Meu pai havia chegado bêbado em casa, de novo.
Ele é assim mesmo, sempre chegando bêbado e descontando a raiva sobre mim, eu já até me acostumei, mas não deixa de doer mesmo assim. Então antes de dar tempo para ele vir até meu quarto falando asneiras sobre eu não fazer nada pulei a janela e corri.
— Merda, deveria ter trazido um casaco. — Murmuro
Andar a noite por Hawkings é quase como ir de encontro com o diabo, essa cidade pode ser pacata as vezes, mas é extremamente assustadora. Sério prefeitura, iluminação já existe, não precisa ter medo de por nas estradas.
Quero chegar até o parque, lá tem iluminação.
Mas para isso eu teria que passar pela frente do bar, onde os amigos do meu pai estariam, onde eles fariam eu voltar para casa.
Podem me pagar, mas eu não passo na frente do bar. Eu tenho pavor só de ouvir a palavra "bebida".
Só se eu cortar pela floresta das trevas.
É isso, mais fácil do que encarar meu pai. A floresta da trevas tem esse nome porque todo mundo fala que ela é mal assombrada. Eu acho que na verdade os pais só falam isso para nenhuma criança entrar na floresta. O que pode ter de mais entre um monte de árvores?
Eu tenho 11 anos, sou uma criança, se der merda eu vou para o conselho tutelar, onde mandariam eu para um orfanato.
Mas fodasse, vai dar tudo certo.
Ando em direção a floresta das trevas e entro lá. É estranho ter que andar sorrateiramente evitando fazer barulho apenas por medo. Eu não sei, mas acho que é senso comum feminino de nunca se colocar em situações vulneráveis. Mas aqui estou eu, me colocando na pior situação possível.
Quando estou na metade do caminho para a estrada principal escuto barulhos.
— Quem está aí? — Pergunto
Obvio que se for um assassino não vai me responder.
Deixa de ser trouxa Emma!
Do nada eu escuto um barulho atrás de mim. Eu paraliso e rezo silenciosamente para que seja qualquer coisa, menos um homem. Pode ser um urso, mas por favor que não seja um homem.
Quando me viro vejo um bicho, deve ter uns três metros.
E eu faço o mais óbvio: Começo a correr desesperadamente por dentre as árvores tentando despistar algum tipo de urso magro que está correndo e fazendo barulhos atrás de mim.
Deve ser um urso, mas é magro demais para um urso.
Quando eu percebo que ele não está mais atrás de mim eu me escoro contra uma árvore e vou escorregando até ficar abaixada no chão enquanto respirava irregularmente.
Ótimo, pelo menos já estou perto da estrada.
Corro até lá quando vejo uma bicicleta caída.
Droga, eu deveria ir lá, né?
Andei lentamente até lá e vi sangue na bicicleta, sangue fresco. Sangue e uma bicicleta caída, isso não pode ser bom. Não pode ser nem um pouco bom. E o coitado ou coitada ainda está por aqui, já que as gotas de sangue ainda escorrem pelo aro da bicicleta.
-Olá? Alguém está aí? -Pergunto
Ninguém respondeu.
Analiso a bicicleta mais de perto e vejo um nome: Byers. Os Byers moram mais afastados do centro, tem uma cada perto do lago e a mãe, Joyce, ela trabalha na loja do centro,
— Me ajuda! — Escuto alguém gritar
— Oi? Onde você está?! —Grito de volta
Depois um silêncio mortal. Eu deveria ligar para policia?
Deveria.
Mas eu fugi.
— — — — 📼
¹ Próximo cap o Dustin aparece.
² Comecei uma fic do Dustin, por favor não sejam leitores fantasmas, votem e comentem.
³ Divos e divas, me sigam no ttk (@miss_essiene); no twitter (@miss_essiene) e no insta das fanfics (@/essienezinha)
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UPSIDE DOWN- ᵈᵘˢᵗᶦⁿ ʰᵃⁿᵈᵉʳˢᵒⁿ
General Fiction☏ |▹ UPSIDE DOWN ⤵ (By miss_essiene) ――Dustin Handerson ❝ Quando Will Byers desaparece, Emma Hart que estava na floresta na noite do desaparecimento vai até a policia para falar o que viu, lá ela conhece D...