PARCEIRO PREDESTINADO - AoKise

capítulo 6

Aomine fica chocado com a revelação, não tinha imaginado que a vida do Kise teria dado uma mudança drástica, com a morte da mãe. O moreno estava pensativo por alguns segundos e levantou o olhar confuso.

- O Kise? Houve uma briga! Ele está machucado? - pergunta o Aomine com uma mistura de sentimentos, frustrado e magoado - Ele está bem?

- Eu já disse...não o procure. - diz o Akashi com olhar sério e torce os lábios se aproximando do ômega, o rosado suspira - Falo isso pelo o seu bem...e o dele também.

- M-mas eu quero vê-lo. - insiste o Aomine -

- Argh...você é insistente. - diz o Akashi pegando o celular do bolso e move os dedos teclando, logo joga o celular da direção do moreno - Aqui, fale com ele.

Ligação on:

- O que quer agora? - questiona o loiro impaciente ao atender a ligação -

- Kise...você está bem? - questiona o Aomine -

- Aominecchi...o que faz com o celular do Akashi? - questiona o loiro surpreso -

- Você tem ignorado minhas ligações e mensagens. Você está...bravo comigo? - questiona o moreno se afastando para ter mais privacidade - Foi por causa...daquele dia? Me desculpe, eu não...

- Não. - diz o Kise interrompendo o ômega, o loiro sorri silencioso - Não há nada para se desculpar. Não estou bravo com você.

- Você se meteu...numa briga? - Aomine pergunta preocupado - Por que? O que houve?

- Argh...não quero falar disso. - o loiro fala com o tom sério -

- Você está me evitando! - rebate o moreno -

- Não estou. - diz o loiro com tom de desdém -

- Você acha que sou idiota? - pergunta o ômega irritado -

- Por ser ômega e lecionar numa escola de alfas? É, acho. - diz o Kise com a voz suave e trinca os dentes - Você sabe o que andam falando de você e aquele imbecil? Você sabe o que tenho que ouvir falando de você por toda a porra dessa escola? Você não vai conseguir enganar por muito tempo.

- "imbecil"...? Está falando do Kagami? Ele é só um amigo. - rebate o moreno revirando os olhos e fala com a voz baixa - Onde você está? Eu vou aí.

- Não. Eu estou...ocupado. - diz o Kise - Não tenho tempo.

- Eu sei que não está bem... - diz o Aomine surpreendendo o Kise do outro lado da linha, o moreno aperta os dedos - Por que não me contou?

- Por que eu deveria? Isso faria você me amar? - questiona o loiro sarcástico fazendo o moreno ficar em silêncio, o Kise solta uma risada baixa - Como eu pensei.

- Kise, eu... - Aomine estava falando quando a ligação foi encerrada pelo loiro, o moreno respira frustrado -

Ligação off

Aomine entrega o telefone ao Akashi e o chama para uma conversa particular fora da escola, ambos conversam sobre a doença do Kise.

- O que ele tem? - pergunta o Aomine com a expressão séria - E qual seria a cura?

- Há 2 anos atrás...o Kise perdeu a consciência durante o jogo de basquete, ele foi socorrido no hospital do meu pai. - diz o Akashi degustando uma xícara de café puro - Nos exames mostrou que ele tem...não é uma doença. É um distúrbio de temperatura corporal.

- Como assim? - questiona o moreno impaciente ao cruzar os braços - Seja mais específico.

- A temperatura corporal do Kise muda constantemente, sempre caindo que causa sangramento nasal e perda de consciência. A falta de calor corporal faz com que suas articulações travem, e ele corre o risco de ficar paraplégico ou dormir para sempre. - diz o rosado dando um último gole na xícara e se levanta empurrando a cadeira em direção a mesa - Eu venho estudando o caso da mãe dele há um tempo, acredito que tenha a ver com par ideal.

- "par ideal"? - o Aomine mordia o lábio pensativo - Como um par ideal pode ajudar nisso?

- Oras, você é um adulto. Pense. - zomba o Akashi dando uma risada baixa expondo os seus dentes perfeitos e brancos - Mas como você percebeu, o Kise tem sentimentos por você e isso vem atrapalhando o teste.

