Bem vindos a mais uma história.
Aqui você é o protagonista. Quando você ler S/N quer dizer seu nome. Espero que gostem dessa história. Sem delongas e boa leitura.5 agosto de 1990, S/N completou o seu quarto ano de vida. Depois de retirar os pratos do pequeno-almoço, para a mulher que ela mais admirava no mundo, sua heroína a olhava tão feliz e encantada. A mãe da menina tentava transformar a vida dela em algo bom, sempre dizia a ela" Não faça do seu problema ser o problema, você não é a vítima, você é forte minha filha" sem dizer mais nada, enfiou-lhe um embrulho de papel pardo debaixo do braço e mandou-a sair.
S/N pulava alegre, não se aguentando de tanta alegria foi atrás de sua Árvore preferida e se sentou no grande galho ao pé do portão da frente e começou a puxar o papel com impaciência, mas os seus dedos eram desajeitados e o embrulho grosso; o cheiro dele, muito leve, lembrava o da loja de brinquedos mais famoso da cidade de Nápoles donde concluiu que o que se achava dentro do pacote, fosse lá o que fosse, tinha sido milagrosamente comprado e não fora feito em casa nem oferecido. Como outras vezes que ela ganhava de sua avó as bonecas de pano que ela costurava.
Uma coisa linda e vagamente macia, ao menos ela tateou com as pontas dos dedos para sentir a textura do presente, aproximou a coisa misteriosa perto do nariz e cheirou com vontade, tinha um cheiro de talco de bebê, ela sorriu mais quando sentiu que era fofo e os pelos eram um pouco curto e sacudiu com cuidado para tentar descobrir e avaliar o produto. S /N era especialista em descobrir e adivinhar, se não fosse a deficiência visual, tinha perdido a visão do olho esquerdo, o direito, ela conseguia ver somente sombras, mas não era só esse problema, ela também tinha problemas de fala, não conseguia pronunciar uma palavra se quer só balbuciava alguns barulhos, mas ouvia perfeitamente. Ela puxou o papel mais depressa, descascando o embrulho como se descascasse uma banana, em tiras compridas e irregulares.
-Humm ! Hum hum -exclamou com amor, pestanejando para a pelúcia de lobo deitado num ninho de trapos. Só uma vez em toda a sua vida Melissa estivera em Nápoles ficou recordando quando sua mãe e o vovô a levou na charrete.
Ela lembrou quando em fevereiro, por ter se comportado bem, sua mãe e seus avôs prometeu a ela de passear em Nápoles. Sentira-se tão emocionada que não vira quase nada e se lembrava de menos ainda. Exceto.O lobo de pelúcia sentado no balcão da loja. Ali mesmo, naquele momento, S/N não tinha amigos e mal conhecia brinquedos tao refinados, só tinha suas bonecas de pano.
Ela sabia que sua mãe não tinha condições de comprar uma boneca da Barbie ou aquelas casinhas decoradas que custava o olho da cara, ela Mas a mãe dela a conhecia tão bem que quando viu a pequena olhando encantada para o Lobo de Pelúcia ela sabia que era aquele que ela mais desejava.
S/N colocou a pelúcia no colo com toda a delicadeza, cruzou os pés confortavelmente debaixo do corpo e ficou sentada, tateando as pontinhas das orelhas, a ponta do nariz e ficou acariciando o Lobo.
Ela ficou pensando que nome poderia dar ao Lobo, mesmo que ela ainda não sabia escrever e nem ler, ela saiu correndo atrás da mãe e mostrou o Lobo como um tesouro.
— Você gostou dele? Perguntou a mãe fazendo uns gestos com as mãos para a filha. Que imediatamente ela conseguiu ler os movimentos dos braços e respondeu.
-Hum hum.
— Cuide dele, e não quero ver ele caído no barro.
A menina entendeu e saiu abraçada ao seu mais novo amiguinho.
S/N nunca desobedecia sua mãe e seus avôs, os lugares que ela passeava era somente a igreja do padre Antônio e só. Sua família morava numa pequena casinha doada pelo padre Antônio, ficou com tanta pena da viúva e os avós que acabou dando o terreno para eles. Padre Antônio se preocupava com a educação da menina, e aconselhou a mãe a colocá-la numa escola especial para crianças cegas e mudas.
Mas S/N não estava nada feliz com a ideia.
