único

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Heloísa estava inquieta, andava de um lado pro outro do quarto pensando que aquilo só poderia ser mentira. Por Deus, grávida? Passar por tudo isso de novo era uma piada, sequer estava com Leônidas, como contaria aquilo para Violeta sem que a irmã surtasse e passasse dias zombando da cara dela.

“Ora Heloísa? Não são um casal, mas você está grávida?” Provavelmente voaria no pescoço dela na primeira provocação.

Mas estar grávida nessa altura da vida é inexplicável, se sentia insegura novamente e sequer havia saído do quarto desde que havia voltado do médico. Já se sentia tonta então se largou na cama e dormiu naquela posição, ouvindo as batidas de Manuela a chamando para o jantar. Seguiu para a sala de jantar se espantando com o fato de que todos estavam ali jantando. Sentou-se na cadeira ao lado de Leônidas, que passou a brincar com seu vestido discretamente.

Manuela ao ver que Heloísa não fez questão alguma de se mexer, serviu o prato da menina.

— É risoto de camarão minha filha, você adora! – colocou o prato em frente a Heloísa, que soltou o ar quando o cheiro invadiu seu nariz e ela precisou de muito para não vomitar. — Coma.

Heloísa intercalou os olhares entre Violeta, Manuela e Leônidas e levou uma garfada até a boca. Parando de mastigar e sentindo o líquido subir pela sua garganta, jogou o guardanapo à mesa e se levantou de súbito, correndo até o banheiro.

— Heloísa! – a irmã gritou, mas sequer deu ouvidos quando já estava debruçada vomitando todo o jantar – que não foi muito.

Heloísa fechou a tampa do vaso e puxou a descarga, se recostando na parede do banheiro e tentando se recompor, limpou o canto da boca com as costas da mão, segurando as lágrimas que se acumulavam no canto de seus olhos. Levou a mão até a barriga na esperança de fazer aqueles enjôos pararem.

— Virgem santa, Heloísa! – Violeta exclamou correndo em direção a irmã. — Você está branca igual papel, você vomitou não é? – Heloísa assentiu. — Meu Deus minha irmã, o que aconteceu?

— Eu tô grávida, Violeta. – Heloísa respondeu, caindo em um choro que Violeta não soube decifrar se por tristeza, enjôo ou felicidade. — Grávida! Você tem noção? 

— Grávida minha irmã? De quem? – Violeta precisou de pequenos quinze segundos para saber. — AI MEU DEUS VOCÊ E O LEÔNIDAS?

— Fala baixo, Violeta! – rosnou. — Ele não sabe ainda.

— Ah meu Deus, eu vou ser tia! – Violeta bateu palminhas abraçando a irmã. — Tudo vai ser diferente agora minha irmã, tudo.

Heloísa tentou sorrir, não soube bem o que fez, mas retribuiu o abraço e se deitou.

•••

Já era manhã quando Heloísa apertava as próprias mãos em busca de Leônidas um pouco mais animada, nos últimos dias seu coração foi reconstruído e sua Clarinha estava de volta, em forma e sorriso de Olívia que a acolheu de braços abertos. Seguiu para a cozinha e encontrou Leônidas cortando um pedaço do bolo de casamento.

— Leônidas. – ela chamou baixinho, se aproximando com cautela.

— Oi minha Rosa, bom dia. – ele sorriu. — Quer bolo? Tá uma delícia!

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