1. positivo

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Sinopse do capítulo: Embora Flávia acredite sem hesitar no 'diagnóstico' de Paula e Neném para os 'sintomas' de Guilherme, o doutor das galáxias precisa de provas mais inquestionáveis. Imediatamente após a troca, Flávia e Guilherme fazem um teste de gravidez.


Guilherme vestia-se apressadamente, ajeitando a camisa xadrez que Flávia havia selecionado no começo daquele dia enquanto saltava do barco para o píer, a mão estendida para ajudar Flávia que estava logo atrás dele. A garota aceitou a ajuda, sorrindo brevemente diante do cavalheirismo do (ex?)namorado, seu coração se enchendo de alegria ao ver o brilho nos olhos escuros dele.

– Preciso correr e impedir meu pai de vender a clínica – disse ele, com a mão firme em torno da dela.

– A banda vai se apresentar no bar Volinguer, você me dá uma carona até lá? – Perguntou a cantora, sorrindo.

– Claro, vamos – respondeu Guilherme.

Paula e Neném vinham logo atrás, a empresária reclamando por estar com as roupas esportivas do atleta enquanto ele se desesperava com a necessidade de impedir Osvaldo de rescindir seu contrato com o Flamengo. Na saída da marina, separaram-se; Flávia e Guilherme pegaram um táxi, enquanto Paula e Neném entraram no carro da empresária, que rumou para o Ninho do Urubu.

Quando entraram no táxi, para Guilherme foi impossível não passar um braço em torno dos ombros de Flávia e a puxar para a curva de seu corpo. Flávia escondeu o rosto na curva do pescoço do médico, enquanto ele acariciava suas costas, beijando sua testa, seu nariz, as duas faces e o queixo até chegar na boca.

– Eu te amo – murmurou Guilherme quando enfim se separaram, ambos ofegantes; o rosto da garota estava ligeiramente ruborizado – Eu sempre te amei, e só iria embora porque não aguentava não conseguir ficar com você.

– Eu sei – disse a cantora, com a voz rouca pelas lágrimas que repentinamente encheram seus olhos. A mão suave e macia emoldurou o rosto de Guilherme, contornando com as pontas dos dedos sem esmalte os traços masculinos que ela, agora, conhecia tão bem quanto o próprio, depois de tantas semanas de troca – Eu sei disso, Gui – murmurou – E eu também te amo.

– Para onde, camarada? – O taxista impaciente tentou interromper o momento do casal.

Guilherme o ignorou.

– Eu quero viver a minha vida com você, Flávia – A mão de Guilherme desceu para a barriga ainda lisa da cantora, onde, tudo indicava, residia o fruto do amor deles – Não só porque a gente pode estar esperando um filho, mas porque você mudou toda a minha vida e ela não faz mais sentido sem você.

Flávia sufocou um soluço emocionado, mas a frase que ele disse foi absorvida por sua mente e ela se afastou, erguendo de modo desafiador uma sobrancelha negra e bem-feita.

– 'Pode' estar esperando um filho? – Os olhos negros lançaram um olhar furtivo ao taxista, que parecia irritado por ter seu veículo ocupado – Guilherme, você sabe muito bem o que aconteceu, como que ainda consegue desconfiar?

– Eu sei, meu amor, eu sei – ele disse, acariciando levemente o ventre reto da amada – mas... você pode me dar uns dez minutos? É só o tempo de a gente parar numa farmácia.

Os olhos dele estavam carregados de tanta ansiedade e súplica que ela não resistiu. Revirando os olhos com fingida impaciência, virou-se para a frente sem sair debaixo do braço de Guilherme.

– Para o bar Wollinger e, depois, para a clínica Monteiro Bragança, por favor – disse a moça para o taxista, que prontamente girou a chave na ignição, evidentemente aliviado por ter um destino – E pare na primeira farmácia que o senhor ver pelo caminho.

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