Akagitsune

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     Com a luz dos primeiros raios de sol banhando seu corpo enquanto o vento corria ao lado de seu cavalo, Hayato Inari um caçador de yokais ou Taijiya, sendo conhecido como Akagitsune, cavalgava em meio a floresta na direção de seu próximo alvo. Hayato tinha a figura de um homem humano, mas nunca foi e nunca será um, já que herdou mais a natureza de sua mãe do que a de seu pai, um mestiço entre kitsune e humano. Assim que chegou ao local encontrou uma pequena vila, o lugar tinha uma aura triste e sombria, assim que o homem desceu de seu cavalo, todos o olhavam com espanto.

- É ele...o caçador de monstros..

- Aquele que porta uma máscara branca e vermelha de Kitsune no rosto, já ouvi falar dele.

- Será que ele veio nos ajudar?

     As pessoas sussurravam conforme o caçador avançava pela vila, assim que parou em frente a pousada todos desviaram o olhar disfarçando. Com seu cavalo amarrado, Hayato entra no estabelecimento para conseguir um quarto e talvez informações.

- Um quarto, o mais barato que tiver - disse seco.

- Ah sim, vai pagar com com o que? - a atendente, uma garota jovem com feições meigas, provavelmente solteira.

     Ele pega um saquinho de moedas de bronze e prata, olhou para a mulher através da máscara e pergunta com uma voz sedutora.

- Isso paga? 

     A moça solta um suspiro quase apaixonada, essa era uma das vantagens de ser uma criatura sedutora, ele tinha esse efeito na maioria das mulheres, e nessa não seria diferente.

- E..eu não sei, vou ter q contar..

- Hm.

     Enquanto a garota contava as moedas o mais lento possível para manter o homem na sua frente perto dela, Hayato não se interessava em mais nada além da missão, mas sabia a influência que tinha sobre as mulheres e alguns homens, sempre tirando vantagem disso.

- Qual o seu nome? - fingiu interesse.

- M..meu nome? - ela disse corada - é Hana senhor.. -

- ....um lindo nome, combina com você - ele se apoia na bancada aproximando seu rosto coberto do da garota - Sabe Hana, quando eu entrei na vila vi que as pessoas estavam com medo, aconteceu alguma coisa? - 

- E..eu é q..que.. -

- Calma Hana, eu só quero saber se tem algum perigo por perto, odiaria que alguma criatura machucasse uma moça tão bonita - o homem passa a mão suavemente em uma das mechas negras de cabelo da garota, olhando no fundo de seus olhos.

- Aconteceu alguns ataques recentemente, e..estão suspeitando de uma matilha de lobos, mas duvido que seja algo tão pequeno -

     Ele sorri para ela e afasta sua mão de seu rosto, querendo saber mais sobre seu alvo, o caçador começa a fazer mais perguntas, pelo que parece se tratava de um oni, ouvindo os relatos dos demais moradores da vila dizendo que algo roubava suas colheitas, desaparecimento de mulheres e assassinatos misteriosos sendo o caso mais recente a uma semana, agradecendo aos moradores da vila pela hospitalidade e as informações, ele logo partiu para a montanha próxima onde supostamente ficava o alvo.

      Chegando no lugar ele logo se encontrou em uma floresta, sentiu o miasma típico que exalavam as criaturas ao tomarem um território para si, o miasma era espeço e confundia um pouco os sentidos, qualquer humano que entrasse ali se perderia e logo se tornaria o próximo jantar do monstro, viajando mais um pouco a dentro da floresta, o caçador encontra o oni mais adiante, parecia estar comendo algo e havia vozes femininas em agonia ao redor dele, tomando a tsuka de sua espada ele se preparou para dar uma morte rápida ao monstro.

     Sua aproximação não passou desapercebida pela plateia do oni, uma das mulheres cativas vendo sua aproximação gritou por ajuda alertando ao monstro, o caçador amaldiçoou sua sorte de perder uma oportunidade de uma execução rápida e então partiu para uma ofensiva total, o monstro rugiu enraivecido pela intrusão do caçador em seu "banquete", agarrando seu kanabō e o balançando na direção do intruso, evadindo o golpe e tirando sua espada em um rápido movimento de laijutsu, acertando-o em seu peito, o monstro enfurecido tenta novamente acerta-lo, somente para errar e ter outro corte perfurando sua pele como se fosse feita de papel.

     Após um tempo, o oni estava cansado e com vários cortes no corpo, Hayato vendo que já era hora de parar de brincar, rapidamente penetra o crânio do oni com a kissaki da sua espada, matando o oni na hora, vendo seu corpo de decompondo em uma névoa de miasma negro, o homem rapidamente guarda sua espada na bainha e começa a caminhar em direção ás mulheres cativas,  libertando-as de suas amarras.

- Bem, outra missão cumprida com sucesso.- Hayato falou depois de soltar um suspiro de alívio, geralmente esse tipo de missão se complica devido aos reféns.

     Um tempo depois de levar as reféns ao seu vilarejo e se preparar para voltar ao dono das terras para pegar sua recompensa, o caçador é abordado por uma das reféns que resgatou que estava puxando a manga de seu Hakama.

- Me leve com você.- a garota falou, ainda havia rastros de lágrimas em seu rosto. Hayato riu divertido com o pedido inesperado.

- Me de uma razão para fazê-lo.- ele provocou, querendo ver quais reações a garota teria a sua recusa.

- Eu...- a garota gaguejou, demorou uns segundos até ela responder de volta.- Eu posso servi-lo...- sua resposta soou insegura.

     Hayato arqueou uma sobrancelha ao ouvir a resposta da garota, voltando a rir divertidamente ele volta a provocar.

- Me servir em que exatamente?- ele aproximou seu rosto dela ficando a poucos centímetros de de distância.

     A garota gaguejou novamente sem ter como responder adequadamente, já tendo o suficiente de diversão, decidindo ver até onde ela está disposta a ir.

- Meus pais foram mortos pelo oni antes de eu ser sequestrada, não tenho mais a onde ir.- estando a ponto de chorar de novo, a garota responde depois de um tempo.

- Você evadiu minha pergunta, mas tudo bem, eu aceito sua oferta.- quem sabe, um pouco de companhia lê cairia bem em suas viagens, talvez ele pudesse lhe ensinar alguns truques.- Além disso, você não me disse seu nome.-

- Naomi, meu nome é Naomi.-

     Tendo já arrumado seus pertences, ambos sobem no cavalo e partem em direção ao castelo do senhor feudal para buscar o pagamento pelo trabalho.