Cap 25

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Algumas semanas depois...

- Eu não acredito que sua mãe está vindo para cá. - Betty dizia toda empolgada do outro lado do telefone.

- É Bee como eu já disse, nem eu sabia, mais ela resolveu vir e eu não pude impedir, e também não podia deixar ela vagando nessa cidade a procura de mim.

- Já contou que está trabalhando como secretaria e destrancou a faculdade ? 

- Não.

- Bom, vocês terão bastante tempo pra conversar, eu acredito - ela diz e eu suspiro.

- Não acredito que depois de tanto tempo, vou rever ela.

- Ja te disse que casos mal resolvidos sempre voltam.

- Tá..tá.. vc sempre diz isso - Digo nervosa.

- Nem começa...

- Tenho que desligar. Beijos.

- Beijos.

Já fazia horas que eu estava sentada em uma fileira de bancos do aeroporto esperando aquela mulher que eu ainda chamava de Mãe.
Quando eu estava prestes a levantar para sair, escuto uma voz falha atrás de mim.

- Cheryl...

Viro meu rosto e logo depois meu corpo na direção da voz. Ver ela depois de tantos anos me fez sentir um calafrio e um flash do passado.

- Dona Penélope.

- Meu senhor, como eu senti sua falta menina - correu, deixando sua mala ao chão e me abraçou. Fiquei intacta, apenas esperando até que seus braços me soltassem.

- Bem vinda mamãe - Digo com certa ironia contida.

       

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Horas mais tarde eu já havia a levado até minha casa. Contei para ela tudo o que havia passado depois de sair de casa, de como tive que cuidar de mim, e de todas as dificuldades que havia passado durante todo o período. Até que o assunto chegou em uma pessoa.

- Ela não sabe que você estava apaixonada ? - Perguntou chocada.

- Não.. nem pretendo contar.

- Mas porque não Cheryl.. Ela merece saber.

- Ela merece saber ? Deixe a ficha cair mamãe... Vc sabe que pessoas como Antonniete Topaz nunca desejariam ter uma família com mulheres como eu.. - Digo e ela tenta rebater mais eu continuo - Nem meu pai quis - então ela se cala.

- Por favor.. não inicie isso agora.

- Mas é a verdade. Sabe disso.

- Eu sei... Mais sabe que eu não tenho culpa, eu lutei pra vc ter uma vida digna.

- Digna de desprezo ? De sofrimento ? Eu nunca tive o amor daquele homem, ele nem acredita que eu seja filha dele.

- Cheryl - ela já soluçava - eu lamento não poder te dar uma vida melhor, mais eu não pude fazer com que ele acreditasse. Vc sabe como é, vc está passando pelo mesmo que eu, a anos atrás. Do mesmo modo que vc se envolveu com essa tal de Antonniete eu me envolvi com seu pai, acabei engravidando, e quando vc nasceu  eu precisava de ajuda, então resolvi levar vc até ele, mais ele não quis saber de mim ou de meu amor pelo mesmo. Tudo o que eu fiz foi por querer o seu bem..

- Me permitir te ver se deitar com vários homens todos os dias por dinheiro é demostrar amor mamãe ?

- Eu não consegui abandonar essa vida filha... Mais vc, vc teve a chance. Vc pode fazer tudo diferente, seguir uma vida diferente, pode tentar alcança-la se tentar - Cheryl.. vc deseja isso não é mesmo ? - ela me olhou profundamente. Era incrível como ela continuava linda, seus cabelos ruivos, sua pele clara pouco enrugada, diria até que não aparentava ter a idade que tinha. Sua maquiagem bem feita, sua roupa discreta e formal. Parecia uma senhora importante.

- Não quero conversar sobre isso. Se quiser pode arrumar sua coisas no seu quarto onde separei. - digo indiferente.

Como se percebesse que estava entrando em uma assunto delicado de mais, ela resolveu se calar e apenas se levantou.

- Cheryl.. eu arranjei um hotel, para ficar. Eu não queria incomodar você tendo que ficar aqui na sua casa, no seu conforto.

- Você vai ficar no hotel então ? Sabe que se quiser pode ficar aqui.

- Eu sei.. mas por agora vou para o hotel. - Diz cabisbaixa forçando um sorriso.

- Tudo bem, faça da maneira que se sentir melhor. - Falo me levantando - Quer que eu te dê uma carona até esse hotel ?

- Não, não precisa..

- Eu insisto..

- Okay, pode me levar, só pensei que  preferisse descansar, sei que ficou um bom tempo me esperando no aeroporto.

Não discordei dela, pois era a verdade. Como as malas ainda estavam no carro, eu apenas a levei até onde ela ficaria. Era um pouco longe da minha casa, mais era rápido de carro.

- Pronto. - digo ao estacionar em frente.

- Obrigada por me trazer até aqui. - Ela disse sorrindo. Parecia estar desconfortável.

- Não foi incomodo algum, qualquer coisa é só me ligar. - digo, e ela fica me olhando por um bom tempo.

- Eu te amo Cherry... - sorri fraco, e olha em meus olhos - e com toda certeza sempre amei.

Fico sem palavras, a discussão em minha casa me fez sentir desconfortável ao ponto de ficar fria. Mais ver ela na minha frente depois de anos se abrindo para mim, me fez sentir um calor no peito. Eu apenas sorri para ela, que logo desceu do carro recebemos ajuda de um dos empregados do hotel para retirar as malas. Quando ela entra para dentro, eu respiro e vejo que o hotel não é qualquer hotel, e sim um lugar muito bom e com uma fama até considerávelmente boa.

Decido voltar a minha vida e piso o pé no acelerador.

Já estava de noite quando voltei para casa cheia de sacolas de compras. No dia seguinte eu teria que trabalhar, e meu ânimo não era agradável. Após comer eu me deitei no sofá, e coloquei uma animação para assistir. Shau, o carneiro passava na enorme televisão, embora eu pensasse de mudar o programa, acabei desistindo quando percebi que meus olhos já estavam pesados. E sem que demorasse muito tempo, eu acabei adormecendo.

Vizinha de Luxo (Adaptação Choni) Onde histórias criam vida. Descubra agora