𝘴𝘩𝘦'𝘴 𝘊𝘶𝘭𝘭𝘦𝘯 - 𝘊𝘳𝘦𝘱𝘶́𝘴𝘤𝘶𝘭𝘰

1 - intocável.

Residência Volturi - Volterra 📍

Capas vermelhas, inúmeras capas vermelhas. Vermelho é a cor do sangue, da guerra, do fogo e sobretudo da transformação. Procuro rostos conhecidos em meio a multidão, Bella e Alice disseram que iriam na frente e apesar de saber que mais ninguém, além Alice, conseguiria deixar o fio da morte não arrebentar, eu sabia que eu precisava ir.

Eu sequer conhecia Bella, os Cullen tinham acabado de me adotar, eu não me sentia segura em sair do meu quarto. Mas hoje eu precisava, eu tinha. Volterra parece um mar de tijolos, onde eu corria loucamente tentando saber por onde passar e onde ir, meu celular tocava mas nada ofuscava meu desespero.

Agora não era mais a luta contra a morte, mas a favor dela e do livramento. Bella, Alice e Edward já deviam estar com os Volturi em algum lugar dessa legião de tijolos. Uma porta aberta foi o motivo da minha euforia, eu corri como nunca pelos corredores, até que abri a porta da sala.

Edward estava no chão, e eu sabia exatamente quem e como fizeram isso. E ali tudo para, todos congelam. Sou eu, eu sou o foco. Eu e meu irmão sendo torturado no chão.

- Izy! - diz Alice perplexa.
- Para, para por favor. - diz Bella aos berros.
- Jane, pare! - diz Aro me investigando. - Então o que temos aqui?
- Essa é Izabella, nossa irmã. - diz Alice se levantando.
- Olha só, então nós temos mais uma Bella. - diz Aro com uma risada irritante.
- Prazer, sou Izy Cullen. - digo sem pretensão alguma.
- Se aproxime. - diz pegando em minhas mãos. - Olha só, novata. Vampira! Esperta! - todos me encaram. - Mais uma para o show, va em frente querida! - olha para Jane acenando em direção de Bella.

E ali, bem ali percebem exatamente o que eu já sabia. Bella era intocável, mentalmente uma pedra. E então tudo piorou, o fio de Edward se tornava fino, invisível.

Os lacaios de Aro começam a travar uma luta contra ele, que por mais fraco que estivesse ainda se mantinha firme. Edward estava fraco e aquela briga era perdida, já estava perdida. Um dos Volturi arremessa ele contra o chão impecável de mármore que se racha, e aquele era o fim.

- Me mate! - diz Bella.

Intocável. A verdade é mostrada e todos sentem a mesma vastidão, a mesma sensação. Como uma humana se daria assim por um vampira? E por um segundo ali, a Bella quase presencia a vida pós morte.

Aro se aproxima rapidente, a intenção era matá-la, acabar com a ameaça que afetava seu império misterioso, Bella rompia a película. Era uma pedra no sapato.

- Não! - diz Alice. - eu posso mostrar. - se apressa em direção de Aro. - ela será uma de nós.

E, naquele momento, Aro parece se deliciar com o que vê. Seja lá o que for parece ser exatamente o que aquela mente perturbada queria, exatamente o que ele precisava.

- Você será uma mortal incrível Isabella. - diz Aro.
- Espero que cumpram a promessa, sem segundas chances. - diz Caius.

E assim, com rapidez deixamos a sala. A não ser pelos olhos curiosos de Jane e Aro sobre mim e Bella. Aqueles momentos foram gravados na minha memória como artes rupestres em uma pedra, perduram, resistem. O caminho todo eu lutava contra as minhas lembranças.

- Quem é você? - ela pergunta enquanto íamos em direção de Forks.
- Sou nova, me adotaram a pouco. - digo.
- Ah, entendo. - ela sorri medrosa.
- Izy é naturelemental, rara. - diz Alice sorridente, - nossa protegida, não exatamente como você.
- Mas ainda sim, nossa pequena protegida. - diz Edward me fazendo sorrir.
- Eu não li sobre naturelementais. - diz me encarando.
- É, acho que eu ainda não cheguei nos livros. - ri fraco e ela também.
- Meio que nem nós sabíamos, Carliel descobriu com pesquisas e a nomeou assim. - olhou pelo retrovisor. - eu realmente nem imaginava existir alguém assim. - disse.

O resto do dia e noite foi longo, minha cabeça perambulava sobre mim e sobre o amor. Amar é forte, e eu nunca pude experimentar. Porque dói? Porque tanta dor? Não se pode amar e só amar, ter a certeza que será amado? É tão rude querer ser feliz sem problemas? Afinal, o que é amar?

- Izabella? Izy?
- Eu? - digo balançando a cabeça.
- Sim ou não? - diz Bella silenciosa. Ali estava ela mais uma vez, querendo se doar pra além do imaginável.
- Você não sabe o que está dizendo! - diz meu irmão magoado.
- fica quieto Edward. - diz ela baixo. - Alice?
- Você é minha irmã Bella! - despeja um longo abraço
- Sim, vai ser bom não querer te matar a todo momento. - diz Jasper.
- Eu sinto muito, mas não há como eu....pra mim não dá. Queria que alguém tivesse votado não pra mim. - diz Rosalie.
- Sim! - solta Emett sorridente.
- Já considero você parte da família- diz Esme sorridente. - sim.
- Izy. - me olha Bella.
- Eu... - suspiro. - Sinceramente Bella, não. - ela me olha triste. - Mas isso é mais do que vida, é sobre amor. E eu acho esse sentimento magnífico, então se for sobre amar, se for sobre viver, - encaro Edward rapidamente. - Sim. - eu digo sem olhar os dois, eu sabia acima de tudo o olhar que eu receberia de Edward.
- Porque faz isso comigo? - diz ele olhando para Carsliel e queimando as minhas costas. - Sabe o que significa.
- Você decidiu não viver sem ela Edward, acha que podemos escolher? - diz sério. - não vamos te perder. - perdurou.

E ali a imensidão se torna pequena, a vastidão não existe mais, nada tem mais sentido. Matar mesmo se nossa posição é querer viver. Amor. Decisões precipitadas. Viver. Matar. Morrer. amor.

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Atarah.