Na manhã do seu primeiro dia de escola sentiu-se tão nervosa que vomitou o desjejum e teve de ser levada de volta, a mãe por sua vez tentou ensinar tudo o que ela sabia, mesmo que ela tinha dificuldade de aprendizagem, mas ela se esforçava era inteligente e ela escutava pouco, quando nasceu os médicos disseram que ela tinha nascido com 0 % de baixa audição, mas a medida que crescia ela foi percebendo que podia ouvir alguns ruídos pequenos, então sua mãe teve esperança que a audição dela poderia voltar até a fala.
Mas S/N vivia assim ela adquiriu formas especiais para poder entender o que estava acontecendo em sua volta, então para ela, só sua mãe que podia ensinar sendo sua professora, e mais ninguém, quando ela disse que ela iria para uma escola, ela não gostou e começou a chutar tudo em sua frente.
Mas com a mãe as birras que S/N fazia não convencia ela mais . No dia seguinte a carroça estava pronta para levar a menina para a escola Orfanato dos Irmãos Oblatos de São Policarpo. Era uma excelente escola que ensinava crianças e adolescentes com necessidades especiais. Surdas, Mudas e Cegas.
Ela só chorava de cara feia fazendo gestos para seu avô que não queria ir, mas sua mãe tornou a dizer.
_ Não adianta fingir choros , você vai para escola ponto final, você precisa ficar perto de crianças de sua idade.
Ela a encarou séria enxugando as lágrimas abraçada ao Lobo.
Quando chegaram a porta do grande Orfanato, havia muitas crianças como S/N outras choravam com medo de entrar agarradas aos pais.
" Vai minha filha, descobre o mundo que te espera, eu vou estar aqui te esperando, não tenha medo. Irmã Agatha com certeza lhe dará umas boas varadas. Comporte-se e obedeça as Freiras . Vá . Ela empurrou S/N pela porta afora com o lanche de sanduíches de geleia arrumado numa sacola velha. "
A freira velha tinha esquecido que aquelas crianças ali a maioria não escutava, então pegou na mão da menina levando junto das outras crianças.
Na sala as crianças já estavam bem adiantadas que ela, algumas já conseguia ler o Braile passando os dedinhos sobre o livro, outras se comunicavam com as mãos fazendo as letras de Libras, ela olhava e não entendia nada, e queria só chorar, a freira Jasmine já estava perdendo a paciência com ela a gorda Freira tinha o rosto redondo rosado, usava um hábito negro e um véu longo sobre a cabeça, era de se notar que ela não tinha paciência com as crianças deixava elas bem enfileiradas no refeitório para comer e se não se comportassem ela já dava sua punição com a régua na mão.
Como S/N não sabia e não escutava direito, a velha gorda fazia os sinais de Libras olhando para ela perguntando.
" E você menina, como se chama? "
S/N só ficou olhando para ela em silêncio quase chorando.
" Menina eu to perguntando, não sabe Línguas de sinais? "
"-"
" Oh inferno! "
E lá foi ela perto de S/N pegando pelo braço e ela começou a espernear batendo nela.
As outras crianças umas começaram a se agitar, outras riam olhando a cena lamentável.
" Calma minha filha, eu só quero te mostrar, para de chutar, mas que menina malcriada, Brigida me ajuda aqui "
A outra freira mais magrinha que tinha mais paciência se aproximou de S/N e ela ficou olhando para ela que lembrava sua mãe e viu que ela carregava no braço um Lobo de brinquedo, e ela olhava para ele, a freira percebeu e disse.
" Oi calma você não precisa chorar, você gosta de Lobo? " Perguntou ela com gestos que ela sabia.
Ela disse sim com a cabeça.
" Então pode ficar com ele "
Sem pensar S/N agarrou o Lobo e ficou com ele até a tarde sozinha brincando, as outras crianças não chegava perto dela.
Até que um jovem rapaz de aproximadamente uns 14 anos a observava de longe, quando S/N direcionou seu olhar para ele, o jovem deu um largo sorriso acenando para ela.
Até o próximo capítulo.
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A voz do coração / Versão Imagine
FanfictionAbandonada por seus parentes, aos 10 anos. S/N se fecha, e se torna uma garota fechada, que não gosta de socializar. Até que conhece Mew Supassit um jovem seminarista, que aos poucos consegue derrubar as barreiras que a jovem construiu. Uma linda am...