Flashback

O Que Você Fizeram?

[Drim Drim Drim]

Toca o despertador de Tuninha, tirando a atenção da mulher da mesa que era posta para alerta-la de que já se passavam das oito da manhã, hora de acordar sua filha. São inacreditáveis as voltas que a vida da, não é? Pensava a senhora. Um dia estava sendo tratada como uma mera serviçal da casa e agora todos sabiam da verdade e ela finalmente foi aceita como mãe e avó das Terrare, não poderia estar mais feliz com isso. Foi perdida entre esses pensamentos que Tuninha terminou de aprontar a mesa do café da manhã e logo se encaminhou para o quarto de Paula para acorda-la. Tal foi sua surpresa ao, assim que volta seu olhar para cama da filha se depara não apenas com ela, mas também com uma figura platinada que envolvia a cintura da mais baixa em uma abraço, fazendo com que ambas dormissem de conchinha. O espanto pela cena que presenciava somado as teorias que começaram a surgir na mente da idosa sobre o que teria acontecido na noite anterior fez com que a mesma gritasse, tirando a Terrare de seu mais profundo sono.

— O que que é, Tuninha? O que que é? — pergunta Paula de sentando de maneira lenta na cama, ainda meio sonolenta a morena se mostrava alheia a cena que se formava a sua volta.

— Como assim o que é? Vocês duas dormiram juntas? — espantada ao descobrir esse outro lado de Paula, Tuninha leva uma mão ao seu peito. Sempre desconfiou que sua filha nutria alho além de ódio pela a alemã. As visitas noturnas e a tensão que se formava entra as duas nunca lhe enganou. No entanto, comprovar que estava realmente certa quanto ao caso das duas não deixou de ser um choque para a senhora. Mas levando em consideração os gritos de Paula ao finalmente perceber que não dormia sozinha, gritos esses que fizeram a Wöllinger acordar em um rompante, a Tuninha não era a única surpresa com a cena.

— O que você tá fazendo aqui na minha cama?

— O que é que eu estou fazendo na sua... Na sua cama? — olha em volta, parecendo finalmente de dar conta de que não estava em sua casa.

— No meu quarto, cobra? Com o meu pijama?

— E você tá com a minha roupa!

— O que vocês fizeram ontem a noite?  — Carmem e Paula fazem contato visual e em uma conversa silenciosa, parecem tentar recapitular os acontecimentos da noite anterior em meio aos lapsos de memória provocados pela bebida

FLASHBACK ON

Após finalmente conseguir ter uma conversa civilizada com o camisa dez, aceitando ser finalmente apenas amiga de Neném, Paula vai até o bar Wöllinger a procura daquela de nós últimos tempos tem, de uma maneira comicamente irônica, se tornado seu porto seguro: Carmem Wöllinger, sua cobra de estimação. Após incontáveis doses de coração solitário e trocas de conversas, olhares e risadas em as duas mulheres, as horas se passaram e já se passavam das três da manhã.

— Eu acho que vocês duas já passaram do ponto, né? Por que essa coisa de "best friends forever" não combina muito com vocês — Afirma o filho de Carmem enquanto afastava as mãos de sua mãe, que tentava lhe fazer um carinho, para longe de si.

— Sem talento — afirma Paula pois concordava com o Cascacuzinho, as duas nunca tiveram vocação para melhores amigas, mas quem sabe para algo mais? Tinha conhecido um novo lado de Carmem ultimamente, um lado dela mais atencioso que Paula julgava extremamente atraente. Só não sabia de era sua consciência ou o coração solitário falando isso. Mas logo foi tirada do seus devaneios pela afirmação da loira de que eram sim BFF's. Após mais algumas risadas, Gabriel chama um uber para que deixasse sua mãe e Paula em suas respectivas casas, mas as mulheres pareciam ter um plano diferente para encerrar aquela madrugada.
Assim que entram no carro, Paula apoia sua cabeça no ombro da mais alta e, após alguns minutos introspectiva em que ambas ficaram me completo silêncio, a morena começa a rir roubando a atenção da outra para si.