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Sophie :

Deitada em minha cama, encarando o teto do meu quarto.... Me sinto tão horrivelmente  mal.... Sinto que sou um ser humano horrível.

Como e possível um ser odiar tanto sua existência como eu?

Aperto as cobertas com minhas mãos até meus dedos ficarem confusos se ficam brancos ou vermelhos.

Uma sensação de ser um desperdício de vida, tantas pessoas lutando para se manterem vivas e eu querendo a morte -A MORTE- eu desejo a morte ardentemente.
Ardentemente
Tão ardentemente que chega a doer.
E doi...
Doi muito

Me levanto da cama e olho para a janela do meu quarto. Vejo o sol causando inveja nas nuvens até o ponto que não tenha quase nenhuma, pois todas estão humilhadas com seu brilho. As árvores estão esticando os galhos para despreguiçar o sono, mostram a beleza de suas folhas verdes e seus belos frutos maduro. As flores competem entre si para ver quem é a mais colorida, lamentavelmente perdendo para as rosas com suas pétalas mais vivas que a cor do sangue. A grama... Quase posso sentir o cheiro de terra molhada que deve se misturar pela grama, a chuva de madrugada deu mais vida para vista esplendorosa de minha janela.
São uns dos poucos momentos que me sinto viva.

Sigo para o banheiro indo em direção a banheira aonde Olivia preparou meu banho com ervas.

Jogo o roupão no chão me despindo por completo, sentindo apenas meus cabelos encaracolados encostando ao meio de minhas costas. Meus cabelos são herança de vovó, uma senhora amarga pela vida mas de aparência arrebatadora, papai me conta que vovó em sua juventude tinha vários pretendentes, homens que eram obcecados por sua beleza.

Entro na banheira e sinto a água quente acariciando minha pele, me afundo na banheira me entregando a sensação até a água me cobrir por inteiro, tomando meu corpo para si até o fundo é só volto a superfície com necessidade de retomar o fôlego.
Geralmente meus banhos duram até horas.

Ouço uma batida na porta e é Olivia avisando sua entrada.
Olivia e uma senhora doce e perfeccionista com seu trabalho que cuida de mim desde o dia que me mudei para essa casa.
Ela tem uma postura perfeitamente reta e fala de uma forma tão carinhosa comigo que seria maldade alguém ser rude com ela.
Seus olhos são atentos e ternos, seus cabelos grisalhos sempre estão presos em um coque com os fios bem alinhados.
Ela aparece por metade atrás da porta e fala em tom claro e terno.

- Senhorita Sophie o senhor seu pai pediu para avisá-la que hoje teremos convidados no jantar.

Olhando para a parede respondo de forma monótona para Olivia.

- Ok, irei me preparar para ocasião. Obrigada pelo aviso Olivia.

Olivia responde para mim de forma ternua e doce.

- Disponha. Trouxe o seu café da manhã pois sei que a senhorita prefere tomar café em seus aposentos.

E logo depois desse enunciado ela se retira fechando a porta atrás de si.

Fico inteiramente irritada ao pensar que  terei que participar do jantar, mas nunca poderia recusar uma ordem de meu pai, seria muita grosseria de minha parte, ele é muito bondoso comigo.

Odeio interagir com pessoas, me irrito e nunca fico focada o bastante para ficar à pá da conversa.
As vezes pessoas são frustrantes.
Muito frustrantes
Frustrada
E como me sinto agora.




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