𝓒𝓱𝓪𝓻𝓹𝓽𝓮𝓻 𝓯𝓸𝓾𝓻

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𝖵𝗈𝗍𝖾𝗆 𝗉𝗋𝖺 𝖺𝗃𝗎𝖽𝖺𝗋 𝖾𝗌𝗌𝖺 𝗉𝗈́𝖻𝗂 𝖺𝗎𝗍𝗈𝗋𝖺𝖺𝖺𝖺, 𝗈𝖻𝗋𝗂𝗀𝖺𝖽𝖺 𝖽𝖾𝗌𝖽𝖾 𝗃𝖺́. 𝖠𝗉𝗋𝗈𝗏𝖾𝗂𝗍𝖾𝗆 𝗈 𝖼𝖺𝗉í𝗍𝗎𝗅𝗈 𝖾 𝖾́ 𝗂𝗌𝗌𝗈!!!!

Passando-se dois meses que os quatro fizeram aquele trabalho, que aliás ganhou nota máxima, eles estavam de férias. Onyx convidou Vinnie para ir em sua casa, o que o garoto estranhou mas aceitou. Nesse momento, Bryce e Kio iam viajar com a família para Londres, por isso a razão d'eles não irem.

- afinal, qual é sua história, Onyx? - perguntou o garoto bastante curioso porém calmo e cuidadoso. Sua voz falhada era o que mostrava isso.

Sempre que tocavam nesse assunto ela desviava para alguma coisa idiota. Ele percebia, mas não falava nada.

Agora era o momento perfeito. Eles estavam na casa de Onyx, no sofá, embaixo de cobertas quentinhas e ela escolhendo um filme. Quando a pergunta foi atirada para Armand, ela ficou parada, estática.

Conta ou não conta? Ela sabia que estava adiando isso a muito tempo. Nenhum dos seus amigos de agora sabiam, ela tinha se desfeito da antiga vida e agora entrado numa nova fase, mas o passado ainda a assombrava muito. Alguém tinha que saber. Ele tinha que saber.

- ok, acho que já está na hora de alguém saber. - falou audível para si mesma e depois olhou para Vinnie. Ele estava com medo do que ele provavelmente vai ouvir. - você tem que prometer que o que vai ser falado aqui a partir de agora, não sairá daqui de forma alguma, ok? - perguntou e ele assentiu.

- eu prometo a você diante de Deus, Onyx. - falou olhando em seus olhos completamente sério.

Os dois aproveitaram e se sentaram um em frente ao outro com as pernas cruzadas. Tinha um filme passando mas nenhum dos dois ligava mais para.

