Prólogo

599 67 96
                                    

“Eu estou quebrando, estou desmoronando.
Só a escuridão brilha.”

Ailee — Breaking Down
(Doom at your service OST)

🌌

Naquela manhã, as nuvens cinzentas espalharam-se sobre o céu e esconderam o familiar tom azulado daquele panorama. A brisa outrora suave transformou-se em pequenos tornados, arrancando tudo que havia pelo caminho em que se deslocam, enquanto o breu lentamente abraçava as terras de Magnus.

O deus Solis estava completamente enraivecido, e para conter seu poder retirou sua luz, dando-lhe espaço à deusa Luna para espalhar sua atmosfera gelada durante o dia.

A população que olhava com temor para aquele céu de aparência mórbida e o caos causado pelas colunas de ar, rapidamente usaram suas vozes e sopraram pedidos de piedade.

Todos sabiam que alguma alma seria severamente castigada, mas não faziam ideia de quem poderia ser o infeliz que sofreria com os poderes destes soberanos.

Ignorando os sentimentos de compaixão em relação à condenação alheia, Solis e Luna estavam dentro do templo de Magnus e encaravam com rancor as duas almas diante deles.

Ajoelhados perante estes seres de supremacia e esplendor, Jungkook junto a Hope entendiam qual pecado teriam cometido, mas insistentemente pediam por perdão divino.

Mantendo seus corpos curvados em devoção e clemência, também rogavam com insistência por suas vidas e destino. Mas na visão das divindades, em seus olhos, somente se via o manchado e a impureza.

Indiferente às súplicas, o deus do sol não carregava uma expressão serena, e o dourado em seus olhos não existiam naquele momento. Ver seu filho caçula ter se envolvido com um aprendiz da lua, o enfureceu e decepcionou. Assim como a deusa da lua não tolerou ter conhecimento do caminho em que trilhou seu único escolhido.

— Regozijaram de nossa benevolência, partiram a pedra sagrada e sujaram os mantos com seus pecados. — A voz da deusa Luna preenchia o templo.

— Blasfêmia contra nosso nome e contra nossas leis. Após tudo ser entregue, pois vossos solos são férteis e estavam destinados a ti. — Complementou Solis, direcionando seus olhos ao filho. — Tu descativastes as minhas mãos! — Apontando o indicador a Hope, em seguida o direcionou ao Jeon. — Tu fostes o culpado! — Afirmou ele, retirando a voz de Jungkook, o impedindo de realizar suas súplicas.

— Se não fostes ora por seu pai, soberano de Magnus, não saberíamos por suas bocas tamanha sujidade em nosso lar celestial… — As mãos gélidas da lua fecharam-se e soaram contra o trono polido a ouro ao mirar Jungkook. — Malditos sejam esses seres e seus livre arbítrio! —  O timbre grave causou um estrindor, e fez mover-se o chão sob eles.

— O repúdio que sinto em ter de olhar-te, machucam os olhos, filho meu. — As palavras secas de Solis foram uma das razões pelas quais Hope tanto temeu ao se envolver com um escolhido.

Contudo, ele arriscou-se e mergulhou profundamente nas sensações que o aprendiz lhe causava. Pondo seus caminhos junto aos do homem, Hope somente queria caminhar pela eternidade lado a lado de Jeon.

Estando perdido em sua mente, Hope foi despertado pelo som de passos que vinham do altar. Ecoando as palavras de seu pai, quando atingido tremeu e ainda sim não era capaz de se arrepender como imaginou.

— Perdoe-me, rogo por vosso perdão e aceitação, meu pai. — Respondeu Hoseok. — Mas não irei voltar atrás, meus sentimentos estão lapidados pelo escolhido e é definitivo, nada poderá mudar isto. — Rebelou-se, ao mesmo tempo que esteve curvado ao chão.

Reminiscência - HopekookOnde histórias criam vida. Descubra agora