A Beleza que o Sol Traz | sasunaru

O Cortejo da Lua

O sol tinha uma beleza indescritível. 

Tão belo quanto iluminava o amanhecer e enriquecia o entardecer. 

Carregava o azul do céu nos olhos e muitos invejavam a lua por presenciar isso todos os dias quando acordava. 

A lua perdia o fôlego quando os olhos brilhantes abriam-se, piscando lentamente antes de lhe dar a visão do mar. Mergulhava no azul oceano, nadando para pescar os lábios sedutores.

Juntos em um ósculo cativante e apaixonado, os astros tornavam-se um só, namorando com ardor sob a vigilância e proteção das estrelas.

E como o sol iluminava a terra, trazendo vida e cintilância, Naruto trazia luz e paz para os olhos escuros e antes, monótonos. A lua carregava em seus lumes um vazio, sentia-se solitário, até encontrar um sorriso esplêndido que tirou seu fôlego e quebrou a postura rígida.

Então, a lua cortejou o sol.

O galanteio sorrateiro, escondido nas entrelinhas das poucas palavras que trocavam. A insegurança balanceou o coração de Sasuke e ele não pôde deixar de sentir medo de que Naruto fosse embora, assim como o sol no entardecer. Deixando-o somente com a escuridão e a carência da lua.

No entanto, o Uchiha não podia ficar resignado.

Em uma noite, enquanto passava em frente ao apartamento de Naruto, a lua lá no céu estava carente e necessitada de amor. Chorava em meio a constelação, que tentava animá-la. De nada adiantou. E entendendo o pedido silencioso da poética lua, Sasuke criou coragem para se declarar, e sob as testemunhas — vulgo estrelas —, Naruto o aceitou.

E a lua ficou contente. 

Cada fase da lua presenciou o amor incondicional que acontecia entre o Uzumaki e Uchiha. 

A chuva foi cúmplice do primeiro encontro e as nuvens se chocaram, como se batesse palmas para o amor juvenil. Fofocaram para a lua nova escondida e quase imperceptível no céu noturno sobre o evento peculiar.

Aquele cabelo de ouro brilhou e destruiu as barreiras construídas por um homem amargo, insociável.

— Meu guarda-chuva voou para longe — o loiro disse assim que Sasuke se aproximou para se proteger da tempestade.

Ambos estavam encolhidos em frente a loja de conveniência quando o moreno notou o guarda-chuva preso em seu carro. Coincidência ou não, até o vento estava a favor dos astros  apaixonados. E Uchiha Sasuke era só mais uma vítima.

Correu até o próprio carro para pegar o guarda-chuva com o cabo preso no retrovisor. O casaco que vestia era arrebentado pelas gotas aborrecidas.

Voltou para a loja e entregou ao rapaz de olhos azuis. 

— Seu guarda-chuva. — Entregou para o outro, que arregalou os olhos, pegando o objeto.

— Obrigado… — Um sorriso lhe foi dado como agradecimento.

Sasuke resmungou um “hm”, pois de repente, se sentiu desconfortável quando a cortesia do sorriso aqueceu algo dentro de si. 

Quando arriscou olhar para a beldade, encontrou um par de lumes já o encarando com curiosidade. A verdade é que ele estava esperando que o moreno falasse seu nome, mas a quietude fez o loiro falar atenciosamente.

— Meu nome é Naruto e estou agradecido pela sua gentileza. — O rapaz continuou sem dizer nada. E o Uzumaki voltou a falar. — Se quiser, posso te dar uma carona com o meu, hm, guarda-chuva. 

— Não precisa, trabalho do outro lado da rua. — Manejou com a cabeça, apontando para o  restaurante Uchiha.

— Tudo bem, então.