Capítulo Único - Such a good boy

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Katsuki estava extremamente estressado. Ele havia acabado de tirar a primeira nota baixa da vida dele e não conseguia acreditar naquilo. Era impossível, ele era um dos melhores da turma, como ele poderia ter ficado com a nota abaixo da média? Para ele, aquilo era inaceitável e ele sabia que para sua mãe seria da mesma forma; ele dava graças a Deus por morar na escola agora, pois não precisaria encarar a fera pessoalmente.

Enquanto ele caminhava para seu quarto consumido pelo ódio, pisando fundo e bufando, um certo alguém o viu passar. Sabendo que o amigo precisava de ajuda apenas vendo seu estado, Midoriya o seguiu silenciosamente, mas deixando o loiro saber de sua presença ao andar lado a lado com ele.

Assim que entraram no quarto, Bakugou se jogou sentado na cama, sendo acompanhado por Izuku, que estendeu sua mão para o amigo, este a pegou com agressividade e colocou dois dos dedos alheios na boca, os chupando com força e mordendo.

"K-Kacchan! Já falei pra não morder!" Deku reclamou, ouvindo o garoto ao seu lado resmungar e tirar os dentes de sua pele.

Ele ficou bons minutos chupando dois dos dedos do esverdeado, mas assim que se sentiu menos estressado, os largou para explicar o que aconteceu.

"Eu tirei nota baixa, Izuku. NOTA BAIXA! EU!" ele dizia apontando para si mesmo, ainda irritado. "Eu NUNCA tinha tirado uma nota baixa, você sabe disso, mas foi eu esquecer a porra do pirulito pra prova e deu essa merda. Agora vou ficar de RECUPERAÇÃO. EU! DE RECUPERAÇÃO, IZUKU!" Katsuki continuava a dizer irritado, enfiando os dedos do amigo na boca de novo quando acabou.

"Calma, Kacchan, você sabe que é inteligente. Só foi por causa do pirulito e tá tudo bem. Se quiser, eu te ajudo com a recuperação, mas não acho que precise." Midoriya dizia calmamente, usando sua mão livre para fazer um carinho nos cabelos loiros, vendo o amigo suspirar e ronronar com o toque. "Kacchan é um ótimo estudante, vai conseguir recuperar isso." ele continuou, sorrindo pequeno.

Katsuki apenas concordou com a cabeça, se sentindo mais leve graças aos dedos do amigo e às palavras de conforto.

Ele tinha uma fixação oral muito grande e sempre que estava ansioso ou irritado, precisava chupar algo para desestressar senão tudo desmoronava, como aconteceu na prova que ele tirou a nota baixíssima.

Com o passar dos anos ele e Deku se aproximaram tanto que o esverdeado um dia ofereceu ajuda ao amigo quando ele não tinha mais pirulitos sobrando na mochila, então ele aceitou depois de muito hesitar. Depois daquilo, Katsuki quase nunca chupava pirulitos, só em lugares públicos, porque se estivesse em seu quarto ou no do amigo, ele usava os dedos cheios de cicatrizes para melhorar seu estresse e frustração. Eles pareciam ser muito mais efetivos para ele e o garoto não entendia o porquê, mas também não discutia com aquilo.

Atualmente eles sempre se encontravam na situação de agora, inclusive havia virado algo natural para eles. Porém, algo foi diferente nesta tarde em especial, pois Midoriya parecia diferente para Bakugou, ele estava agindo estranho demais.

"Izuku, você tá bem?" ele finalmente perguntou, tirando os dedos do amigo da boca e os limpando na própria camisa, logo fazendo um carinho na mão tão cheias de cicatrizes.

"T-tá sim, Kacchan. Tudo certo…" Midoriya disse virando o rosto pro lado oposto ao do amigo, se encolhendo.

"Não tá nada bem, o que houve? Me fala." Katsuki perguntava preocupado, levando a mão até a coxa do amigo e fazendo um carinho ali, descendo o olho pra ver onde estava colocando a mão e, por isso, percebendo o motivo da reação do garoto. "Zuku, você tá duro?" ele perguntou, levantando uma sobrancelha e sorrindo ladinho.

"Eu- Eu- K-Kacchan, eu… Foi sem querer. M-Me desculpe." o esverdeado dizia se encolhendo, escondendo o rosto com ambas as mãos.

"O que te deixou assim, hm?" Katsuki perguntou curioso, soltando uma risadinha em seguida. "Foi por minha causa? Por eu estar chupando seus dedos? Você nunca reagiu assim antes." ele dizia tudo com um sorriso ladinho no rosto, sabendo bem que era exatamente por conta daquilo.

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