Capítulo Único

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Com a sua costumeira expressão, Shouto compareceu às aulas acreditando que seria apenas mais um típico dia com treinamentos para a melhora de suas individualidades e algumas teóricas com alguns de seus professores malucos.

O que ele mais desejava agora era que estivesse em uma aula qualquer para não ter que ouvir o que saía das caixas de som do pátio, os gritos ensurdecedores do colega explosivo ditando o que ele deveria fazer.

— Shouto Todoroki, espero que esteja na cantina! Eu tenho uma coisa muito importante para te falar, e se sair correndo vou te matar!

— Todoroki-kun, o que você acha que ele quer? — Deku virou para si segurando sua umbuca de arroz, perguntando-lhe.

O bicolor apenas deu de ombros. Ele não conseguia imaginar o que era de tão importante que tinha de expor para a escola toda. Se fosse um "convite" para uma luta, não seria bem mais fácil fazer isso cara a cara?

— Meio a meio! — Depois de uma pausa a voz de Katsuki retornou. — Para de se fazer de papel branco. Pela falta de expressões, espero que isso te deixe ao menos surpreso, pois se dizer que já sabia e não fez nada a respeito, eu vou te explodir.

Mais uma vez, todos olhavam para o heterocromático perguntando o que estava acontecendo e o porquê de seu colega estar na rádio da escola, mas assim como todos, ele também não sabia. Ao observar a mesa que Bakugou costumava sentar, alguns riam desacreditados e um em específico, parecia que queria um buraco para se enfiar. Vergonha?, pensou o Todoroki.

— Presta atenção, cara de pavê: o Kirishima gosta de você e eu tô cansando de ver ele sorrindo que nem idiota sempre que te vê. — Suspirou, fazendo um som engraçado sair da caixa. — Caso não o note, venha até mim para receber sua morte! — gritou como de costume e soou um barulho de porta batendo. Com certeza ele havia saído do ambiente que ficava os aparelhos.

Surpreso? Todoroki estava e certamente assustado da forma que tudo foi dito. Os minutos foram passando e o bafafá foi diminuindo, as pessoas voltavam para o que faziam antes do anúncio inesperado.

Olhou de relance para a mesa em que Kirishima estava sentado, não o vendo mais ali. Levantou-se pedindo licença aos amigos e pôs-se a procurar o garoto, porque mesmo que ele não soubesse o que dizer, também não saberia deixar para lá.

Foi injusto para o colega ruivo e para si mesmo, que não teve tempo de conversar a sós sobre seus sentimentos e admitir o que vinha sentindo há meses.

Como (não) ser explanado sobre seus sentimentos, por KatsukiOnde histórias criam vida. Descubra agora