"Eu morri."
É chocante, não é? eu também achei isso, ainda mais depois de ter possuído Misa Amane, a única garota do elenco principal, mas que era tão mentalmente instável quanto o próprio Kira, pobre garota, foi pega no fogo cruzado que era a insanidade desse roteiro assustador de Death Note. E eu, sou ela agora, a alma de uma mulher de vinte quatro anos já graduada e que estava prestes a entrar no mercado de entretenimento agora estava presa no corpo de uma modelo mirim que pode trazer eventos catastróficos só por ser um rostinho bonito.
—hilário — sorri enquanto observava o caderno amaldiçoado à minha frente, a capa negra com seu famoso e nada convidativo título, mantinha-o à minha frente folheando-o cuidadosamente com luvas.
Faz um tempo desde que eu "peguei" esse corpo, falo assim porque não foi proposital, nem em um milhão de anos teria escolhido possuir alguém — ainda mais alguém vivo e com tanto tempo pela frente —, mas eu já mudei parte da história e essa foi sobre o futuro da Misa, no caso o meu, e é que estou indo para a faculdade de To-Oh. Por duas opções bem distintas, primeiro, porque é uma das universidades mais respeitadas no Japão, com um grande financiamento na área artística e caso eu me mostre talentosa posso pular alguns anos — já que já sou graduada, isso não deve ser difícil — e segundo, para manter meus olhos em L e Light.
Sinceramente ainda não decidi o que fazer, mesmo que tenha mudado um pouco o enredo e me mudado à Tóquio antes de receber o Death Note, ainda sim eu o encontrei e ainda por cima dentro da minha casa, em minha escrivaninha, parecendo esperar por mim... bizarro... o que por acaso nos leva a este momento.
"Preciso me decidir rápido."
Eu ainda não sei o que farei, já que eu não queria a posse esse caderno maldito que só traz problemas, razão pela qual eu fugi de Kansai, mas parece que isso não foi o suficiente e o enredo está me perseguindo. Suspirei derrotada, e finalmente toquei o caderno sem as luvas, olhei em volta um pouco curiosa mas nada sobre a aparição da Rem então voltei minha atenção ao caderno, talvez para que eu deva "ativá-lo" ou virar a proprietária do caderno.. tenha que escrever algum nome.
Liguei a televisão acessando um noticiário qualquer, assim como no anime, já havia uma coincidente perseguição em andamento: em uma rodovia meio deserta corri um carro forte e no seu encalço meia dúzia de viaturas, normalmente, eu não iria me preocupar sobre a questão do dinheiro mas havia uma refém entre eles, e assim que apareceu os nomes e fotos da dupla criminosa, anotei seus respectivos nomes e uma causa da morte bem detalhada.
Depois de um tempo, assim como instruído no caderno, eles pararam o carro dando uma freada meio brusca, um descendo do carro e soltando as armas no chão enquanto o segundo libertava a garota, de repente eles começaram a vomitar a sangue, ficando cada vez mais pálidos, caindo ao chão e morrendo, algum tempo depois a policia se aproximou receosa. Mudei de canal para a entrevista com a vítima e observei atentamente, com a mulher sã e salva chorando horrores contanto como a assediaram quando era refém, mas logo dizendo o que realmente me interessava:
"—... vo-você não acreditaria, eles gritaram do nada.. — ela soluçava entre algumas palavras e parecia muito chocada —, pa-pararam de-de me tocar e começa-çaram murmurar coisas como se estivessem mortos.
—Você ouviu o que eles disseram? — a jornalista mal conseguia conter a animação diante da abalada vítima.
—E-eles.. eles repetiam: "arrependa-se, arrependa-se.." sem parar — e logo os policiais conseguiram levá-la para longe do tumulto de repórteres carniceiros."
—Me pareceu meio exagerado — uma voz de crítica, com um tom forçadamente esnobe soou atrás de mim, muito diferente da de Rem.
—Sim, mas esse é o propósito — tentei responder naturalmente enquanto fechava o caderno — isto é uma mensagem para chamar a atenção — me virei para o lado vendo um Shinigami monstruoso, me arrepiei ao encará-lo e parece que ele gostou da minha reação porque riu.
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A Garota que acordou em Death Note
Fanfiction_Elisa, uma mulher com um futuro promissor, com sua recente - e muito bem comemorada - graduação na faculdade, pensando que finalmente poderia trabalhar em algo que amava, sua alegria facilmente perduraria por anos, claro, se não fosse por uma tragé...