O poder do homem sempre o assustou, uma mentira obviamente, apesar do esperado nunca foi a realidade. Admiração por sua arte nunca deixou de brotar, seus quadros tão bem pintados quanto as igrejas de Michelangelo, deuses e demônios se revelando através da honra em seu pós vida, suas razões eram encantadoras e agora uma nova obra se apresenta, seu Wendigo o oferece um presente de noivado, um totem repleto de suas afeições enquanto jacintos, tulipas vermelhas e heliotrópios brotam das bocas dos mortos e uma coroa de corações se entrelaça em seu topo como as últimas pinceladas de uma obra quase divina, tão frescos que devem ter sido retirados ontem, seu amante supostamente desconhecido os montou do dia para a noite na esperança de conseguir seu amor, e deuses ele o tinha.
Will considera indelicado não responder a um presente tão bem articulado, meticulosamente pensado para agradar aos melhores críticos, apenas a si. Com um símbolo tão belo de uma esperançosa união, seria grosseiro não responder à altura um gesto tão lindo pintado apenas para a sua admiração.
Ele não esperava ser chamado para ver uma de suas obras, ele não havia esculpido nada para sua musa. Mas ver a resposta dele foi melhor do que qualquer coisa, a obra pode não ter sido dele mas aquele trono de ossos brancos como marfim retumbavam pelas profundezas de seu palácio mental, a cabeça de um bode estava aberta, um coração exposto e coberto por pétalas de amarílis com violetas azuis na parte superior da cadeira finamente trabalhada em couro humano e com colunas espinhais dando sustentação para o acolchoado, um conjunto de rádios, ulnas e úmeros aperfeiçoam os descansos de braço e costelas formam delicadas asas de anjos, as únicas peças pintadas com o sangue coagulado de seus inimigos e se tornando negras como os seres infernais caídos e reerguidos através da salvação das chamas, assim como eles. Um sim para seus pedidos, um comprometimento, um pedido por si só, um questionamento que merecia uma resposta, uma comemoração.
A pintura seguinte enojou qualquer um que não fosse o empata, mas para ele representava apenas uma eterna euforia, uma beleza incondicional de um amor florescendo entre dois artistas, um pedido de união eterna, uma clareira na floresta repleta de cadáveres ajoelhados a cada passo, reverenciando um leito de ossos e mirras com prímulas vermelhas que dançam em suas pálpebras enquanto ele se imagina ali com seu amado, um chamado dos céus para seu reinado com o buquê de jacintos e higanbanas florescendo pelo seu alimento.
A últimas das obras é mais chamativa do que qualquer outra, círculos de cinzas pregados no chão com carne se espalhando em um tapete até um arco composto de esmeraldas em olhos vazios e pétalas de miosótis com tulipas vermelhas, botões de pessegueiro com louro e locinera espalhadas pelo chão, apenas dois corpos inteiros em um ato de consumação.
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Jacintos e esmeraldas
General FictionAmantes podem ser secretos, mas suas declarações nunca seriam