𝔼𝕟𝕔𝕒𝕟𝕥𝕠 - ℭ𝔦𝔤𝔞𝔫𝔞 {ᴄᴀᴍɪʟᴏ}

XXXVII

Safira pov

Naquela hora, o meu mundo desabou. Todo esse esforço, noites mal dormidas e até mesmo esse afastamento de Camilo pra focar 100% em agradar minha família, foi tudo em vão?..

- O que?.. - Mirabel indagou em choque - M-mas..

- Nós fizemos um acordo, e como parte do acordo se nós não quiséssemos ficar aqui depois de 1 semana poderíamos ir embora e levar Safira conosco - a abuela Nadya disse em um tom sério e eu senti meu peito arder - você me deu sua palavra Mirabel, e nós não gostamos daqui

- M-mas nós fizemos tudo o que vocês queriam! - Isabela protestou e a abuela Alma a puxou para trás levemente a repreendendo

Não tem mais o que fazer e todos nós sabemos disso, acordo é acordo, não há o que discutir.

- Safira, venha - a abuela Nadya disse em um tom autoritário já de saída e eu senti Camilo segurar meu pulso

- Hermosa.. - o madrigal disse em um sussurro e eu senti uma lágrima rolar sobre meu rosto

- Perdón cariño.. - eu sussurrei tentando controlar as lágrimas e ele me puxou para um abraço desesperado no qual eu não resisti

Aquele abraço.. o nosso último abraço.. aquilo arrancou toda aquela força que eu demonstrava perante a situação atual, toda aquela auto-confiança foi diretamente pro inferno dando espaço para uma criança insegura e com medo.

- Eu te amo - eu disse em meio às lágrimas segurando no rosto do madrigal que estava aos prantos tanto quanto eu - eu sempre vou te amar

- Não diga como se isso fosse uma despedida - ele entrelaçou nossos dedos e nossas testas se tocaram - eu juro, eu juro que vamos nos encontrar de novo e vamos nos casar - ele segurou meu rosto e eu apenas concordei com a cabeça selando nossos lábios em um beijo necessitado e dolorido, pq no fundo nós sabíamos que poderia ser o último

- Eu te amo Camilo - eu disse em meio ao beijo - eu te amo pra caralho!

- Eu também te amo pra caralho Safira! - ele segurou meu rosto e eu o abracei novamente

- Já chega - a voz de Stefan soou atrás de mim e ele me agarrou pelo braço me arrastando para longe dali

- CAMILO! - eu gritei em desespero esticando meus braços enquanto me debatia na tentativa falha de alcançar meu amado camaleón

- SAFIRA! - Camilo gritou vindo correndo atrás de mim mas sendo impedido pelos homens da família madrigal que o seguraram

É isso.. então era esse o fim do nosso romance proibido? Histórias assim nunca tem um final feliz, mas em um momento, em um mísero segundo, eu imaginei que a nossa seria diferente. Porra eu deveria saber que isso nunca daria certo! Nada nunca da certo para ciganos! Deus pq você me odeia?! Me mate de uma vez e poupe meu sofrimento!

- Pare com isso - uma voz séria chamou minha atenção e eu voltei minha atenção para minha tia Polly que fumava seu cigarro enquanto caminhávamos em direção a floresta - sei que está desejando a morte agora, então pare com isso, o fato de continuar viva sendo uma cigana é uma verdadeira dádiva