1.4

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Any
Los Angeles
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— Já sabe em que quer se forma? — ele pergunta assim que eu termino de dar um gole no vinho

— Pretendo fazer psicologia na Universidade Columbia — falo e sinto um frio na barriga só de imaginar meu futuro

— Mas isso não é em New York? — ele pergunta confuso

— Sim, eu vou me mudar para lá no final do ano — falo animada

— Mas é muito longe — ele finge tristeza — como que eu vou ficar tanto tempo longe de você — finge preocupação

— Como você é falso, credo — falo rindo e ele ri também

— Mas seu pai está de acordo de você ir para tão longe? — pergunta e leva a taça até a boca

— Meu pai apenas quer me ver correndo atrás dos meus sonhos, e ele pode ir me ver de avião, é 5hrs de voo — falo olhando nos olhos dele — e você?

— Estou fazendo relações internacionais, e eu gosto muito, vou poder viajar para vários países, conhecer culturas e lugares diferentes — ele parece animado com o futuro dele também — e eu de vez em quando posto vídeos meus cantando e tocando violão ou guitarra — fala e dá de ombros — você sabe que eu sempre gostei

Ficamos assim durante um bom tempo, rindo, bebendo conversando sobre o futuro, passado e presente, nem vemos o tempo passar

— Olá, boa noite, desculpa atrapalhar, mas já estamos fechando — a moça que nos recebeu vem até a mesa

— Ok, a conta então, por favor — Joshua fala sorrindo

Ela vai sai e logo volta com a conta e uma máquina de cartão

— Fica 1.016 reais — ela fala e eu me seguro para não tossir

— Débito — Joshua fala tranquilo tirando o cartão da carteira

Ele digita o número da máquina, insere o cartão e entrega para o Joshua digitar a senha

— Com licença, qual o valor de tudo? — entro na conversa

— 136 reais cada entrada, cada prato principal e cada sobremesa, e 200 reais da garrafa de vinho branco — fala simples e eu finjo naturalidade, mas acho que não deu certo, já que Joshua está segurando a risada

Ela sai de perto de nós e ele me olha sorrindo

— Você não sabe disfarçar — ele se levanta e me oferece o braço

— Mas a conta só para nós dois ficou mil reais, isso é sem limites — falo passando o meu braço no dele e nós vamos saindo do restaurante e eu vou segurando meu buquê com o outro braço

— Gostou da noite? — ele pergunta e eu olho para ele

— Por incrível que pareça sim, não achei que ia gostar, mas gostei, você consegue ser legal quando quer — falo sorrindo e ele sorri também

Vamos o caminho todo em silêncio, mas um silêncio bom e uma música calma tocando

Foi uma noite muito boa, pode-se dizer que foi inesquecível, ele foi ele mesmo, o mesmo de quando éramos mais novos, o mesmo que eu me apaixonei, o mesmo antes de partirem o seu coração

Uma pena que eu não sou a mesma

— Meu tio não está em casa — ele corta o silêncio e eu o olho confusa

— Idai? — pergunto realmente querendo entender

— Quer ir pra lá? — ele pergunta receoso e eu fico pensativa

— Não sei exatamente — falo olhando para ele, mas ele se concentra na estrada

— Não vai rolar nada, nem se você quisesse — ele diz sério e depois sorri pra mim

— Tenho aula amanhã — falo procurando uma solução

— Eu te levo ué — ele diz como se fosse óbvio

— Mas eu não quero que mais alguém além da Sabina saiba disso — falo ansiosa

— Eu te deixo na casa da Sabina então — diz olhando pra mim e arqueando a sobrancelha

— Pode ser então — falo dando de ombros

— Tá mudada em morena? — ele sorri pra mim e eu reviro os olhos

— Começa com as tuas piadinhas que eu vou embora e nunca mais olho na tua cara — falo autoritária e ele sorri sem mostrar os dentes

— Já falei que adoro mulher mandona? — ele pergunta e eu reviro os olhos

Chegamos na casa dele e está bem frio, ele desce do carro e eu também, ele vem até mim e me abraça tentando me manter o menos exposta possível do vento

Entramos na casa dele e ele continua me abraçando e nós vamos andando até o quarto dele

— Quantas já dormiram aqui? — pergunto me sentando na cama

— Ciúmes? — ele pergunta de costas pra mim e mexendo no guarda-roupa

— Não, só quero saber qual a chance de eu sair daqui com alguma doença — falo simples olhando para as minhas unhas

— Então é isso que você pensa de mim? — se vira para mim triste

— Sim — continuo séria

— Poxa Gaby — ele se aproxima de mim e se senta ao meu lado da cama — foram bem menos do que você imagina — ele fala com um olhar perdido

— Esse lençol está limpo? — pergunto me soltando de uma vez na cama

— Sim, super limpo — se deita ao meu lado e me olha, mas eu encaro o teto — o que aconteceu com você? — ele pergunta me olhando

— Como assim? — me viro para ele confusa

— O que aconteceu para você mudar tanto?

— Me diz você primeiro — desafio, mas ele continua sereno apenas me olhando

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Hellooooooo

A partir de agora que as coisas ficam boas de verdade

Vocês vão sentir tanta pena do Josh, mas fiquem calmos

Tchauzinho 🙃

Como vai ser?Onde histórias criam vida. Descubra agora