A dança da misericórdia

28 2 0
                                    

Em um lugar muito distante da multidão, uma grande família se escondia por trás das cortinas de seu reino, chamada Haru, ela obtem 7 irmãos que viviam isolados e confinados no castelo, o rei e a rainha em conflito constante com o reino vizinho, os Komori, aprisionavam seus filhos pelo medo de perde-los.
Como uma introdução, essas crianças se chamavam, Luiza Star, Amy, Chara, Sayori Kim, Sakura Kim, Takashi e as gêmeas mais velhas Yoshida e Matsuri. Em uma família machista, as garotas cresciam como empregadas e os homens lutavam e treinavam diariamente para combater aquele reino algum dia.
Em apenas mais um dia normal em casa, o rei foi flagrado com a rainha dos Komori, Yui, Sakura, a Rainha dos Haru, com ódio e seus olhos de sangue lutou contra seu marido não temendo seu poder. Ferida, ela lamentava no chão por tudo que passou, seus filhos estavam contidos no canto do castelo e apenas uma criança fora até sua mãe, a abraçou naquele silêncio caótico, essa era Star, uma criança com longos cabelos rosados como uma flor de cerejeira lisos que quase arrastavam no chão, um choro de desespero começou a ecoar lentamente nas paredes do grande castelo, sua mãe põe sua mão no rosto de sua filha dizendo:

- Anjo, salve-os deste lugar, mamãe acredita em você.

Atordoada, ela consegue se erguer lentamente para dar um beijo na testa de sua filha, aura rosa paera entre ambas fazendo as lágrimas de Luiza reflerirem em seu rosto, Sakura deu seu último suspiro, e solta a garotinha que tinha apenas 6 anos, a caçula de seus irmãos. Até que Amy, uma das mais velhas veio pegar Luiza, com uma camisola branca suja arrastando pelo chão do Palácio, pés descalços, uma garota ruiva corre até sua irmãzinha e a levanta do chão por trás a trazendo para dentro de casa, Amy tinha 13 anos e era uma das mais sábias, indo escondido na biblioteca diariamente quando seu pai adormecia, claramente pretendia fugir daquele horrível lugar. Acolhendo Luiza, Amy a abraça fortemente e ambas caem no chão ajoelhadas, o olhar de Amy era um ciano frio que percorria pelos corredores sem descanso mesmo acolhendo Luiza, ela vê seu pai chegando e arregala os olhos levantando e indo pra trás. Luiza limpa as lágrimas vendo seu pai chegar, o homem furioso olha Amy nos olhos e ambos trocam olhares, a garota relaxa seu semblante sem o temer, deu um passo para frente e disse:

- Viu o que fez? Mamãe está morta por sua causa!

O rei a agrediu com um tapa em seu rosto, palavras ácidas vieram da boca daquele homem, impaciente, ele puxa o cabelo de Amy de uma vez, grandes e belos cabelos ruivos que costumavam iluminar aquele lugar tão úmbrio, Luiza grita enquanto levantava:

- Larga! A Amy não fez nada!

Seu pai novamente partiu para a agressão física a empurrando com o braço a fazendo bater na parede assim desmaiando, Amy grita pelo seu nome não querendo que se machucasse, aquele homem estava fora de controle.
Luiza acordou, sua visão turva, sente algo a apertando e segurando, viu que estava em um lugar novo, diferente, era o porão do Palácio, um quadrado de coloração cinza e alguns animais fictícios pintados nas paredes como unicórnios, junto com arco-íris e doces, claramente a pintura já estava desgastada. No centro da sala havia uma pedra circular como um cilindro onde tinha algumas correntes extremamente pesadas para Luiza, algemas prendiam seus pulsos e as correntes de ferro em seus pés, seu rosto levemente sujo ela balança seu cabelo tentando tirar de seu rosto, sem muito sucesso, olhou em volta em desespero com olhos arregalados marejados com muita dor de cabeça.
Horas se passaram e nada, ela já estava desistindo, aquele lugar tinha um odor horrível que ela até já tinha se acostumado, os olhos cor de carmesim já tinham perdido o seu brilho, até que uma voz é escutada, é de um garoto, ela mexe seu olhar para cima e só depois a cabeça, dos pés a cabeça ela vê seu irmão mais velho Chara na grade a chamando, o rapaz tinha apenas 8 anos, ele sorriu de forma triste tentando anima-la:

~Ei... ei maninha, vai ficar tudo bem ta bom?... pelo menos... com você.

Abaixando o olhar, Chara olha para sua roupa que continha sangue espalhado, suas mãos estavam com um pouco de sangue mas mesmo assim seu semblante estava claramente abalado, Luiza arregalou os olhos tentando sair de la, a gritos, ela tentou se soltar de todas as formas debatendo as pernas, o barulho das correntes perturbavam e ecoavam, Chara pegou a chave de seu bolso abrindo a grade e entrando, os gritos foram aumentando cada vez mais, o desespero de sua irmã era óbvio, seu irmão cheio de sangue poderia ser qualquer coisa.
Após entrar, ele liberta ela e diz a ajudando levantar:

- Se quer viver, escape, mas não esqueça de olhar o quarto de Amy.

