MARRY YOU - 𝙳𝚛𝚊𝚛𝚛𝚢

016

Harry P'O'V

Talvez eu estivesse louco, ou já tivesse bebido demais, mas a imagem e as atitudes mostradas a minha frente, indicavam totalmente o que eu via; Malfoy sendo amigável comigo.

Amigável até demais.

Seus sorrisos constantes e o modo de tentar manter minha atenção fixa nele enquanto conversávamos, me deixou confuso.

O que tinha mudado em algumas horas?

Talvez ele estivesse levando a sério demais o plano de "virarmos amigos" por causa do Thomas. De qualquer forma, eu me sentia estranho agora e tudo o que queria era voltar pra casa.

—... Então, papai ligou pra saber se eu tinha morrido. – ele completou ainda rindo e piscando algumas vezes, tentei fingir que tinha entendido sobre o que ele estava falando, ou melhor, tentando aceitar que ele realmente estava querendo manter um diálogo sadio comigo. — Um filho a menos significaria um problema a menos, claro. – concluiu gargalhando e apenas reprovei sua atitude.

Eu conhecia os Malfoy há anos e sabia e via o modo como Lucius tratava seus filhos, o carinho, a atenção e o companheirismo que ele tinha para com os dois. Era exagero do Draco pensar que ele ficaria feliz com sua morte.

Mas ele provavelmente também sabia disso e talvez só queria arrumar pretexto para conversar. 

— Acho que bebeu demais, Malfoy. – o alertei puxando o copo de sua mão, enquanto ele reclamava. — Vamos pra casa, já está tarde.

— Ah deixa de ser chato, James. – protestou novamente e eu ri. Ninguém me chamava assim, a não ser minha mãe que sempre usava meu nome completo quando estava zangada.

Mas isso todas as mães fazem.

— Como sabe meu nome do meio? – perguntei curioso e ele deu de ombros, puxando o copo de volta e erguendo na direção do garçom que fez um sinal positivo antes de ir buscar outra garrafa de whisky. — Já são quase onze da noite, Malfoy, você disse que só íamos dar uma volta e conversar.

— E estamos fazendo isso. – resmungou com a voz falhando — Você só quer ir embora porque é fraco pra bebidas, por isso perdeu a aposta do meu irmão.

— Eu não sou fraco pra bebidas, apenas não quero repetir o lance da boate aquele dia. – Malfoy então sorriu malicioso e curvou seu corpo sobre a mesa, apoiando uma mão sobre a minha.

— Tem tanto medo de mim, assim, Potter?

— Claro. Não somos amigos e eu não confio em você!

Ele riu.

E confesso que aquele sorriso me deixou estranho, de formas que eu nem saberia explicar, então apenas engoli seco e respirei fundo antes de seguir adiante com o plano de ir embora. Nós sabíamos agora o que tinha acontecido, embora, no fundo, eu ache que ainda falte alguma ponta para concluir o assunto.

— Qual é, Potter, do que você tem medo, huh?! – o olhar e o tom de voz usado por Malfoy me causaram calafrios, e isso não era bom, especialmente agora que depois do que fiz na cozinha, minha mente havia despertado para o lado sexy de Draco Malfoy. — Acha que podemos acabar como na boate? – ele voltou a provocar e eu engoli seco.

— Não. – rebati e ele riu — Nós não fizemos nada àquele dia.. – ele se recostou na cadeira e umedeceu os lábios ainda me encarando. Por que ele tinha que sorrir desse jeito sacana?!

— Será mesmo?! Talvez eu tenha omitido alguma coisa...

— Deixa de ser imbecil. – eu levantei da cadeira e ele me puxou — Me solta, Malfoy! Eu vou embora, fica aí curtindo sua bebida.