Meu maior pesadelo estava prestes a acontecer, por causa de um mal entendido, meu emprego estava em jogo. Daniel me chamou para conversar em sua sala. A cada passo que eu dava, meu estômago se embrulhava de medo. Não posso perder o emprego, não agora que eu estava cheio de dívidas.
Andando até a sala de Daniel. Paro em frente a porta e não sei se bato ou se vou embora de vez.
Bato na porta e me afasto.
— Entre! - ouço a voz de Daniel vindo de dentro da sala - Estou bem aqui.
— Com licença, Daniel. - digo com a voz soando abafada e falha.
Daniel me olha com uma expressão séria em seu rosto. Meu estômago se embrulhou ainda mais. Pelo jeito, o assunto é realmente sério.
Sento-me em uma das cadeiras que há em frente à sua mesa. Minhas mãos começam a suar e eu tento secá-las esfregando-as na minha calça. Daniel se levanta e para ao meu lado direito e pousa sua mão em meu ombro. O que será que vai acontecer comigo?.
— Michael, nessa empresa temos plena confiança em nossos funcionários, quer me contar o que de fato aconteceu? Estou lhe dando a oportunidade de se explicar, porquê eu mandei vasculharem as câmeras de segurança. - disse Daniel andando atrás de mim.
— Eu me lembro de ter fechado as pastas do computador, e eu não tenho motivos para vazar os dados da empresa. Mas se quiser me demitir, fique a vontade. - digo enquanto olho para os meus pés.
Se Daniel me demitir, eu vou ter que achar outro emprego o mais rápido possível, infelizmente o mundo gira em torno do dinheiro. Fiz uma ótima faculdade e não quero jogar todo o meu esforço no lixo, abri mão de muitas coisas para conseguir um diploma. Noites em claro estudando para provas, fazendo trabalhos para entregar no dia seguinte. Se eu for demitido, tudo isso terá sido tudo em vão.
Estou desnorteado agora, sem saber o que fazer. Eu deveria ter ido para a França com a minha irmã quando tive a oportunidade. Que arrependimento.
Levanto-me da cadeira e saio da sala de Daniel, com os olhos cheios de lágrimas. Vou para o meu setor e começo a pegar as minhas coisas, desligo o computador e saio andando em direção ao elevador.
Paro em frente à porta e aperto o botão para que o elevador possa subir, espero alguns instantes e a porta se abre. Ainda bem que não tem ninguém dentro da cabine de metal, assim posso sentar no chão e chorar.
Aperto o botão para descer ao térreo, e uma luz vermelha se acende debaixo do meu dedo. Chegando na recepção me despeço de Elisa, a secretaria que conheço desde que entrei na empresa.
Olho para trás e vejo uma expressão triste no rosto dela, eu não queria sair, nos dávamos tão bem. Saindo do prédio, olho para o céu e vejo que um tempo de chuva está se formando, e para piorar percebo que esqueci meu guarda-chuva em casa.
Corro o mais rápido possível para chegar ao ponto de ônibus, e ao chegar vejo que tem muitas pessoas.
Tiro a carteira do bolso, e vejo que tenho tenho apenas três dólares, será que dá para comprar uma passagem?.
Vejo o ônibus chegando, e as pessoas que estão perto de mim começam a se levantar rapidamente. Quase não consigo ficar de pé.
O ônibus para em frente ao ponto, e as pessoas começam a subir desesperadamente, entro por último para evitar tumulto. Aproximo-me do motorista e digo:
— Desculpa perguntar, mas, quanto custa a passagem? Tenho apenas três dólares em espécie. - minhas pernas começam a tremer, não quero ter que andar até em casa.
— A passagem custa seis dólares, e se eu te deixar passar, vou ficar no prejuízo. - diz o motorista com uma expressão de deboche
Desço do ônibus sem dizer nada, me viro de costas e começo a andar. Infelizmente as pessoas não tem um pingo de compaixão e empatia, não sei se esse mundo vai para a frente.
