O outro lado do paraíso

9 0 0
                                    

A viagem foi longa, porém próximos a cidade elas conseguiram pegar carona, foram de veículo público até o centro da cidade, demorou bastante e foi bem cansativo, aquelas luzes confundiram Luiza e Hate, era tão movimentado, tão urbanizado que seus olhos até se cerraram, assim que chegou em um ponto de ônibus, Hate saltou com sua irmã aquela vida nova seria difícil mas nada impossível.
Andaram pela cidade procurando por ajuda, ambas passaram a noite acolhidas em um toldo da cidade, com frio e fome mas se aguentaram, Hate sabia que era capaz de conseguir.
No dia seguinte, elas acordaram cedo, Hate acordou Luiza e as duas foram continuar a procurar ajuda. Em uma escola pública, um dormitório integral, a mais velha teve uma idéia, deixaria Luiza segura enquanto trabalhava para da-la uma vida melhor, por ser maior de idade, era mais fácil cumprir essa tarefa, foi difícil a deixar la, a menor fez birra e chorou se agarrando no corpo alheio, porém após uma boa e longa conversa, Luiza aceitou o destino entrando no seu novo colégio a acolhendo, já Hate, foi de porta em porta provando seus devidos conhecimentos para poder quem sabe entrar em uma faculdade e terminar os estudos que pouco teve apenas auto se ensinando e aprendendo com os livros daquela biblioteca.
Após muito trabalho, uma faculdade o aceitou após sair o resultado da prova que ela fez, se manteve nas ruas pouco se alimentando mas quando fora aceita, entrou na faculdade com pressa. Hate entrou na faculdade pública para medicina. Deu seu máximo para passar e não reprovar nenhum ano, junto com a faculdade, Hate passou a trabalhar como professor de escola após o 2° período, juntando por todo esse tempo, sua faculdade era como a escola de Luiza, existiam dormitórios que os alunos poderiam morar.
Não demorou muito, a garota albina ouvia rumores horríveis por causa do seu corpo e aparência precária de saúde, pesando por volta de 48 kilos, a garota tinha 1,85cm de altura com um cabelo enorme que encostava na sua coxa, porém não se importava ou pelo menos demonstrava isso, Hate estava fazendo isso por Luiza.
Falando nela, ao contrário de Hate, a mulher com 12 anos entrou no 6° ano, ela não sabia escrever nem ler, sua dificuldade fez com que não fizesse amigos e tudo que a rodiava eram as notas vermelhas que recebia, porém não se perdeu de tudo, seu dom impressionante com instrumentos fez com que ela mantesse sã mesmo com todo aquele estresse, sempre sorridente, ela escondia totalmente o seu desespero de decepcionar sua irmã que estava fazendo tudo por ela.

Quatro anos depois...

Luiza estava no 1° ano do seu ensino médio, e Hate tinha acabado sua faculdade, com os estágios e o seu trabalho, ela conseguiu comprar uma kitnet perto da faculdade, a deixando alugada. Não desistiu da riqueza, sabia que não iria muito pra frente se parasse ali, então foi para outra faculdade, conseguiu entrar em outra faculdade pública agora de psicologia, ela não parava realmente, além de ser professora, começou a procurar estágios para tal curso, ela praticamente não dormia de tanto estudar e trabalhar, enquanto isso...
A garota estava com o auge 16 anos, entrou no segmento diferente do fundamental, era uma casa enorme para os dormitórios, um terreno gigante e em outro prédio as salas de aula, tinha vários campos o que fez ela achar suspeito, levava com si um violão que tinha ganhado da escola no fundamental, o violão já estava quebrado com cordas remendadas e o som precário, obsoleto. Todos a olhavam de forma esquisita, suas roupas e sua aparência realmente não a ajudava nessa questão, então, ela decidiu fazer algo para mudar isso, seu primeiro pensamento foi pedir ajuda para Hate mas não queria atrapalha-lo então deu o seu jeito.
Mudando totalmente seu visual, Luiza pegou uma faca de cozinha que tinha no refeitório indo para o banheiro e cortando aquele grande e mágico cabelo rosa que tinha, se olhou no espelho como uma pessoa diferente, sua magia foi embora, os cabelos se tornaram negros como o mais fundo universo, o mais fundo oceano, estava um pouco acima de seu ombro, ela então entrou em desespero olhando para a longa mecha rosa no chão que também estava escurecendo. Voltou a se olhar no espelho, seus olhos arregalados também mudaram de cor, aquela cor fuscia desapareceu sobrando apenas preto, como o seu cabelo, não conseguia diferenciar nem a irís da pupila, então ela largou a faca e acabou se cortando no braço, estava dando tudo errado pra ela né? Se ajoelhou no chão sentindo uma grande dor, memórias vieram, lembrou de Hate cuidando de seu corte na mão quando criança. Um leve sorriso feliz veio fazendo a ferida doer menos, o coração desacelerou e apenas esquentou, o seu coração bombeou algumas partículas de sangue rosa, em suas veias percorreram e seu aroma novamente ficou com um odor de rosas, seus olhos brilharam em uma opacidade fraca a mesma cor, o sangue que estava escorrendo pelo seu braço ficou rosado novamente e a ferida se fechou após alguns segundos, parecia alguns caules de rosas com espinhos costurando a sua pele, demorou um pouco mas Luiza arregalou os olhos fazendo seu coração apertar de medo, ela se assustou e pegou novamente a faca.

A família HaruOnde histórias criam vida. Descubra agora