Capítulo 2

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A mão de Daniel segura firme em meu cabelo, mas não está machucando. É
mais um toque possessivo do que qualquer outra coisa e se ele soubesse o que isso causa em mim, não faria isso. Meu corpo se derrete com a proximidade entre nós e um gemido baixo sai pelos meus lábios entreabertos.

— Vou perguntar novamente e espero que me dê o que quero. — Sua voz é
fria, mas faz meu corpo ficar muito quente.

Sonho durante noites a fio com ele me debruçando em sua mesa e me
prendendo com seu corpo.

Um dia notei que ele esqueceu a carteira em uma mesa do salão e fui levar até sua casa, quando entrei nela reparei em uma venda e um chicote que estava em cima do seu sofá. Teve também a vez do advogado dele me pedindo para levar alguns papéis em seu escritório, o que vi escrito quando os deixei cair me deixou acordada
por noites a fio. Depois desses dias não parei mais de pensar em como seria se ele usasse esses itens em mim.

— Dançando... — repito minha resposta em desafio.

Sempre fui de achar que se você está na chuva é para se molhar e já faz dois anos que quero Daniel Cortez. O único problema é que ele sempre me evita e a cada apresentação eu tenho a impressão de que ele fica mais frio comigo, as vezes é grosso ou me dá uma resposta mordaz. Então essa situação vai se resolver agora, apesar que o mais provável é ele me mandar embora.

— O que te fez pensar que poderia burlar as regras do meu estabelecimento? — Sua voz sai crua e começo a perder a coragem, ele parece realmente nervoso, sua
mão aperta um pouco mais e sinto uma pequena fisgada de dor.

— Primeiramente solte meu cabelo, você está me machucando. — Digo firme, tentando esconder a fraqueza com palavras duras, lógico que ele não está me machucando realmente, mas não posso deixá-lo me ver mais vulnerável do que já estou.

Tubarão quando sente o cheiro de sangue ele ataca, no nosso caso, minha vulnerabilidade é o sangue e se ele enxergar estarei ferrada. Daniel não é conhecido por ser só um dono de boate, ele tem outros negócios não tão honestos. Já ouvi comentários de que ele é um matador de aluguel. Isso no meu país tem outro nome, e sei que com gente assim não se brinca.

Daniel trava seu olhar no meu, em uma batalha de quem desvia primeiro. Não arredo o pé, jamais abaixei minha cabeça para homem nenhum e não é só porque estou apaixonada por ele que começarei a fazer. Ele dá um sorriso de canto e se afasta.

— Aqueles homens lá fora esperaram o ano inteiro para serem escolhidos e você jogou suas esperanças fora para me provocar.

— Pelo que eu sei, quem inventou isso de escolher um cliente para dançar foi eu. Não acha que posso escolher quem eu quiser?

— Você pode ter inventado, mas quem manda aqui sou eu. — Sua voz é dura e dou um pequeno passo para trás, o que é meu erro se tratando dele.
Daniel avança e eu me afasto até sentir minhas costas na parede. —Você me desafia, me desobedece... merece levar uns palmadas por isso. Se fosse minha...

Ele se interrompe e fico curiosa para saber o fim da frase, então resolvo
empurrar um pouco mais os seus limites.

— Se eu fosse sua o que? — Minha voz está rouca e meu desejo por ele está
bem aparente. Me aproximo, deixando nossas bocas bem próximas. — Sua o que, Daniel Cortez?

Ele não é um homem covarde, e nunca pensaria que ele fosse me bater por algo assim. Sei que ele não me machucará fisicamente, pelo menos não sem meu consentimento. Ele até bateu em um cliente que tentou agarrar uma das dançarinas a força. No entanto não é com o meu corpo que estou preocupada e sim com o meu coração. Sei que encontrei o homem que pode tanto me fazer feliz, como me destruir. E não seria por força bruta e sim com palavras.

— Você está mexendo com algo que não pode aguentar Elisa. — O aviso em sua voz aperta o botão de "atenção" em mim. Sei que se eu continuar a empurrar,ele agirá, mas será a reação que eu espero?

A resposta está em meu próximo ato, quando me aproximo e falo em seu
ouvido.

— Eu posso aguentar tudo que você quiser que eu aguente, Daniel...

Arfo em surpresa quando ele agarra meu cabelo novamente e bate minhas costas na parede. Sua boca devora a minha com sofreguidão, nossas línguas duelando em busca de quem consegue o maior prazer. Ele tem gosto de menta e do seu charuto cubano favorito. Gemo em resposta aos estímulos que meu corpo está
sendo submetido.

Exerço um pouco de força e me levanto, rodeando sua cintura com minhas pernas. Me esfrego em sua protuberância que está dura. Sinto que posso gozar só assim.

Sua outra mão vai até minha bunda e aperta, pressionando minha buceta
mais ainda em seu pau.

— É isso que deseja? — se afasta um pouco e rosna entre beijos que vão domeu pescoço até minha orelha, ele morde e lambe o local — Ser fodida contra uma parede no local onde trabalha?

Sei que deveria estar me sentindo constrangida pela suposta reprimenda, mas nunca fui de ter pudor. Não sou uma virgem pudica, muito menos deixo que ditem o que eu devo sentir. Amo a luxúria e sei que com ele alcançarei patamares
jamais visto antes. Pensando assim eu passo minha língua pelo seu pescoço e chupo, dando pequenas mordidas antes de me afastar e olhá-lo diretamente nos olhos.

— Eu desejo que você me foda, e não importa o lugar. Quero senti-lo bem
fundo em mim, gozar no seu pau e sentir seu gosto em minha boca. Quero ver sua porra escorrer por entre minhas pernas e sentir sua marca em mim por dias. Eu quero você, Daniel.

Tiro tudo de dentro de mim e ele me olha com fogo nos olhos.

— Eu não sirvo para você, sou duro e não sei fazer sexo baunilha — outro
aviso sai e dou um pequeno sorriso.

— E o que serve para mim? Por acaso acha que quero um príncipe encantado? — beijo o canto da sua boca e mordo levemente seu lábio inferior. — Me dê tudo
que tem, Daniel Cortez.

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