A inconveniente

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     Sempre há, em todo lugar, aquele vizinho insuportável, que é mestre na arte de ser

 inconveniente e invasivo. No caso que me refiro, se trata de uma vizinha, que vou chamar de

 Fernanda.

     Essa Fernanda, que lamentavelmente tem uma espécie de "trânsito livre" onde moro, pois

 tem uma amizade com minha mãe, parece possuir o dom de aparecer em horas totalmente

 inapropriadas, como quando estamos almoçando, por exemplo. Ela sempre aparece nessas

 horas e quer ficar conversando com minha mãe, e parece não se importar de estar

 atrapalhando o almoço de uma família, essa desgraçada.

     Por um azar tremendo, essa vizinha mora no apartamento ao lado de onde moro, o que faz

 com que seja bem fácil para ela, com sua infeliz presença, ser altamente incômoda.

     Eu poderia até ser condescendente com ela, imaginando que talvez ela não tem a intenção de

 ser estorvante como é; mas, sinceramente, alguém que chega na casa de outra pessoa, percebe

 que todos estão almoçando e não tem o bom senso de arrumar um jeito de se retirar, não

 merece a menor condescendência.

Sobre o aspecto físico, ela tema uma estatura baixa(mas não muito), cabelos pretos, uma pele

 clara, seios de médio para grande; tem cerca de 37, 38 anos e não se pode dizer que é feia, ainda

 mais depois de fazer uma bariátrica, já que estava obesa, uma espécie de semi-baleia. Para

 minha infelicidade, sua inconveniência não se foi com seus quilos na operação.

     Há uma característica em Fernanda que me é intragável: ela é insuportavelmente

 intrometida. Um exemplo disso foi a vez em que minha mãe cometeu o terrível erro de pedir

 sua opinião sobre a decoração de um quarto. Claro, levando em conta que minha mãe foi quem

 pediu sua opinião, não seria justo dizer que foi intromissão. Mas o problema foi outro. 

A vizinha insuportávelOnde histórias criam vida. Descubra agora