FLAGUI AU;
Flávia Santana sempre foi uma boa garota, mas a mídia sempre discordou. Depois de estar há anos na indústria do entretenimento, a jovem cantora já devia estar acostumada com o tamanho hate de todos os lados. Mas, aquele era diferente. Dep...
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Era outro dia, o primeiro dia em que Flávia respirou fundo e decidiu que não entraria nas redes sociais. Fala sério, como ainda não esqueceram?! Mas com Paula Terrare, a cantora nem precisava entrar nas redes sociais para saber se falavam ou não sobre o "momento" totalmente fabricado que teve com Guilherme.
Ao lado de sua cama, havia uma mesinha com todos os cadernos de suas composições, ela tinha todo um álbum planejado que continha Shake It Off como single, álbum que pelo visto, será descartado. É frustrante ter todo o seu trabalho jogado no lixo por causa de uma mentira que toda a internet resolveu acreditar, tudo bem que sua reputação nunca foi das melhores, mas quem acreditaria que Flavia Santana roubou a música de alguém? Bom, Guilherme acreditava. Naquele momento, tudo que a compositora queria era expressar toda sua raiva e verdade, é claro, com uma música.
5 minutos, 10 minutos, 40 minutos... Nada. Nenhum verso. As palavras sempre fluíram tão naturalmente no papel, é a única coisa em que Santana é boa de verdade, pelo menos era o que ela pensava. Ela xingou sua mente por não pensar em nada, ela precisava de inspiração, precisava tirar algo da cabeça. E então, rapidamente pegou seu celular e mandou uma mensagem, deixando o pequeno caderno de lado com apenas oito palavras que expressavam sua frustração; "This Is Why We Can't Have Nice Things". Ela precisava esclarecer a verdade à Guilherme.
"Eu disse que era urgente e você chega três horas depois?"
"Eu não estou ao seu dispor, princesa!" Ela estava começando a lembrar o porquê achava Guilherme Monteiro Bragança insuportável. "E foram duas horas e meia."
"Grande diferença." Qualquer um, não importa a distância, poderia ver Flávia revirando os olhos naquele momento.
"Mas o que é tão importante, hein?"
"Vamos pro terraço." Guilherme prestava atenção na lata de cerveja de má qualidade que a garota segurava.
"Toma." Ela disse depois de pegar outra lata da mesma cerveja e entregar para o admirador de vinhos caros.
O que Guilherme estava fazendo? Subindo para o terraço de uma jovem desconhecida que aparentemente o odiava e com quem ele deveria fingir um romance, mas ela era inofensiva, certo?
"Vista interessante."
"Eu não roubei música nenhuma!" Os dois disseram ao mesmo tempo, o homem soltou um riso abafado ao perceber, parecia algo que a jovem queria dizer há muito tempo.
"...Ok."
"É sério. Você vai saber de tudo."
Longos minutos passaram enquanto Flávia contava toda a verdade pra Guilherme. Ela se irritou, ficou frustrada e, de novo, triste. O olhar atento do homem lhe dava força pra poder continuar a história. Quanto mais falava, mais bebia. Quanto mais bebia, mais tinha vontade de acabar com Cora e sua CIA.
"E agora? Acredita em mim?" Disse sem esperanças dando um gole em sua cerveja.
"Que-Que... Que espurca!" Ele estava tão chocado que a cerveja até parecia boa em sua garganta depois de um gole involuntário.
"Espurca?"
"É, tipo... Moralmente nojenta. Você é uma compositora, não conhece o dicionário?" Qual é a desse cara?
"Olha só..." Ela já estava preparada para jogar sua cerveja na cara desse espurco, e era visível.
"Calma, calma! Eu quis dizer que, pra ser compositora, você tem que conhecer muitas palavras, desculpa, soou mal."
"Eu sou uma cantora pop, eu escrevo sobre namorados, ex namorados e cidades que amo, não preciso de um vocabulário extenso. E eu acho que nenhuma palavra rima com espurca."
"Talvez você seja a única pessoa que consegue escrever músicas que consiga fazer todo esse mundo pop soar interessante pra mim, papillon." Confessou o esnobe pianista.
Ela estava confusa. O que era essa palavra que ele a chamava? Podia ser um xingamento e ela nunca saberia.
"Eu faço o mundo pop soar interessante pra você?" Ela estava mais surpresa do que gostaria, estava acostumada a ter sua escrita elogiada, mas nada desse tipo.
"É. Não vou negar que você escreve bem, né."
Ele estava sem graça, Guilherme Monteiro Bragança estava sem graça!
"Então... Você gosta das minhas músicas!" E Flávia Santana o estava provocando "Qual a sua preferida, vai fala." Sorria como boba enquanto ele tentava disfarçar uma risada.
"Não ouço tanto assim pra ter uma favorita, é só estudo!"
"Uhum... Acredito."
Suas latas de cervejas já estavam no fim, risadas já haviam sido trocadas, seus rostos estavam vermelhos e eles já possuíam uma visão um pouco diferente um do outro, mais uma noite fria aquecida pelo cara que Flávia jurava odiar.
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