Capítulo 5 - (Re) meeting

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𝑁𝑒𝑤 𝑌𝑜𝑟𝑘 - 2009

~𝑃𝑜𝑣 𝑌𝑢𝑙𝑖𝑦𝑎 𝑅𝑜𝑚𝑎𝑛𝑜𝑓𝑓 𝑀𝑖𝑙𝑙𝑒𝑟~

Não consegui dormir nada essa noite. Passei horas me revirando de um lado pro outro, pensando o que diabos eu diria a Natasha depois de tantos anos. Cara a cara.
Levantei cedo, tomei um banho e fiz um café bem escuro.

- Você tá bem? - Ryan entrou na cozinha, sentando do meu lado. - Com essa cara não parece.

O olhei com uma cara de morte, dando mais um gole em meu café.

- Eu obviamente estou morrendo por dentro, Ryan. Vou encontrar com a minha irmã. Sabe, aquela que eu abandonei em 1995?

- Meu deus, Yuliya, que horror. Não diz uma coisa dessas.

- As vezes a verdade dói, meu amigo. - Levantei indo em direção ao pote de cookies, pegando um para comer.

- Você não abandonou ninguém. Até ela sabe disso.

- Você não pode afirmar isso. - Apontei meu cookie pra ele, em forma de acusação.

Ele levantou, indo em minha direção. Pegou meus dois ombros e me sacudiu levemente.

- Lia, eu entendo que você esteja nervosa e pensando em trezentas coisas, mas presta atenção. - Revirei os olhos, enfiei meu cookie todo na boca e o olho séria. - A pior parte da sua vida já passou. Reencontrar sua irmã é o de menos. Foi muito pior não saber onde ela estava todos esses anos, não?

Concordo sutilmente sem falar nada. Então ele continua.

- Eu vou estar lá fora o tempo todo, se serve de consolo.

- Você é fofoqueiro, isso sim.

- Okay, agora você está me acusando. - Eu ri e o abracei.

Silêncio.

- Serve. Serve de consolo. - Falei baixinho, ainda abraçada com ele.

- Ótimo. - Ele riu também.

***

Entrei na base da SHIELD meia hora antes do horário combinado. Eu estava tremendo completamente.
Fury, meu amigo de longa data, percebeu minha inquietação.

- E aí, como se sente, criança?

- Você sabe que eu não sou mais criança, não é? - Eu ri levemente.

- Te conheci quando era criança, então pra mim você sempre vai ser uma. - Ele afirmou e se aproximou de mim. Revirei os olhos. - Mas não respondeu minha pergunta.

Seu olhar sério me assusta, então respondi logo.

- Sei lá... - Eu realmente não sabia. Um breve silêncio se instala.- Por que não me contou antes sobre... ter achado ela?

- Isso não era sobre você, Yuliya. Sinto muito, mas a missão era mais importante.

Sorri sem graça.

- Entendi.

Ouvi passos atrás de mim.

- Agente Romanoff. - Fury disse, a cumprimentando.

Eu gelei quando ele disse seu nome. Meu coração estava saindo pela boca. Respirei fundo antes de me virar para ela.
Natasha estava usando um traje preto, e os cabelos ruivos estavam soltos, largados em seus ombros. Ela estava linda, ainda mais linda do que imaginei que estaria.

- Natasha, oi... - Falei o mais alto que consegui, tentando não parecer um sussurro. Fury piscou pra mim e saiu da sala.

Ela sorriu. Me senti um pouco mais confortável com isso, mas ainda assim estava completamente gelada, e muito provavelmente pálida.

- Oi, Yuliya. Bom te ver...

- Ahm... Sim. Eu...

- Você chegou cedo. - Ela disse se aproximando, e largando o que ela carregava em cima de uma mesa.

- Ah, desculpa por isso. - Estava me esforçando muito para não começar a falar sem parar.

- Tudo bem, não tem problema. - Ela se encostou na mesa e olhou para mim, de forma leve.

- Eu realmente não sei o que te dizer agora... - Eu brincava sem parar com as minhas mãos, estava nervosa. Tinha muito o que dizer.

- Você ainda faz isso com as mãos quando está nervosa. - Ela disse sorrindo. - Posso notar que você não mudou muito.

Eu sorri e endireitei minha postura.

- Isso é ruim?

- Acho que não. - Ela respondeu, simplesmente. - E não precisa ficar nervosa... Eu sei que você deve ter seguido em frente e tal, eu entendo. Eu só queria ver você de novo, agora que eu estava trabalhando com... seu irmão.

- Não, Natasha, não diga isso. - Respirei fundo. Percebi que esse era o momento de falar o que eu vinha pensando esses anos todos. - Eu não... eu não segui em frente. Eu nunca fui capaz de me perdoar por deixar você. Vocês... Não acho que mereço a vida que eu tive. Não sem vocês.

- Yuliya, não foi culpa sua. Eu teria feito a mesma coisa hoje em dia. - Ela confessou. - Eu fui estúpida, e paguei as consequências, okay? Não tem nada a ver com você.

- Desculpa.

Um silêncio pesado se instalou no local.

- Posso te fazer uma pergunta? - Ela quebrou o silêncio.

- Pode.

- Você é feliz?

Seria extremamente cuzão da minha parte dizer que sou infeliz, seja porque não trabalho com o que gosto, ou porque não nado em pilhas de dinheiro. Eu tenho uma família, e uma casa, e eu tenho uma pilha de memórias incríveis. Eu sou muito sortuda.

- Sim... Eu sou muito feliz.

Ela deu um sorriso, pude ver que ela realmente se sentia feliz por mim.

- Okay, sua vez, eu sei que quer perguntar algo. - Natasha disse, agora se sentando em uma cadeira.

- Hm... - Não queria ser indelicada, então pensei muito antes de falar. - Yelena. Sabe onde ela está?

Natasha ficou em silêncio. Acenou a cabeça negativamente.

- Espero que ela tenha conseguido sair, e... tenha tido uma vida igual a sua. - Ela sorriu fraco, provavelmente tentando se convencer disso. Ela também não havia mudado tanto assim. Sorri fraco também, me juntando a ela.

- Então... Você trabalha com a SHIELD agora. Essa é novidade. - Mudei de assunto, tentando deixar o clima mais leve.

- É... E eu tive que derrubar a Sala Vermelha para iniciar aqui. Loucura.

- Sério?? Wow... Então... A Sala Vermelha não existe mais? - Novamente acenou negativamente com a cabeça.

Esse fato me confortava, mesmo depois de tantos anos longe daquele lugar, ele ainda me assombrava, e saber que ele não existe mais é reconfortante.

O silêncio novamente se instalou entre nós, mas dessa vez era bem mais leve.

- Me conta sobre a sua vida. - Natasha novamente é a primeira a falar.

- Ah... Te garanto que não é tão interessante...

- Tudo bem. Eu quero saber.

Afirmei com a cabeça.
A contei sobre Syracuse, e meus pais, e também sobre a quantidade de balanços nas praças. Falei sobre meu aniversário de 16, e contei histórias sobre a faculdade. Ela prestou atenção em todas. Realmente senti falta dela.

- Eu fico feliz por você... Lia. É assim que te chamam, né? - Acenei que sim. Ela riu. - Você merece toda a felicidade que tem.

Me senti mal, confesso. Queria abraçar ela e dizer que ela merecia toda felicidade do mundo, mas me segurei. Apenas sorri para ela.

- Senti sua falta, Nat.

- Eu também senti sua falta, Yuliya.

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⏰ Última atualização: Jun 12, 2022 ⏰

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