Meus bate-papos de fé

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Lá estava eu com minha fé, acendendo meu alquinho de ervas e conversando com meu amigo Antônio sobre esses perrengues de saúde que tenho passado, a física, a mental e, a que tem doído mais nos últimos tempos, a emocional. Principalmente, em relação a lidar com as perdas em várias áreas da vida que a falta de saúde te faz confrontar.Como o alquinho tinha acabado no vidro, resolvi colocar as ervas para queimar junto. E aí, elas me pareceram fogos e estrelinhas de festa junina. Achei uma homenagem digna para Antônio e resolvi registrar o momento em foto. O fogo é sempre bonito de fotografar. Ao ver as fotos depois, uma outra imagem, em seguida, também me chamou a atenção. (Segunda foto) Pareceu tanto os bipbips que passei dias acompanhando na TvCti. Meu coração arde na chama e bate, sob o olhar atencioso de Antônio. O que mais eu poderia querer? Nada, ainda assim, tive.No apagar do fogo, percebi que, sonada, na primeira hora da manhã, fiz tudo errado.Em vez de colocar o descanso de palha sob o copo de aço em que o fogo é aceso, para evitar que a alta temperatura rachasse a cerâmica, coloquei o copo diretamente sobre o chão e o suporte da vela, que não tinha nenhuma necessidade, sobre a palha.Mas... (terceira foto)Acontece que, ao querer queimar as folhas das ervas, elas naturalmente escaparam do copo e caíram para fora.Pelo que, a mim, tinha parecido um erro, elas caíram diretamente sobre o chão de cerâmica e não sobre o descanso de palha, evitando um transtorno que, apesar de controlável, seria bem maior, caso tudo começasse a pegar fogo.E quando o fogo apagou e eu vi a quantidade de folha queimada em volta do copo, com a vela queimando calminha sobre o ileso descanso de palha, Antônio se despediu da nossa conversa sussurrando ao meu ouvido:- O que parece errado, às vezes tá certo! Agora, vai descansar.E eu, só posso dizer o que já sempre digo: - Se milagres desejais, recorrei a Santo Antônio, recupera-se o perdido, rompe-se a dura prisão e, no auge do furacão, cede o mar embravecido. (*)Nada, nem ninguém, se esconde de Antônio. (*) Trecho do Responsório de Santo Antônio de Pádua.

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