Cap 2

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Tudo que ouço antes de abrir os olhos, é o som de uma máquina com batimentos cardíacos. Um baixo gemido escapou pelos meus lábios ao tentar me mexer e logo percebo estar em cima de uma superfície fofa.

Abro os olhos lentamente. Com os olhos semicerrados olho em volta, ou pelo menos tento, e vejo paredes e teto brancos. Fecho os olhos mais uma vez e tenho me lembrar como vim parar aqui.

Prendo a respiração ao lembrar do que aconteceu em casa e automaticamente ouço o barulho dos batimentos aumentarem. Abro os olhos e tento me levantar, do que agora sei se tratar de uma cama de hospital.

Mordo o lábio com força para impedir um grito escapar quando sinto uma fisgada no abdômen. Olho para baixo e reparo uma faixa branca enrolada ali, e sei que foi onde levei um tiro.

Levo as mãos ao acesso na veia, e quando estou para puxar do braço vejo a porta se abrir.

Olho para cima rapidamente, e tento me colocar em uma posição de defesa.

Vejo o homem passar pela porta.

- que bom que acordou.

Sem respondê-lo tiro o lençol de cima do corpo e me levanto da maca, ou pelo menos tentei antes de soltar um grito estridente e sentir a visão ficar turva.

Sinto mãos me mantendo no lugar e abro os olhos o vendo ali.

- você não pode se levantar Amare

Fala com a voz séria e estremeço.

- menina estúpida, se não fosse Peter você estaria morta agora

Arregalo os olhos mas trato de disfarçar em seguida. Continuo sem falar nada. Ouço uma risada sem humor e olho para cima vendo-o negar com a cabeça.

- sei que não é muda, então é melhor me contar o que caralhos aconteceu

Aperto as mãos em punhos e sinto um aperto no peito e a necessidade de sair desse lugar e ir atrás de minha irmã.

- Preciso achá-la!

Empurro ele para trás e ponho os pés no chão mesmo sentindo uma dor infernal. Não é a primeira vez Amare, você tem coisas mais importantes para lidar agora-digo para mim mesma

- Quem?

Ignoro ele e ando em direção a uma poltrona ao ver uma calça e camiseta ali.

- Há quanto tempo estou aqui?

Pergunto depois de pegar as roupas e ir em direção a porta aberta do banheiro

- 11 dias

Paro de andar na hora

- PORRA!

Ando mais rápido, e fecho a porta ao adentrar o banheiro. Faço minhas necessidades e coloco a calça de moletom, graças aos céus não é jeans, e a camiseta regata. Ligo o registro da pia e faço uma concha na mão. Lavo o rosto com certa dificuldade e aproveito para tomar alguns goles d'água. Minha garganta estava queimando de tão seca. Prendo o cabelo em um rabo de cavalo alto e saio do banheiro.

Passo pelo homem sem falar nada e ando até a porta. Quando estou para abrir uma mão para meus movimentos seguido pela voz do mesmo

- onde diabos você está indo? Está machucada. Você quase morreu Amare.

Fala tudo de uma vez e olho para ele, focando diretamente em seus olhos.

- levaram-na

Vejo-o franzir o cenho em confusão.

- Chloé.

Agora observo o mesmo abrir a boca em choque e sinto-o apertar minha mão que ainda segurava.

- lavaram minha irmã Lorenzo. E vão se arrepender por isso...

É a última coisa que digo antes de abrir a porta e sair do quarto. Ouço passos e sei que ele está vindo atrás de mim. Continuo andando sem olhar para trás e logo passo pela porta do hospital.

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