- Qual teste? - o moreno questiona sem pensar e arregala os olhos ao entender ao que se referia - Kise tem...dormido com parceiros diferentes?

- Esse é o objetivo. Mas o Kise não...entra no clima, então as coisas não fluem. - diz o Akashi massageando as têmporas - Escolho candidatos há anos e ele sempre rejeita.

Aomine fica em silêncio encarando a mesa, são muitas informações para processar de uma vez, o moreno aperta os dedos fechando as mãos, algo invadia o seu interior e seu coração batia desreguladamente...angústia, era o que sentia.

- Você não está pensando em tentar, não é? - o Akashi soou sarcástico encarando o moreno em sua frente - Não vou aceitar isso.

- Por que? Você acha que não posso ajudá-lo? - questiona o Aomine -

- Talvez quando vocês viviam juntos na infância, você descobriu sentir algo a mais pelo o garotinho que te seguia para todos os lugares. Mas resolveu reprimir aquilo, pois não queria o corromper com seus desejos sujos. - diz o rosado cruzando os braços ao se apoiar perto da porta e inclina a cabeça Estou curioso...você tem sentimentos por ele?

- Nada do que deva se preocupar. - diz o Aomine sem pensar duas vezes, seu desejo de ajudar o seu amado era mais importante que qualquer sentimento egoísta -

- Vai ajudá-lo por pena? Isso não acabar bem... - Akashi tirou duas notas de 100 da carteira e deixa o dinheiro na mesa, o rosado trava a maxilar - É arriscado, Daiki...alguém vai sair machucado nisso. Entrarei em contato.

- Até logo.

Eram quase onze horas da noite quando o Kagami saiu da academia e passou na frente do bar, paralisou os passos ao reconhecer uma cabeleira azul escura, o ruivo entrou no bar empurrando a porta que soou o sino.

- Kagami...? - questionou o Aomine largando o copo de whisky no balcão -

- Olá, o que faz aqui sozinho? - questiona o ruivo ao sentar ao lado do moreno e move a mão segurando o rosto do Aomine - Você está bêbado, o que te chateou?

- Não estou...estou triste, na verdade. - diz o Aomine pensativo e começa a balbuciar palavras fechando os olhos - Me sinto um merda.

- Hã? Por quê? - questiona o ruivo -

- Encontrei o Akashi, descobri que a mãe do Kise morreu de uma doença desconhecida, Kise está doente e pode morrer em breve. Ele sabia disso e mesmo assim, fugiu do exterior sem o consentimento do pai para vir me ver. - Aomine diz encarando o copo vazio e pega a garrafa de whisky enchendo o copo - Eu sempre gostei dele mas tinha medo, porque sou covarde. Queria que ele tivesse uma família, esposa e filhos...e agora ele está preso sei lá onde, sofrendo.

- Nossa...muita coisa para assimilar. - diz o Kagami apoiando o cotovelo no balcão e puxa o copo evitando que o moreno volte beber - E por que está triste? Não há nada que você possa fazer.

- E-eu...eu sei. - diz o Aomine fungando e abaixa a cabeça, a voz sai trêmula - Eu estava satisfeito de não vê-lo durante esses anos, porque pensei que ele estava feliz com a mãe, meu sentimento tinha sumido. Mas, ele voltou e eu tive certeza, que não o esqueci. E de pensar que ele vai morrer e me deixar...

- Está chorando...? Não chore! Olhe para mim. - diz o Kagami movendo as mãos e segurando o rosto do Aomine o fazendo olhar para si - O que você quer? Quer vê-lo?

- Sim... - diz o Aomine coçando os olhos marejados - E eu nem sei onde ele está.

- Ótimo. - Kagami se levantou da cadeira e tirou umas notas do bolso pagando por toda a bebedeira do moreno e puxou o Aomine para fora do bar - Vamos.

- "Vamos"...? Para onde? - questiona o Aomine confuso e raciocina um minuto encarando a moto do ruivo - Oh! Mas o Akashi não me disse...

- Eu sei onde ele está, te levarei lá.