A cor vermelha sempre é eletrizante.Esmagada daquela forma, o tom avermelhado e tonificado parecia purificar o chão branco, que há poucos estantes, estava brilhante. Agora, ele se comparava ao escarlate resplandecedor da aurora em que o dia terminava. Era de tamanho impacto observá-lo — perceber sua cor espalhando pelo chão costumável da cozinha, quase tocando os pequenos dedos nus e indefesos dos dois pezinhos descalços no chão, que pertenciam a quem o observava. Já o restante do vermelho, estava concentrado no delicado corpo destracerado no chão, roxeado pelas intensas pancadas que aparentava ter levado. Mas, mesmo com hematomas para todos os lados, a aparência parecia estar normal. Parecia estar machucada, mas não morta, pois a morte era uma situação muito forte para um garotinho com apenas aquele minúsculo tamanho enfrentar. Talvez, fosse forte o suficiente, ainda mais sendo feita daquela forma horripilante, para qualquer um enfrentar. Portanto, já estava feito, e não restara mais nada a fazer, senão aceita-lá. Brutal, certo? Porém, era a realidade, por mais que a cabeça do garoto não funcionasse daquela forma. " Mamãe está dormindo", era o que sua mente cantarolava baixinho, na tentativa de aceitar e se convencer de que estava tudo bem, mesmo que não estivesse. Demorou para ele se arrastar para a sala, e pegar o telefone, discar para a polícia e proferir as palavras "minha mãe está morta na cozinha", sem que seus pensamentos não o fizessem se afogar no sangue da propia mãe. Rapidamente pessoas estranhas chegaram, e logo após isso, o corpo foi levado para outro lugar desconhecido, e a casa isolada. E em consequências, o garotinho seria mandado para um orfanato, pois sem pais, família ou amigos, ninguém restaria para acolhe-lo além do lugar que seria motivo de seus traumas futuros. E sua mãe, seria enterrada com a reputação de prostituta drogada, que morreu porque ao invés de vender as drogas que havia arrumado, as usou e não teve dinheiro para as pagar, pois já tinha o gastado todo com outros tipos de drogas, naquela cidade imunda e abandonada, sem que tivesse ao menos a oportunidade e vontade de retratar o quão batalhou para sustentar seu filho sozinha, e o quão isso só a destruiu mais. E no fim, essa memória seria só mais uma vaga na cabeça do garoto, agora um homem, que quando menor, deitou-se sobre o corpo encharcado da mãe e gritou que um dia, talvez distante, não deixaria que a falta de dinheiro causasse sua própria morte, assim como causou a dela.
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bats in the stomach
Fanfic" -As borboletas viraram morcegos, batendo suas asas e revirando meu estômago pelo desejo que sinto por ele." As pessoas vivem pelo dinheiro. Estudam para poder se formar. Se formam para poder trabalhar. Trabalham para poder ganhar dinheiro. Param d...