Montanha do Dragão - A guerra entre as fadas

Capítulo 3

Capítulo 3

Ao chegar em casa, falei com minha mãe, ela se chama Almasi, sobre a conta que me deram e sobre o dono da conta. Mas não mencionei o sonho.

Minha mãe é uma mulher meiga, de cabelos negros cacheados na altura do ombro, que sempre pensa no lado bom das pessoas, nunca a vi brava com nada ou ninguém.

Meu pai se chamava Jafari, nascido em Kwazulu Natal era um homem musculoso, por conta de seu trabalho como pedreiro, um homem bom para mim e minha mãe, escutava enquanto eu contava o meu dia e me olhava com admiração, ele sabia dos olhares e me dizia um provérbio africano quando eu chegava chorando em casa "Quando não existem inimigos interiores, os inimigos exteriores não conseguem ferir você".

Sempre me lembrava disto no meu dia a dia.

Jantamos, e fui para o meu quarto, me ajeitar para dormir, se é que conseguiria...

Resolvi tomar um banho demorado, para aliviar o stress deste dia incomum.

Liguei o chuveiro na água quente, apesar do final do dia estar com temperaturas amenas, precisava relaxar.

Ao sair do banho, vesti meu pijama, escovei meus cabelos e me olhei no espelho admirando a tonalidade dos fios e a cor dos meus olhos. Me achava linda.

Não entendia por que algumas pessoas não gostavam da minha aparência.

Meus pais sempre me mostraram como era gostar de mim mesma, sem pensar no que os outros diziam.

Ao sair do banheiro, dei de cara com ele...devia ser assombração, balancei minha cabeça para desanuviar o fantasma em minha frente, mas não adiantou, ele continua ali me olhando com aqueles olhos azuis.

Como era possível, ele estar ali, no meu quarto. Eu devia estar sonhando.

Ele falou alguma coisa para mim, mas de início não entendi nada.

Só depois compreendi as palavras chegando ao meu subconsciente.

*Então nos vemos de novo...E aí, como foi seu dia?

O quê? Que perguntas mais estranhas, para alguém que invadiu o meu quarto, depois do dia que tive.

*Como conseguiu entrar no meu quarto?

Perguntei mais para me dar tempo, para eu lembrar o que responder.

Estava confusa. Como ele se atreve a aparecer aqui, no meu quarto?

*Pela janela.

Respondeu ele, num tom de deboche. Como se fosse óbvio.

Senti uma intrusa no meu próprio quarto. E não deveria me sentir assim.

Como a melhor defesa é o ataque, então decidi atacar

*E como se atreve a invadir o meu quarto? De onde vem, não te ensinaram a ter educação?

*De onde venho, a educação não é prioridade. Mas já que estou aqui, preciso saber se aceita ou não seu legado.

Escutava o que ele dizia, mas não entendia.

Não fazia parte de legado algum.

Ele devia estar me confundindo com alguém.

Era isso...estava pensando que eu era outra pessoa.

*Que legado é este que você está falando? Está louco? Primeiro sonho com você naquela floresta, depois você aparece na empresa que trabalho e agora isto?

Ele me olha como se eu fosse apenas um inseto, e que estava prestes a ser esmagado.

Fico arrepiada de medo, e vou me afastando deste homem intimidante.