Caminhar era uma terapia que os Potter sempre recomendavam a Harry quando o jovem parecia agitado ou calado demais, independente de ser na beira da praia ou num parque da cidade, andar diminuía qualquer tensão ou stress acumulado no corpo durante um dia inteiro.E foi isso o que ele fez, Malfoy ainda não tinha voltado da sua segunda saída da casa, então Harry encerrou o contato com Pansy algum tempo depois e entediado, ele seguiu o conselho de seus pais e saiu pela mesma porta que Draco.
Harry ficou sentado na areia olhando as ondas irem e virem e inspirando o cheiro forte da água salgada que estranhamente o fazia relaxar. Ele não sabia o que fazer, o que dizer a Malfoy após todo o ocorrido.
Era insano pensar que ele, Harry Potter, tinha tomado uma atitude tão atrevida, sem medir as consequências.
E o que ele faria, afinal?
O prazo da aposta estava acabando e tudo o que Harry não queria era um clima pesado e estranho nos últimos dias de estadia na casa dos Parkinson.
"Como você é burro, Potter!" – exclamou consigo mesmo chutando a areia embaixo de seus pés. Ele fechou os olhos bruscamente e continuou se praguejando por incontáveis minutos até sentir-se calmo o bastante pra não socar a si mesmo.
Harry não podia agir como se sua atitude repentina não tivesse sido estúpida; mas também não era como se ele nunca tivesse reparado em Malfoy e toda a sua beleza e corpo definido. O problema era Harry não saber como tivera coragem de fazer tal coisa e ainda agir cinicamente depois.
suas amigas surtariam se soubessem daquilo.
— Potter?
Harry saltou da areia e olhou pro lado vendo Malfoy negar com a cabeça e rir da sua reação enquanto caminhava pra perto dele. Levou muito mais que segundos para o loiro dizer ou fazer algo e cansado do silencio, Harry fez menção de levantar pra sair dali.
— Espera! –ele o chamou colocando uma mão em seu antebraço, fazendo Harry erguer uma sobrancelha, gesto que Malfoy nunca contaria a ninguém, mas que achava gracioso vindo do moreno de olhos verdes. — Eu... queria saber se você quer fazer alguma coisa.. tipo, sair pra comer alguma coisa em algum lugar aqui perto.. – Harry franziu o cenho.
— O que quer com isso?
— Nada, oras. Só vim perguntar se quer fazer algo.. – Harry pensou. E pensou muito mais do que esperava. Sua cabeça ainda dava voltas e parecia longe de voltar ao lugar normal. — Está quase na hora de voltarmos pra casa e.. – Malfoy riu consigo mesmo e coçou sua nuca antes de continuar — Precisamos ao menos, nos dar bem de hoje em diante, não?!
— E porque está disposto a fazer isso agora? Quando eu te sugeri isso, você me ignorou e me deixou falando sozinho.– Harry comentou ainda de sobrancelha erguida. — Olha, Malfoy, o seu irmão é louco e você sabe disso, assim como sabe que tudo isso não passa de mais uma das mil provocações dele. – Draco ficou em silêncio — Se nos cuprimentarmos apenas com um olhar, ele já estará satisfeito.
— Mas pra isso acontecer, precisaremos interagir de alguma forma. – Draco voltou a falar e coçando a nuca Harry deu de ombros.
— E então, o que faremos? – o loiro desdenhou.
— Vamos dar uma volta. Depois a gente vê o que dá..
A mente de Harry deu uma volta de novo, e novamente seu subconsciente o apontou para a cena de algumas noites atrás quando ele esbarrou em Malfoy, ficando por baixo dele na sala, ou o ocorrido na cozinha da casa dos Parkinson, ele quis rir consigo mesmo, mas apenas tossiu falsamente e olhou para a areia chutando-a para que batesse no outro. Malfoy não agiu como Harry achou que faria, ao contrário, ele riu travesso e se agachou, enchendo a mão de areia antes de correr atrás do moreno, rindo infantilmente.
Harry conhecia os dons dos Malfoy para diversos esportes, e não ficou nada impressionado quando suas costas foram atingidas em cheio por uma porção de areia, em seguida seu cabelo, orelhas e assim que tropeçou em si mesmo pelo excesso de riso, ele sentiu o peso do corpo de Malfoy o cobrir com aquele pó branco enquando suas risadas ecoavam descontroladamente, pareciam duas crianças que acabaram de fazer uma grande travessura e antes dos risos cessarem, Harry olhou pra Draco que estranhamente já o encarava em silêncio e respirando fundo o loiro virou para o lado saindo de cima de Harry e sentou na areia.
— Desculpe. – o loiro falou.
— Pelo que? – Draco deu de ombros.
— Por tudo. Todas as implicâncias, todos as ofensas sem fundamentos e atitudes infantis.. Me desculpe mesmo.
— Tá tudo bem, eu me acostumei. – Harry retrucou e levantou do chão tirando a areia de sua roupa antes de seguir de volta para casa.
Ele não sabia o que tinha acontecido com Malfoy para que ele tivesse agido daquela forma, mas sabia que precisava sair dali o mais rápido possível e se trancar no quarto até que seus amigos chegassem para buscá-los. Estar no mesmo ambiente que Draco, principalmente nas últimas horas tinham se tornado uma missão quase impossível e sufocante, num nível que nem Harry mesmo saberia explicar. Ele não tinha certeza de quanto tempo mais aguentaria, mas torcia para que tudo ocorresse bem até o fim de semana.
— Potter! – Malfoy gritou correndo pra acompanhar o moreno e sem olhar pra trás, Harry abriu o portão da frente e sumiu dentro de casa. Podia ser ridículo, mas ele não ligava. — Vamos lá, não vamos voltar a estaca zero, vamos?! Acabei de propor uma trégua pra nós. – ele gritou na porta do outro, sem obter resposta. — Nós precisamos conversar ou esse plano idiota do meu irmão não vai dar certo. Vamos ao menos, uma vez, deixar ele feliz por ter conseguido algo.
Demorou um pouco, mas o barulho da tranca foi ouvido e abrindo uma brecha razoável entre a porta e a parede deixando um espaço de passar apenas um braço ou mão. Harry estendeu a mão de forma infantil e mesmo revirando os olhos, Malfoy riu, apertando-a em seguida.
— Podemos ir no bar aqui perto, a carne de lá é a melhor. – Harry disse ainda com sua mão esticada para fora e seu corpo todo escondido dentro do quarto. — Às 19:00.
— Ok. – Malfoy respondeu e então soltou a mão do outro indo em direção à varanda da casa, dessa vez ele não iria sair, ele só precisava fazer uma ligação e ser ouvido pelo moreno era a última coisa que ele precisava.
Ele só esperava que o seu receptor não estivesse ocupado de novo.
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MARRY YOU - 𝙳𝚛𝚊𝚛𝚛𝚢
Fanfiction(FINALIZADA) E se depois de perder uma aposta, você tivesse de ficar preso na mesma casa com uma pessoa que você detesta. Pior, descobrir após horas de bebida na noite anterior, que estava casado?! História de minha autoria, personagens pertencem a...