- anh...como eu começo? - riu sem humor mas logo ficou séria igual Vinnie estava desde o começo do diálogo. - eu morava em Virgínia, e lá eu tinha amigas como toda criança de 12 anos. Uma delas, a minha melhor amiga, Ruth. Ruth r eu éramos inseparáveis. Sempre onde uma ia, a outra ia junto, grudadas mesmo. - riu ao se lembrar. - bom, aí o início do ano começou e ele trouxe a Paloma e a Mary. Eu tinha estudado com ambas e sabia que as duas não eram muito legais comigo. Então me afastei quando percebi que Ruth estava se aproximando delas e me aproximei de Lauren. Bom, eu me aproximei mas não era a mesma coisa que Ruth, eu tinha me afastado dela quase completamente dela, e quando eu percebi, entrei em desespero total. - pausou e olhou para o tapete ficando seus olhos ali. - olhando de agora, não tinha muito o que fazer, mas era minha primeira vez passando por isso. As duas pessoas que eu não gostava e que não me tratava bem se aproximaram da pessoa mais importante da minha vida. E tudo isso com 12 anos. Foi difícil. Até eu decidir me aproximar delas. - pausou mais uma vez. - mas sabe aquela sensação que você sobrou? Que você está ali excluída? - perguntou para Vinnie voltando seu olho para ele, o garoto assentiu. - então, era exatamente o que eu sentia. Eu queria falar com Ruth sobre isso, mas eu sentia que iria atrapalhar. Olhando de agora, eu ia mesmo. - confessou. - ela começou a ficar estranha, grossa, dando patada em todo mundo, em mim, me ignorava quando eu chamava super animada com alguma coisa, quando eu precisava de ajuda, eu sabia que não podia mais contar com ela, ela começou a...sei lá, ignorar minha existência completamente. Quem conheceu ela antes e viu essa transformação de perto, falava o que tô ela mudou, o quanto ela estava estranha e tals. Mas ela não ligava. Até que ela começou a se afastar de todos ao seu redor. Menos das duas, claro. - riu sem humor. - e eu me senti completamente sozinha e sem chão. O meu porto seguro não ligava mais para mim. - começou a lacrimejar. - bom, aí ela ms brigaram. E Ruth voltou a ser minha amiga como era antes. Eu fiquei super feliz, claro. Tudo aquilo tinha passado. Bobinha demais. - sussurrou a última frase mas Hacker ouviu. - ela se reconciliaram e eu voltei a ficar sozinha. - fungou o nariz. - o legal é que sempre era a mesma coisa: elas brigavam, Ruth voltavam pra mim e eu pensava que estava tudo bem. Tendo ela do meu lado, o resto foda-se. Mas elas se resolviam e ela me deixava. - olhou nos olhos de Vinnie. - eu era tipo um step. E gostava disso. Para mim estava tudo bem, desde que ela estivesse do meu lado, mas a verdade era que ela não aguentava ficar sozinha. Comi eu era toda idiota quando se tratava dela, e ela sabia, ela se aproximava e pronto. E eu gostava mesmo sabendo o que iria vir depois. Crianças... algumas tão inocentes, outras tão más... - riu. - Eu acreditei demais, dei chances, me fiz de cega, cometi loucuras, fiz sacrifícios, me reduzi a nada, me joguei no chão e me fiz de tapete, perdi toda minha dignidade e sensatez, implorei migalhas de sentimento, me doei por inteira, me transformei em algo que nunca fui por aprovação, passei por muitas noites sem dormir, chorando e pensando em como seria se fosse diferente.

- uau...

- até que um dia eu ouvi elas falando mal de mim, com Ruth do lado e concordando com tudo. Falavam que eu era sentimental demais, gentil demais, forçada, sem graça, idiota, trouxa, e mais milhares de coisas, isso me fez mal, óbvio. Comecei a pensar se as pessoas que estavam a minha volta, era por interesse. Se eu era, de fato, tudo aquilo, por que as pessoas se aproximaram de mim? E comecei a ter insegurança com isso e medo, me afastei de todas minhas antigas amizades "sem motivo" e me mudei com meus pais. Nunca mais olhei e nem soube de notícias. - pausou. - Só consegui fazer amizade com dois idiotas que chegaram na minha vida com muita insistência. - riu. - depois um loirinho e bem bonito chegou também. - falou e ele riu fazendo ela rir.

Eles não queriam falar desse assunto.

- a é? E o que você acha desse loirinho? - perguntou convencido com sorriso em seus lábios e jogou sua cabeça nas costas do sofá olhando para garota.

- acho ele bem convencido, perturbado e chatinho. Mas também muito compreensivo, inteligente. Ele até me ajuda as vezes, acredita? - perguntou rindo e ele negou.

O clima alí estava bom, os dois sempre rindo, sempre conversando sobre qualquer coisa que vinha a mente, ou compartilhando um pensamento aleatório.

A amizade deles era diferente da amizade de Kio e Bryce. Se eles estivessem aqui vendo isso, diriam que era por que os dois não queriam se pegar. O que ainda tinham suas dúvidas. Mas, com certeza era diferente, na amizade dos dois, sempre teve mais carinho, mais afeto, menos zoação e implicância, não deixava de ter, mas era quase inexistente. Os dois gostavam disso, gostavam de ter essa amizade.

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Capítulo curtinho mas preciso, vai dar procedência para acontecimentos futuros.

𝐍𝐨𝐬𝐬𝐚 𝐇𝐢𝐬𝐭𝐨́𝐫𝐢𝐚 - Payton MoormeierOnde histórias criam vida. Descubra agora