Crônicas de um amor perdido.

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Meu nome é Hailly Jackson, sou canadense, e tenho 15 anos , eu me considero uma pessoa muito fechada, dificilmente faço amizades e me relaciono com as pessoas. Pois nunca fico numa cidade por muito tempo. Meu pai trabalha com grandes negocios e tínhamos que nos mudar o tempo todo. Eu já estava cansada daquilo.

2020

Meus pais já não eram como antes, papai passava mais tempo trabalhando do que em casa e mamãe sempre desconfiou que ele estava com outra pessoa. Mas eu não esperava que fosse verdade, ele não faria isso.

- Onde passou a noite?! - Ouço mamãe gritando.
- Tinha muita coisa para resolver no trabalho.
- Era tão importante que nem podia ligar para avisar que não ficaria em casa?!
- Amor, por favor!

Mamãe olha para ele por um instante com um olhar enfurecido e joga uns papéis na mesa.

- O que é isso? - Perguntou papai

Meus pais iriam se divorciar.

- Não quero mais fazer parte disso.

2022

Eu estava morando com a minha mãe em Vancouver, o meu pai viajando a trabalho, como sempre. Acho q até preferia desse jeito do que ver eles brigando. Aqui é um lugar muito legal, mas não conheço muita coisa. Se ao menos minha mãe saísse de casa para passear um pouco talvez estaria menos tempo em casa. Ela estava sempre trabalhando, diziam que ajudava a esquecer os problemas. Mas para mim só a seixava mais stressada.

Não estava nem um pouco animada com a ideia de voltar a estudar. Ficaria melhor em casa lendo meus livros e assistindo minhas séries.

***

Dia 7 de Fevereiro, meu primeiro dia de aula. Acordei atrasada e não queria aparecer naquela escola de jeito nenhum, mas também não queria discutir com a minha mãe. Vesti meu uniforme e desci correndo direto para a escola. Tinha o costume de sempre fazer tudo ouvindo música, principalmente porque meu melhor amigo havia feito uma música para mim. Eu a ouvia todos os dias, tinha uma melodia tão doce e uma letra tão marcante. Fazia me lembrar dos tempos que eu ia na casa dele e ficávamos rindo e conversando por horas. Nick era meu porto seguro. quando não sabia para onde ir era para ele que eu recorria, e ele fazia o mesmo. Ele amava implicar comigo e eu também, era uma forma dele dizer "eu te amo". Eu amava aquilo. Mas como de todas as vezes tive que me mudar. Foi o mais longo período que fiquei em algum lugar, morei em Ottawa por 3 anos, o período da pandemia de Covid que atingiu a vida de todos.

***

Quando cheguei na escola e fui logo para minha sala sentando na última carteira nos fundos. Abaixei minha cabeça para organizar meus materiais. Quando olhei para frente, me deparei com uma garota falando alguma coisa, eu não ouvi pois estava com os fones de ouvido. Tirei os fones e a respondi:

- Oi?
- Olá, meu nome é Julie! - disse ela parecendo muito animada em me conhecer
- Ah, meu nome é Hailly.
- Prazer Hailly, podiamos ser amigas!
- Claro. - respondi tentando não ser grossa.
- Legal. - disse ela voltando para seu lugar

Eu realmente não queria fazer amigos, so queria poder voltar para minha cidade antiga e rever o Nick.

Na hora do intervalo eu me sentei com Julie mas não estava nem um pouco confortável.

- Vou ao banheiro - disse à Julie me levantando.

Ela estava almoçando então so acenou com a cabeça.

Eu não aguentava mais ficar naquele lugar, queria de alguma forma poder ir embora. Tinha mais só mais duas aulas depois do intervalo, oque me deixava mais tranquila. Os muros pareciam baixos, eu sabia que daria para eu ir embora. Peguei minha mochila e joguei para o outro lado do muro, e tentei subir. Quando consegui sentar no muro ouvi uma voz dizendo É melhor não fazer isso. Olhei para trás e me deparei com um garoto de olhos escuros com cabelos morenos enrolados.

- Por que não?
- Porque é errado.
- Só porque é errado não significa que eu não possa fazer.
- Então faz, se você for eu vou também.

Eu não tinha acreditado que ele faria também, então pulei o muro, alguns segundos depois vejo uma mochila sendo lançada para fora. Depois ele aparece pulando também.

- Olha! Não pensei q fosse capaz, você parece um menino tão certinho.
- Normalmemte eu sou, mas por alguns motivos vale a pena. - repondeu ele dando um sorrisinho bobo.

Eu olhei para ele por um instante pensando sobre oque ele tinha falado será que eu sou um bom motivo?