Almas (ingênuas) gêmeas.

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Meio, metade I.__________________________

Você conhece aquele sentimento de estar perto de uma pessoa que era muito próxima de você, que conhecia todos os seus segredos e anseios e que você amava muito, mas de repente se tornou uma estranha em sua vida?

É uma das piores sensações que se pode sentir, eu sei porque é o que estou sentindo agora.

Antes de começar a contar, devo avisar-lhe que não sou uma narradora confiável, então pode ser que seja pior do que fiz parecer, lembre-se que é o meu lado da história.

Durante toda a minha vida estive procurando por algo, algo que eu nunca soube explicar. Sempre fui eu, só que apenas meio.

Apenas metade.

Sempre estive meio triste, meio feliz, meio com raiva ou meio animada.
Sempre fui meio bonita, meio inteligente, meio engraçada.
Isso não era problema pra mim já que tudo que eu conhecia era meio, e você não sente falta de algo que nunca teve.
No momento que passa a conhecer como é viver por completo, você não consegue mais viver meio, eu soube como é viver completa quando a conheci.

Não é fácil falar o que ela significava pra mim, não acho que você vá entender, mas vou tentar achar um meio para isso.

Ela era como o outono.
Como cisnes.
Como chuva em um dia de sábado.
Como um cobertor em um dia frio.
Ela era tudo e muito mais.

Juro pra você, quando eu a vi, eu fui completa.

É contraditório, pois eu a odeio um pouco. Mas meu amor por ela é muito maior que meu ódio.

Não sei se você acredita em destino, e entendo se não acreditar, eu mesma não acreditava até aquele dia.
Hoje, eu me pergunto se me arrependo de ter ido a aquela festa.

Quando nós conhecemos, naquela festa onde eu não estava com a menor vontade de estar, foi o primeiro momento que eu ri, genuinamente feliz, em um período de 3 anos.

Em um momento de silêncio mútuo, pude olhar em sua alma através de seus olhos. E pude ver a mais bela e desesperada solidão, a mais sufocante tristeza e a metade de uma alma quebrada. Nós já tínhamos muito em comum.
Bem ali, em seus olhos, eu vi a esperança. Me pergunto a  qual de nós duas essa esperança pertencia.
Eu a conheci em um momento frágil e em uma vida por um fio, então não se assuste com o qual rápido eu a amei.

Se você algum dia a conhecer vai ama-la também, eu lhe asseguro disso.

Dias depois, nos encontramos novamente, aquela praça estava cheia de gente mas só havía uma alma ali, não duas meias almas, apenas uma. Um coração batendo forte em sua casca.

O infinito II._____________________________

A cada novo encontro, mais um pedaço de nossas almas se fundiam e após 2 anos nossas almas estavam completas, vivendo por completo desta vez, eu logo me encontrei depois de tantos anos, já não estava mas meio triste, meio feliz, meio animada. Eu estava infinita.

Infinita, acredito eu, pode ser a definição dessa história, já que tudo em nós era infinito.

Nosso amor era infinito.
Nossa dor era infinita.
Porque amar tem que doer tanto?

Apesar de ter a amado infinitamente, nunca perdi esse medo de amar, já que afinal não sei direito definir o amor, e eu odeio não entender alguma coisa.

O amor me assustava imensamente pois, mesmo naquela época, eu já sabia que o amor era o mais perigoso dos sentimentos.

Que nos faz fazer coisas que não pensariamos em fazer, dizer coisas que não pensariamos em dizer e por causa dele nos tornamos pessoas que achariamos impossíveis de ser.

Almas DesiguaisOnde histórias criam vida. Descubra agora