Palavras que soavam como deboche para Luiza, a fez o empurrar e então subiu as escadas com a visão perturbada e turva, quanto mais corria, mais seu coração batia e mais ela se desesperava lembrando de sua irmã tão amada, o que poderia ter acontecido com ela?
Subindo tudo e passando pelo castelo, ela para na porta de Amy, e assim que abre, a luz da Lua batia na cama, o resto do quarto estava no pleno breu e escuridão, um tênis sujo acompanhado com uma meia branca até a canela, balançava na cama próximo do chão, a porta rangia e então um corpo se inclinou para frente da janela lentamente, uma garota de cabelos brancos e olhos cianos estava olhando para a janela admirando a luz da Lua, o luar realmente tinha a prendido naquele momento, uma criança tão linda, ela tinha algumas sardinhas na bochecha e o seu cabelo era extremamente liso e fino como fio de pano.

- Amy...?

Luiza diz, a garota vira o olhar para ela e por alguns segundos na visão turva de sua irmã, aquele cabelo platinado virou ruivo brilhando junto com a Lua, porém logo se desfez deixando apenas seus dois olhos vibrantes encararem Luiza sem expressão, por alguns poucos segundos, Luiza fechou a porta a batendo, suas mãos tremiam e suavam frio naquele momento, foi assustador, andando um pouco pra trás, ela bate em Sayori que estava passando com um leite morno para o seu quarto:

- ~Ai... Star? Ta tudo bem? Parece assustada.

Luiza olhou para Sayori com alguns fios sobre o rosto e balançou a cabeça negando, riu e acenou com as mãos dizendo que estava tudo bem, Sayori então deu de ombros e disse:

- Vai dormir então, está fazendo o que acordada? E onde você tava?! Tive que fazer a tarefa sozinha hoje, amanhã pelo menos que você faça algo.

Luiza abaixou a cabeça e suspirou se sentindo mal, concordou e sorriu com lágrimas nos olhos, Sayori não parecia assustada com a morte de sua mãe adotiva, sim, Sayori Kim era adotiva, uma híbrido de lobo que foi acolhida, com seus 7 anos, ela era como a empregada que cozinhava junto com Luiza. Então Star se calou e a mão de Sayori foi posta na sua cabeça acariciando como um cachorro.

- Vamos...

Disse Sayori puxando Luiza pelo ombro como se tivesse a abraçando, indo pro quarto, Luiza se sentou na cama dela como se quisesse falar algo, não quis ir para seu próprio quarto naquela noite... estava com medo e assustada, lágrimas começaram a escorrer, era o bebê chorão da casa, engolindo seco ela pergunta:

- O-o que aconteceu com Amy? E-e por que Chara estava ensanguentado?!

Sayori colocou o copo sobre a cabeceira e suspirou na fala de sua irmãzinha, se sentou na cama ao seu lado e os seus pequenos e puxados olhos amarelos viram para Luiza por baixo.

- Chara não a machucou, Luiza, Chara estava...

Luiza abriu os olhos com um certo arregalo querendo saber, a única iluminação era da fresta da porta que se mantinha entre aberta e do luar que estava extremamente forte naquela noite estrelada. Os olhos de ambas estavam vibrantes...

- Protegendo Amy. Protegendo de nosso pai.

Há algumas horas atrás...

O rei após aprisionar Luiza no porão, levou Amy a força para o salão das longas danças, a mulher olhou bem para todo o lugar e sua camisola parecia ter virado um vestido, fez reverência ao seu pai como uma forma de ironia e uma falsa demonstração de respeito, o homem segurou sua mão e a girou, o por do sol já estava acontecendo, o salão era gigante com várias janelas enormes que mostravam o reino tão destruído por fora, apenas com uma ardente floresta escura, os longos cabelos ruivos saltavam como um momento de paz, o rei deixou ela dançar naquela sala, como se tivesse alucinada.
Aquela sala nunca foi para festas, o rei odiava. Espadas a atacaram repetidamente a cada batida repetida que a música dava, era armadilha, e ela sabia disso, manteve a sua dança como se seus pés fossem sapatilhas, e sua camisola um vestido de diamantes, aquele olhar de dor e aceitação, as espadas não acertavam pontos fatais, mantendo a dança, o rei a ajudava com um breve sorriso no rosto, o por do sol já finalmente estava acabando.

- Você nunca iria aguentar

Disse o rei, onde a segura pelas costas a deixando "terminar" sua dança com seu corpo para trás e uma perna levemente levantada e a outra apoiando no chão, aquele corpo magro se destacou, o cabelo caído no chão fazia curvas belas no chão e seu rosto livre de qualquer dor a mais, olhando para seu pai ela diz...

- Prometo a ti que serei perfeita um dia...

A família HaruOnde histórias criam vida. Descubra agora