Reencontro.

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— Você pode fechar os olhos? — ele pergunta, sua voz quebrando

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— Você pode fechar os olhos? — ele pergunta, sua voz quebrando. — Não vou conseguir sair daqui se você continuar me olhando.

— Mas eu me recuso.

Will me olha nos olhos e vê minha expressão determinada. A certeza em seu olhar me surpreende.

— Não se preocupa comigo — ele pede, sorrindo em meio às lágrimas. — Se eu parar de respirar amanhã, quero que você saiba que eu faria tudo de novo.

Eu o amo. E ele vai sair da minha vida para sempre para que eu possa viver.

— Por favor, fecha os olhos — ele implora, cerrando a mandíbula. — Me deixa ir.

Hesito por um momento para memorizar seu rosto, cada milímetro dele, até que, finalmente, forço meus olhos a fecharem, os soluços tomando conta do meu corpo e lutando com o respirador.

Ele está indo embora.
Will está indo embora.

Quando eu abrir os olhos, ele vai ter ido embora.

Lágrimas escorrem pelo meu rosto à medida que o sinto se distanciando, se afastando para muito além dos cinco passos que tínhamos estipulado. Da distância que sempre existiu entre nós.

Abro os olhos devagar, uma parte de mim esperando que ele ainda esteja do outro lado do vidro. Mas tudo o que vejo são as luzes cintilantes do jardim e um carro desaparecendo pela noite.

Trêmula, estico os dedos e toco a marca dos lábios dele na janela. Seu beijo de despedida.

Aprendi com a vida que o toque humano, nossa primeira forma de comunicação, é segurança, conforto

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Aprendi com a vida que o toque humano, nossa primeira forma de comunicação, é segurança, conforto... é isso que sentimos no toque suave de um dedo, no roçar dos lábios numa bochecha macia. Que precisamos desse contato de quem amamos, quase tanto quanto precisamos do ar pra respirar. Nunca entendi a importância do toque, do toque dele... até não ter mais.

Já faz um ano longe desde sua despedida, sem seus olhos azuis e sua risada que enche o ambiente. Não tenho notícias dele, mas acho que prefiro assim. Está sendo desafiador, nunca pensei que o meu cotidiano seria tão diferente depois de receber novos pulmões. Em homenagem a minha irmã Abby e ao Poe, decidi que finalmente vou aproveitar o tempo prolongado que agora tenho.

Estou em uma das viagens com as minhas amigas, porque era isso que sempre desejei, estamos no Brasil, nunca estive em um lugar tão acolhedor e caloroso. É um dos destinos que eram metas do Will, e por algum motivo me sinto conectada com ele. É possível se sentir perdida e ao mesmo tempo ter a sensação de que uma parte sua está prestes a se encontrar aos poucos?

Inspira... Respira... Inspira... Respira...

Essa é uma das milhares de manias que peguei. Sentir minha caixa torácica se expandindo e se contraindo sem dificuldade me fazendo lembrar a importância da vida.

Volto minha atenção para a Camila e Mya que estavam conversando até estarem com seus olhos arregalados atrás de mim.

— Stella, se eu te disser quem está aqui, você promete continuar respirando? - Sinto um arrepio na nuca.

E não preciso nem escutar ela dizer quem está aqui, porque sinto sua presença impactante e o seu cheiro famíliar se alastrando no ambiente. Me viro lentamente e o vejo:

Will Newman, com sua bolsa atiracolo e sua cânula de oxigênio no nariz, simplesmente nada mudou.

Ponho as mãos na boca, pois estou com medo de emitir algum som, e ele desaparecer. Respiro fundo para recuperar o fôlego, e meus pulmões absorvem o oxigênio e com isso me pergunto se que esquecemos mesmo um grande amor? Das vezes que tentei, pareceu que eu dava um passo pra frente e dois para trás e agora estou novamente a cinco passos de distância ele.

Foi você quem me seguiu até aqui. - Digo, tendo um flash de lembranças amarrotadas. Meu pensamento voa, e sinto que ele pode viajar quilômetros em apenas alguns segundos.

Com a intenção de me apresentar, mas com esses modos, eu... – Ele ergue as mãos, como se estivesse se entregando.

— Deixa eu ver se adivinho, acho que nunca será um adeus, não é? - Atropelo sua fala antes que possa completar.

— Sabe Stella, sempre me pergunto se você está por perto, porque você sabe que eu faria tudo de novo, todas as coisas que eu fiz, só para poder te chamar de minha. E Bem, eu espero que eu tenha sido seu crime favorito. - Diz com aquele sorriso de lado, e realmente eu poderia cometer esse crime milhares de vezes sem sentir culpa, porque bem, é o Will. — E Não, nunca será um adeus, pois às melhores histórias ficam nas nossas cabeças pra gente remoer todo dia até o fim.

 — E Não, nunca será um adeus, pois às melhores histórias ficam nas nossas cabeças pra gente remoer todo dia até o fim

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De volta à você. | One Shot - A cinco passos de você.Onde histórias criam vida. Descubra agora