Rosnado

Capítulo Único

Jimin

Bati o pé no chão, indignado por meu alfa não querer tomar seu remédio, mesmo sabendo que era para o bem dele.

- Alfa, eu sei que você não gosta, mas você não vai melhorar da dor se não tomar o remédio. – Falei persuasivo, me aproximando dele com o comprimido na mão.

- Eu já disse, ômega. Eu não quero! – Falou, virando o rosto igual uma criança, cruzando os braços fazendo bico.

- Alfa birrento. – Resmunguei, ficando ao seu lado. – Meu bem, é só tomar o remédio. Ele não tem gosto ruim, eu juro.

- Não! – Negou com a cabeça, se recusando a olhar para mim.

- Mas... – Tentei dizer, sendo interrompido por um rosnado.

Me encolhi, me afastando dele por causa do susto que tomei.

- Não rosna para mim, alfa. – Falei baixinho, dando dois passinhos para trás, amuado.

Por mais que ele não me intimide, meu lobo não se sente confortável com rosnados, ainda mais quando são direcionados a ele.

Ele olhou para mim rapidamente, arregalando os olhos.

- Amor. – Falou chocado, se dando conta do que tinha feito. Ele se levantou da cama em um pulo, vindo em minha direção. Eu não me mexi olhando para meus pés cobertos pela meia quentinha. – Me desculpa, neném. Me desculpa.

Ele me tocou com cuidado, como se tivesse medo que eu recusasse seu toque. Mas me mantive no lugar, deixando que ele me tocasse.

Ele me puxou para seus braços me abraçando apertado, seu cheiro denunciava o estado nervoso que meu alfa se encontrava, era como se ele fosse começar a chorar a qualquer momento.

Lentamente, eu abracei sua cintura apoiando minha bochecha em seu peito e eu pude ouvi-lo suspirar aliviado ao se dar conta que eu não estava com raiva.

Senti meus olhos marejar, e afundei meu rosto em seu peito fungando baixinho.

- N-não rosna. – Sussurrei, sentindo as lágrimas caindo dos meus olhos.

O alfa me apertou ainda mais, acariciando minhas costas.

- Me desculpa, me desculpa. – Falou em meu ouvido, ele me pegou no colo e eu abracei seu pescoço afundando meu rosto ali. – Eu não queria, neném. Sinto muito.

- Hm. – Funguei, segurando sua blusa com força.

- Eu vou tomar o remédio, prometo. Eu não vou teimar mais. – Falou, lambendo meu pescoço em cima da marca e eu senti meu corpo arrepiar. – Me desculpa, ômega.

- Tudo bem, alfa. Eu desculpo você, só não faça isso de novo. – Falei, limpando meus olhos. – Eu não gosto quando você rosna, me assusta.

- Não era minha intenção te assustar, meu amor. Eu prometo que nunca mais faço isso. – Prometeu, entrelaçando nossos dedos mindinhos. Sorri, concordando com a cabeça.

- Vai tomar seu remédio, alfa. Você ainda está com dor. – Falei, dando o comprimido para ele. Ele se sentou na cama, me deixando sentado no seu colo, e ele tomou o remédio rapidamente voltando a me abraçar.

- Me desculpa, tá bom? – Pediu, acariciando minhas costas com carinho. Apenas acenei com a cabeça, dando um beijinho em seu pescoço.

- Não precisa ficar se desculpando, alfa. Eu sei que você não fez por mal, e eu sei também que você não vai fazer isso de novo. – Falei, segurando seu rostinho com minhas mãos, acariciando suas bochechas com o polegar. – Eu amo você.

- Eu também amo você, ômega. E obrigado. – Falou, sorrindo pequeno. A marca em meu pescoço parou de arder, e eu agradeci mentalmente por isso.

Meu alfa me abraçou apertando, me dando vários beijinhos na boca e sorri por isso. Meu alfa não passa de um bebê que cresceu demais e eu sei que ele ainda está um pouco sentido por causa do ocorrido anterior, mas nada que muitos beijinhos e abraços não resolvam.

[...]