2. La vie en Rose

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Sem revisão

Boa leitura :)


Hoseok sempre se perguntou como seria seu futuro. Diante do amor que ele via em seus pais, se questionava se um dia seria ele a chegar em casa e encontrar uma família à sua espera, se perguntava se seria ele a trocar os beijos apaixonados que durante toda a vida presenciou ou então a cumplicidade que via dentro de sua casa. Porque Hoseok gostava da rotina do amor que era sua família, das conversas triviais, dos problemas que nunca eram lidados sozinho.

Enquanto se olhava no espelho, ajustando a gravata vermelha, se preparando para o jantar que possivelmente mudaria sua vida, ele sentia que simplesmente não sabia o que sentir. Hoseok não sabia como encarar seu futuro - um futuro que seus pais tanto se orgulhavam - quando ao apenas bater os olhos sobre a cena ele sentia no íntimo de seu coração que aquilo não era para ele. Sua mente agitada se perguntava como ele poderia encarar seus pais e dizer que aquela imagem tão bem projetada não lhe despertava emoção alguma.

A única coisa que ele sabia era que a cada badalada dos ponteiros do relógio, a cada fio de cabelo que colocava no lugar, era um passo em direção a todas as suas incertezas, a toda dualidade enfrentada por seu coração.

Hoseok foi puxado de volta à realidade pela porta que se abriu revelando sua mãe, linda como sempre em seu vestido azul com abotoaduras e o broche de uma rosa que ela sempre usava em ocasiões especiais. Ela sorriu através do espelho.

- Você está tão lindo meu filho. Um verdadeiro homem de família. - ela se aproximou e ele sorriu de volta sem conseguir pronunciar uma palavra sequer. - Nossos convidados já chegaram.

Ele assentiu. Com uma última passa de mãos em seu terno, Hoseok encarou seus próprios olhos. Ele sabia qual era o seu papel naquela peça que estava para se desenrolar.

🌹

Foram cerca de cinquenta minutos sentado à mesa apenas como espectador. Seus pais desenrolavam a conversa com o Sr. e a Sra. Park de forma leve e descontraída. Hoseok sentia que toda a história de amizade e negócios bem sucedidos já estava impregnada em seu cérebro e ainda assim ele permanecia em seu lugar, ouvindo e ouvindo, se mostrando presente com sorrisos e balançadas de cabeça sempre que os olhares se direcionavam a ele.

Mas de todos, havia um único olhar que Hoseok evitava a todo custo: Park Neri, 18 anos, e sua futura noiva.

Ele só queria sumir.

- Hoseok começou a trabalhar no jornal. - Ele foi trazido à consciência de sua perna balançando sem parar em um nervosismo mudo - O Sr. Min não poupa elogios. - ela sorriu orgulhosa e ele não pode evitar perceber os olhares de todos sobre si.

- O que exatamente você faz no jornal filho? - O Sr. Park perguntou demonstrando total interesse na resposta.

- Eu... - limpou a garganta antes de continuar com a voz mais firme - Eu escrevo uma coluna sobre música.

- Ele sempre teve aptidão para música. - seu pai reforçou - Talvez ele toque um pouco de piano para nós após o jantar. - engoliu o vinho com um pouco de dificuldade ao sorrir e concordar.

- Que bom saber disso. Neri sabe apreciar uma boa música, sempre reforçamos a importância da educação artista em casa.

Estava tão claro o que estava acontecendo ali, claro o suficiente para que ele não quisesse ver. Eles estavam sendo vendidos. Tanto seus pais quanto os pais de Neri estavam exaltando suas melhores qualidades para reafirmar as vantagens do grande acordo que era aquele casamento.

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