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DO OUTRO LADO DO PÁTIO, Paul reconheceu a namorada de Ivan, Alisson Bennet e sua melhor amiga Wendy Brown.
Não conhecia a última garota, só tinha ouvido rumores ou o pouco que George e Ali contavam sobre ela. Diziam que o pai a abandonara com a mãe quando nasceu e a Sra. Brown precisou traficar drogas por um tempo para que pusesse alimentar a filha. As pessoas diziam que ela havia sido expulsa de todas as escolas que estudara até então porque era problemática. Que vivia pulando de casa em casa porque sua mãe não a aguentava mais. Mas o que assombrava o nome dela e o que todos falavam além de todas as histórias, era que Wendy tinha matado o babaca do padrasto, golpe único na cabeça com um martelo e havia escondido o corpo. Este nunca foi encontrado, nem a arma do crime. Paul não fazia ideia de quem era a garota, porque ela era novata e ele acabara de voltar a escola. George a conhecia, cresceu junto dela e nem ele ousava falar nada, mantinha a versão de Ali.
Para ser sincero, Paul não a queria conhecer, porque, independente do que tinha feito, ela carregava encrenca nas costas e além de detestar esse tipo de pessoa, ele certamente não precisava pôr seu ano a perder quando finalmente estava tudo dando tão certo.
— Olá garotos! — Ali saudou, largando a mão da amiga para pular nos braços do namorado.
— Como vai, meu anjo? — Ivan beijou sua bochecha. — Ei Wennie!
— Cabulando aula, Vaughan? Que coisa feia... — ela se balançou nos calcanhares, evitando ao máximo olhar para o rapaz ao lado de Ivan.
— Você é a especialista nessa matéria e não eu — disse, arrancando risadas das duas meninas e uma careta de desgosto por parte de Paul. — Wennie, esse é o Paul, meu colega de classe. Paul, essa é a Wendy — apressou-se em apresentá-los antes que a carranca do amigo fosse percebida.
— Ouvi falar do... desculpe, qual é o seu nome mesmo? — Wendy estendeu a mão para o rapaz que hesitou um pouco em apertá-la.
— Paul McCartney.
— Isso! Ouvi falar de você! — sorriu.
Paul uniu as sobrancelhas em questionamento. Como a assasina de padrastos ouvira falar dele? E outra, por que ela tinha um sorriso tão bonitinho? Sua mão estava ficando suada e ele apressou-se em puxá-la antes que a garota percebesse. Wendy por sua vez, fez uma careta, entranhando a ação.
Ivan tossiu antes que o clima constrangedor permanecesse no ar.
— Então... meu amigo John vai tocar com sua banda em Woolton, na Igreja de St. Peter no próximo fim de semana, o que acham? — perguntou.
— No próximo fim de semana tenho aula de piano — Ali suspirou nos braços do namorado. — Mas Wendy iria adorar, certo?
— Mas é claro! John é um sujeito intrigante e eu mal posso esperar pra vê-lo tocar — respondeu Wendy, animada.
Ela era tão alegre assim, sempre?, Paul pensou. Mas até que ela tem um sorriso bonito.
— Combinado!
— E você, Macca? — Wendy estava olhando para ele.
— Me chamou de quê? — ergueu uma sobrancelha.
— Não é o seu sobrenome? Devo ter ouvido errado então — deu de ombros, puxando Ali de lado. — Eu disse que ele era estranho — ouviu ela sussurar.
Paul franziu o cenho. A garota chega derrepente lhe dando apelidos como se fossem super íntimos ele é o estranho da história. Ah, francamente. Paciência, isso sim. Talvez ela fosse mesmo a louca que dava marteladas na cabeça dos outros, sua aparência não queria dizer nada. De qualquer forma, era melhor manter distância.
Permaneceu o resto da conversa em silêncio ou dando respostas curtas e grossas. Estava sendo mal educado e sabia disso, mas era o melhor a se fazer para não se envolver em problemas. Quanto menos contato com Wendy, melhor.
— Qual é, cara? Aconteceu alguma coisa? — perguntou Ivan quando as garotas se viraram para ir embora.
— Aconteceu a doida de pedra — apontou com a cabeça quando se assegurou que elas já estavam longe o bastante.
— Paul, não acha que qualquer uma dessas palhaçadas é real, acha? — fez uma careta, rindo em seguida.
— Ah, tanto faz, Ivan. Só prefiro distância de uma garota a qual nem a família a quer por perto — rebateu, o que era verdade.
Independente dos rumores serem verdadeiros ou não, Wendy já era mal falada pela cidade, isso queria dizer não era alguém que deveria prestar. Certo como dois mais dois eram quatro.
Ivan estalou a língua.
— Certo, faça como quiser. Vamos a Woolton, domingo?
— Não se ela for.
— Pelo amor de Deus — suspirou.
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TRUE LOVE, paul mccartney
Hayran Kurguonde john lennon decide que a única forma de chamar a atenção do público é colocando uma garota na banda ou onde wendy e paul se odeiam tanto quanto é possível - paul mccartney x fem! oc | nowhere boy.