Dirty work - GojoMei

Work trip

Quando designaram nós dois pra viajar e fechar o negócio em conjunto com nosso cliente, eu já sabia no que ia dar. Sexo. Muito sexo. E negócio fechado, com certeza. Nós éramos os melhores negociadores da empresa e para mandar nós dois de uma vez, com certeza era algo grande.

Ficaríamos por dois dias no mesmo hotel, e eu já tive que ouvir muitos absurdos no caminho pra cá. Ele era difícil de lidar se você tivesse acima dos 20 anos.

Satoru e eu tínhamos uma relação excelente na maior parte do tempo, especialmente quando ele estava de boca fechada, de preferência ocupado comigo, fazendo minhas vontades do jeito que eu o mando fazer.

Fora disso, preciso fazer um esforço enorme para manter alguma conversa com ele, porque apesar de estar no mesmo cargo e termos praticamente a mesma idade, ele se comporta como uma criança de doze anos. Ele me trata um pouco diferente, porque eu vejo ele do jeito que ele é: um idiota. Gostoso? Muito. Mas um idiota.

Veja, eu devo ser a única mulher que maltrata ele, e por isso ele continua atrás de mim. Não reclamo, ele é o único que consegue me fazer suar, gozar múltiplas vezes e dormir tranquilamente depois de expulsá-lo do meu quarto.

No momento, estou do lado de fora do quarto dele há quase dez minutos esperando-o para que possamos descer pra jantar, amanhã temos uma reunião marcada e acabamos de chegar aqui, já é noite e eu estou faminta. O palhaço sempre demora para se arrumar, e sempre anda como se estivesse sendo assistido, desfilando por aí.

— Ei, ei! Nem demorei, não é? — ele abre sua porta do nada e sai sorridente, andando na minha frente, sem me esperar.

Respiro fundo antes de entrar no elevador com ele. Felizmente, havia mais duas pessoas no ambiente, assim não tive que ouvir nenhuma piada, mas só de ver a cara dele através do espelho eu já sentia algum resquício de raiva e vontade de agredi-lo apenas por sua expressão tão convencida e presunçosa que ele mantinha 100% do tempo em que estava acordado. Ele causa esse efeito em mim desde o primeiro dia em que nos conhecemos, uns anos atrás.

Outra coisa que ele sempre causou foi uma enorme tensão sexual, chegava a ser dolorosa a energia que a gente emanava estando no mesmo cômodo. Eu nunca tinha sentido isso com ninguém, era ótimo na maior parte do tempo.

Quando chegamos no refeitório, passei na frente dele e fui direto para a mesa, me sentando e começando a examinar o cardápio, incomodada com meu estômago reclamando. Não olhei para Satoru quando ele sentou-se na minha frente, e eu sabia que ele estava olhando para mim. Escolhi meu prato e ergui o braço, chamando o garçom para anotar meu pedido. Um bife e uma salada seriam suficientes, eu não queria comer nada pesado porque tinha planos para depois.

— Vou querer o mesmo da moça, ela tem bom gosto.

Revirei os olhos involuntariamente quando ele disse isso, ele não sabia flertar porque nunca precisava, então sempre saía algo estúpido e ultrapassado. Coloquei o cardápio de lado e pedi também um drink, depois o garçom foi embora e só então eu olhei pra ele sentado na minha frente.

— Você parece um idiota usando óculos escuros aqui dentro.

— Ah, eu sou bonito, isso nem importa!

Na verdade ele parecia um idiota por completo com o visual que escolheu só pra vir jantar. Eu estava com a mesma roupa de quando chegamos, meu vestido e as botas de salto alto que ele gostava de ser pisado quando eu as usava. Mas ele... além de estar com óculos escuros em um ambiente interno no período noturno, ainda usava uma camisa social e calça que eu sabia que tinham custado uma fortuna. Parecia um pai moderno.

— Amanhã nós vamos que horas? — perguntei, enquanto puxava um guardanapo quando recebi meu drink.

— Quem agendou não foi você?