás de mim. Eu já estava acostumado com isso. Sempre tinham carros tocando algo estourando as caixas de som.

Mas o som quase fazia o chão vibrar, e eu me virei para ver do que se tratava.

Era um tipo de carreta musical, que vinha lentamente pela rua tranquila. Durante os sábados de manhã, fechavam alguma vias para pessoas andarem de bicicleta, e aquele lado da rua estava muito vazio porque os motoristas evitavam.

Então a carreta tinha liberdade para vir devagar, de forma que todos podiam ver e observar aquela coisa monstruosa acontecendo.

Haviam pessoas ali, como se fosse um daqueles trem de passeio. E eu poderia ter vergonha por ver adultos e crianças andando dentro daquele trem colorido e musical ridículo, se não houvesse algo ainda mais ridículo ao redor.

As It WasOnde histórias criam vida. Descubra agora