Tinha que ser ruivo!

01. Teorias, pizzas e bad boys

Ah, finalmente o final de semana havia chego para aqueles jovens. Trabalhar e estudar todos os dias, de segunda à sexta, era exaustivo com todas as letras. Sendo assim, eles mereciam um descanso, certo? Errado. Atsushi pensou que teria, mas ganhou apenas desespero por causa de um maldito ruivo. Eram sempre os ruivos. A teoria de que estes seres malignos faziam a cabeça de qualquer ser humano um inferno era comprovada pelos seus dois colegas e amigos, cujos eram Akutagawa e Lucy.

O primeiro citado sofreu um perrengue quando se interessou por um dos veteranos da medicina veterinária, Nakahara Chuuya, que nunca entendia as piadinhas e cantadas inteligentes que Ryunosuke contava - o que já era raro de acontecer - e também nunca conseguia ajeitar a rotina por conta dos vários bicos que fazia durante o dia. Chuuya só conseguiu passar mais tempo e criar interesse no "filhote das trevas" quando Akutagawa o ajudou com uma vaga de emprego de uma lanchonete perto de casa. Assim, o lance foi desenrolando - com mais tempo disponível - até que estavam namorando. Nesse meio tempo, o maior havia surtado de várias formas possíveis sem falar um "a" sequer. O que um emprego não faz na vida de alguém, não?

No caso de Lucy, foi um pouco mais complicado. Tanto Lucy, quanto a "sapaste" que namorava, eram do mesmo curso, sendo este moda. Entretanto, como a ruiva, Louisa precisou se adaptar ao ambiente novo e com o idioma, e o processo até que foi rápido se fossemos comparar com a Montgomery. A Alcott fez sucesso rapidamente e, com a fama, os admiradores. Lucy estava inclusa e ela não gostava de perder. Como uma garota romântica que era, passou a deixar pequenas cartas feitas à mão, chocolates simples, fotografias e até mesmo flores. Ela era insistente. Com isso, Louisa passou a ficar desesperada em busca do autor. Não entenda mal, não era como se ela não gostasse de coisas românticas, na verdade ela as adorava, mas se fosse um cara fazendo aquilo, ela teria que recusar; não era a área dela. A garota chegou a mandar mensagem no grupo da sala diversas vezes e avisos nos quadros para o possível admirador. Num bilhete, fora revelado ser uma garota e ela sentiu seu coração mais leve, mas nervoso também, uma vez que a maior parte da sala era composta por meninas. Montgomery, vendo o desespero da sapaste que sempre usava vestidos e laços floridos e caros, chamou-a para um encontro e só aí a máscara caiu. Desde então, o relacionamento cresceu gradativamente e um recém namoro havia chego.

Seguindo a lógica do pensamento do Nakajima, realmente, os ruivos eram os piores seres existentes e, naquela noite, seu tormento com ruivos chegaria também.

Três jovens adultos, cansados até o talo e morrendo de fome só queria pedir em algum delivery, mais especificamente uma pizza. Era sempre a de três sabores.

— Quem vai pagar hoje? — Atsushi perguntou pegando o controle da televisão.

— Ahn? Ah, a pizza. — Lucy deu as caras na sala com um vestidinho de seda por baixo do robe azul e os cabelos molhados, secando-os com a toalha. — Tô sem cartão.

— Mas eu te vi usando ele hoje. — Rebateu o mais novo com o semblante confuso.

— Tô sem dinheiro então. — Respondeu sem ligar muito.

Atsushi nem se estressou, sabia que Lucy não pagaria. Não ia nem se dar ao trabalho de perguntar para Akutagawa, ele iria ser curto e grosso por conta do estresse que teve no trabalho. É, talvez devesse fazer a boa para o grupo.

— Quais sabores vocês querem? — Falou alto para que escutassem de todos os cantos do apartamento.

— Calabresa! —Akutagawa respondeu no mesmo tom.

— Quatro queijos, óbvio. — Falou a ruiva se sentando ao lado do albino.

— Certo, a minha é de lombo então... — Comentou baixo já discando o telefone.