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"Quão profundo é o seu amor?"

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       Domingo. No geral eu gosto de domingos, mas esse eu realmente não gostava, minha mãe não estava em casa para podermos preparar o almoço juntos ou ver algum filme de comédia com final triste na Netflix, e sinceramente eu sei que falo pra ela que não gosto dos filmes melosos que ela me obriga a ver mas eu amo passar esse tempo com ela, mas bom ela tem sua obrigação de trabalho.

      Eu já estava acordado a algum tempo, havia mandando mensagem para minha mãe dizendo que estava tudo bem em casa e que eu iria preparar a janta, então ela poderia chegar e descansar. Enquanto tomava meu café mantia uma conversa no viva-voz com meu amigo de infância, Katsuki Bakugou, ele estava terminando uma tarefa que havia sido dada nas férias para nós, estudantes, e como eu já tinha feito estava apenas rindo da cara dele e me distraindo.

      -Nerd de merda, para de rir, você sabe que eu sou bom em exatas, redação de férias, sério, temos quantos anos?! oito? -Ao escutar o mesmo bufar acabei gargalhando enquanto abria o pacote de biscoito doce, olhei o visor vendo que já tinha mais de meia hora que ele estava naquela briga com um pedaço de papel.

     -Kacchan para de ser idiota, é só escrever como foram suas férias, lembro que você me disse que tinha saído com o Kirishima, escreva sobre seus passeios e como você achou legal, não sei! Só para de reclamar - Ouvir o loiro de temperamento ruim me xingar novamente o que me fez rir enquanto escutava os murmúrios do tipo "você é um idiota Deku" "ideia boa, nossa obrigado" "merda minha caneta" e uma centena de xingamentos até achar a bendita caneta.

      Alguns minutos de silêncio do loiro me fizeram esquecer da chamada e voltar ao dia anterior, não havia tanto barulho do apartamento ao lado, mas ontem havia tido muitos gritos de alguns dos meninos que eu havia visto, se me lembro pude escutar o nome Toya várias vezes proferido por diferentes vozes, talvez fosse o que tinha os cabelos iguais o do pai, ele tinha uma aparência que transmitia um ar de encrenqueiro, certamente Kacchan iria acabar daquele jeito quando mais velho. Mas agora de manhã estava tudo quieto, levando em consideração que havia apenas um menino que aparentava ter minha idade talvez os outros só estavam ajudando os pais e depois devem ter ido para suas casas, e um apartamento desse prédio é padrão pra no máximo quatro pessoas.

      Perdido em meus pensamentos apenas deixei de pensar sobre eles quando escutei meu nome ser chamado com raiva pelo meu celular.

     -Merda Izuku tá morto é? - O loiro disse quanto o barulho de papéis e canetas se faziam presente na ligação, não muito silenciosa, e logo peguei o celular olhando a tela.

      -Que foi homem, eu tô comendo! - Disse terminando de tomar meu café e logo fui para a pia com a louça suja e a lavei enquanto escutava reclamações de Kacchan, reclamações bestas como por exemplo: "qual cor de caneta eu uso?" "o professor Aizawa geralmente gosta de trabalhos escritos em preto, né?!" "será que eu deveria digitalizar em vez de manuscrito?", enquanto lavava a louça acabei rindo e respondendo o mesmo, era engraçado o quão preocupado ele ficava com os trabalhos do nosso professor de português.

     Terminando a louça peguei o celular novamente e sentei no sofá erguendo minhas mãos para aliviar um pouco a tensão dos meus músculos, olhei o celular vendo que tinha uma chama em espera da minha mãe e logo sorri.

      -Kacchan vou ter que desligar, minha mãe tá ligando, qualquer coisa me manda mensagem!

     -Okay Deku, aproveita e fala pra ela que minha velha tá com saudade, quando ela tiver tempo fala pra vir aqui!

A porta ao lado [TodoDeku]Onde histórias criam vida. Descubra agora