história.

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ONDE EU TÔ? Caralho sou gostosa.

Ressaca, a única coisa que eu consigo dizer até porque eu estou com uma dor de cabeça do inferno.

Acordei num quarto que não era o meu, com roupas que não eram as minhas, ouvindo o tintilar das panelas da cozinha, onde eu estou?

Peguei meu celular que tava carregando na mesinha do lado da cama e chequei as horas.

Eram 12:36, caralho como eu dormi tudo isso?

Decidi me levantar, fiz um tuíte idiota sobre a blusa que eu estava usando e abri a porta do quarto.

— Onde eu tô? — Perguntei em voz alta e me assustei quando o loiro apareceu na minha frente com uma caneca com um chá bem quente, era cor-de-rosa. — Quê isso?

— É de frutas vermelhas, faz bem pro pulmão e pra ressaca. — Minha visão estava turva, mas aquela voz e aquele sorriso não podiam me enganar.

— Ah, obrigada então. — Dei um gole, era bem doce e tinha cheiro e gosto muito fortes de morango, talvez eu começasse a tomar mais daquilo de agora em diante.

— Fica à vontade, a casa já é sua. — Eu dei um sorrisão, adoro quando as pessoas falam isso, mesmo que elas sempre retirem porque afinal, eu sou um pé no saco e muito relaxada.

Me joguei no sofá na mesma hora, peguei o celular para responder mais tuítes, responder as milhões de mensagens que tinham no meu whatsapp e Gabriel sentou do meu lado, encostou a cabeça no meu ombro, eu paralisei, sabe aqueles momentos que você não sabe o que fazer? Então, este momento era agora.

— Você avisou pra Clarissa que você tá aqui? Ela acabou de me ligar perguntando porque você tinha vindo pra cá e não pra casa dela.

— Eu já falei com ela sim, na real, nem eu mesma lembro como que eu vim parar aqui. — Confessei, envergonhada.

— Você não lembra de nada? — Neguei com a cabeça, esperando o que ele viria a me falar. — Você passou a noite inteira me engolindo com os olhos, palavras do seu irmão, a gente se beijou, você tava alterada, me passou cinco cantadas no caminho da casa da Gabi até aqui, desmaiou assim que passamos pela porta…

— VOCÊ ME ESTUPROU. — Cortei a fala dele e ele arregalou os olhos, negando com a cabeça várias vezes.

— Claro que não, eu nunca faria isso, como eu ia dizendo, eu só tirei sua blusa e coloquei uma mais confortável. — Meu rosto ardeu quando eu lembrei que eu estava usando um sutiã de coelhinhos cor-de-rosa ridículo.

Rapidamente, eu troquei de assunto:

— Então, seu apartamento parece com o meu, sabe, em estrutura. — Me levantei e fui indo até a varanda, ele soltou uma gargalhada.

— Eu sei disso.

— Você nunca entrou no meu apartamento! — Exclamei claramente confusa.

— Vem comigo. — Ele me puxou pelo pulso de volta até o quarto dele e apontou pra janela.

— O que? — Perguntei, não fazia ideia do que ele estava querendo insinuar.

— Seu quarto, bobona, alí na frente. — Ele apontou e eu apertei os olhos para enxergar lá no fim, minha janela estava aberta como eu sempre deixava, reconheci porque tinha uma foto enorme minha com o João e a Clarissa, arregalei meus olhos quando percebi a situação. — Você não sabia?

— Claro que não? Como você sabia? — Perguntei, ele provavelmente já tinha visto muita coisa constrangedora minha, principalmente de tarde quando eu saio do meu banho de uma hora dançando e cantando.

— Eu já tinha reparado em você há tempos, a propósito, você é uma ótima dançarina viu. — Bati em seu ombro com os dedos só para fazer barulho e ele se assustar.

Ele checou o celular que estava vibrando sem parar no bolso do moletom dele, que eu percebi ter uma estampa idêntica a da blusa que eu estava usando.

— Clarissa mandou eu alimentar você, você come carne? — Ele se virou para mim, que nem percebi que estava encarando muito.

— Ah, eu como qualquer coisa.

— Ótimo, porque é só o que tem.

SPACE GIRL goularteOnde histórias criam vida. Descubra agora