Andando pela rua, vejo muitos cartazes de propostas de emprego, mas nenhum deles é do meu interesse. Sei que não importa o trabalho, mas eu quero trabalhar em uma empresa com o diploma que eu consegui.
Falta pouco para chegar em casa, estou exausto, e preciso descansar para refrescar minha mente. Hoje aconteceu muitas coisas que me afetaram.
Abro a porta do meu apartamento, e minha cachorrinha vem correndo até mim, seu nome é Chloé. Sempre gostei de nomes franceses, amo a França, o estilo de se vestir, a cultura, o idioma, gosto de tudo, principalmente as marcas.
Fiz aulas de francês até meus 18 anos, o idioma me encantava. Terminei o curso, e sei falar muito bem. Não posso dizer que não tive oportunidade para viajar até a França, tive a quando minha irmã Evelyn me convidou para ir com ela, mas devido ao trabalho tive que negar o convite. E hoje eu me arrependo de ter negado.
Deixo minhas coisas encima da cama, para guardar em outro lugar. Meu quarto não é tão grande, a cama é de casal, no tamanho Queen Size, tenho um criado mudo ao lado esquerdo da cabeceira, um guarda-roupa relativamente grande em frente à cama, e uma escrivaninha ao lado direito da cabeceira. O tamanho do quarto é perfeito para uma pessoa só, afinal, não tem ninguém para dormir comigo.
Tiro meus sapatos, gosto de andar usando apenas meias, dá uma sensação de "liberdade" para meus pés. Vou até a cozinha preparar algo para comer, não preciso fazer muita coisa, só cozinhar o frango e preparar a salada. Cortando o peito de frango em cubos vejo que é muito para uma pessoa só, e sempre acaba sobrando para o almoço do dia seguinte, então decido colocar um pouco em um pote de vidro e guardar na geladeira.
Coloco os cubos de frango que restaram, em um saco plástico juntamente com os temperos; fica mais fácil desse jeito. Depois que a carne se misturou com os temperos, coloco tudo em uma panela de pressão com um pouco de água.
Depois de deixar a panela no fogão, começo a preparar a salada. Pego 3 folhas de alface e vou picando em alguns pedaços dentro de uma tigela de vidro, pego 2 tomates e lavo eles na pia para tirar a sujeira que possa ter, pego uma faca na gaveta de talheres e vou cortando os tomates em rodelas, coloco na tijela junto com as folhas de alface. Coloco algumas pitadinhas de sal, um pouco de pimenta do reino e espremo a metade de um limão sobre a salada. Pego uma colher e misturo tudo.
Jantando, percebo que levo jeito para cozinhar, mas minha comida não é tão gostosa quanto a comida da minha mãe. Não sou enjoado para comida, mas tem vezes que sinto nojo de comer alimentos que nunca experimentei.
Acabo de jantar, pego tudo que há encima da mesa e coloco na lava louças. Odeio lavar as louças na pia, para mim é muito desconfortável.
Após colocar as coisas na lava louças, vou para o banheiro escovar os dentes, tenho mania de escovação e limpeza. Penteio meu cabelo e vou para o quarto.
Sento-me na cama pegando meu MacBook que estava na escrivaninha, ligo ele e procuro um filme na Netflix, para ver se consigo pegar no sono. Dificilmente consigo dormir sem assistir algo, mas não posso ficar acordado até tarde. Mas já que perdi o emprego, vou poder acordar um pouquinho mais tarde.
Se passaram 2 horas, e estou quase caindo pro lado de tanto sono. Desligo o MacBook e o coloco na escrivaninha novamente. Volto para a cama, me deito e coloco o edredom branco sobre mim, agora só me resta esperar o dia amanhecer.
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O Baile de Máscaras
Teen FictionMichael é demitido injustamente da empresa onde trabalha. Ele faz uma viajem para a casa de sua irmã, que fica em Paris. Lá ele conhece Jhon, seu cunhado. Eles se tornam melhores amigos. Dias se passam e Jhon chama seu cunhado para trabalhar com voc...