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VINNIE
Meu celular continua explodindo com notificações de várias marcações e mensagens em tudo quanto é rede social, tudo falando de um assunto: a luta.
Literalmente todas essas notificações são sobre isso, seja de fãs, páginas de fofoca, meus amigos perguntando se eu enlouqueci e até os fãs do Austin acabando comigo.
Eu desbloqueio o celular e vejo algumas mensagens, muitas dizendo que eu deveria desistir agora e coisas assim.
Caralho tem muita gente me detonando, tem umas que tão me apoiando e falando que eu vou me sair bem, mas esse povo não perdoa mesmo.
Eu mando algumas mensagens para Alasca, perguntando se ela tá livre agora, ela sempre sabe o que falar pra que eu me sinta menos pior. E eu também só queria falar com ela, ela sumiu durante o dia todo.
Me jogo na cama, encarando o teto. Não tenho nada pra fazer agora. Odeio ficar desocupado, me faz pensar nas coisas, em todas as coisas, em como elas são e em como poderiam ser...
Como minha vida seria se eu não tivesse estourado no TikTok: não conheceria o pessoal, que são agora mais que amigos, são família, não teria chegado tão longe, não seria amado por tanta gente, não teria ajudado tanta gente... Não teria conhecido a Ally
Acho que essa última parte é mentira, a gente tem uma conexão cósmica, certamente premeditada, o universo daria um jeito e acabaríamos sendo amigos no final.
Também não seria tão exposto, não teria que pensar quinze vezes antes de fazer algo, poderia sair com alguma garota sem ter medo dela ser atacada por milhares de pessoas apenas por ser vista ao meu lado, não teria que fingir.
Não sei dizer o que me faria melhor, essa é uma pergunta que ainda me faço, até porque na maioria das vezes, eu não me acho tudo isso que as pessoas falam.
E quando começo a me afundar mais ainda nos meus pensamentos o toque de celular me traz de volta a realidade, olho para o visor e dessa vez não era fã, fofoca ou hater.
— Oi Ally — era uma mistura até equilibrada dos três.
— Abre a porta tô tocando a campainha a dois minutos já
— O que?
Saio do quarto correndo quase tropeçando em uma chinela jogada no chão, consigo me equilibrar e continuo a caminho da porta, quando abro dou de cara com Alasca com uma regata azul colada, uma calça moletom cinza com ovelhas brancas e pretas por todo o tecido sendo a estampa e um coque muito mal feito, e claro, uma cara de maluca que está prestes a matar alguém.
— NA MENSAGEM VOCÊ FALOU QUE ERA UMA EMERGÊNCIA — diz ela de braços cruzados — Me explica Vincent o que é a emergência? Por que pelo o que eu tô vendo, você ainda tem os dois braços, pernas e tá com cara de saudável, então deve estar com todos os órgãos!
Quando eu acho que ela vai gritar mais a garota só sinaliza para eu abrir caminho e entra de uma vez.
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