Depois de dois anos eu voltei ao lugar que me trazia tantas lembranças e mesmo depois do que aconteceu, eu ainda tinha esperanças de que você estivesse lá.
Caminhando até o nosso canto especial percebi que nada havia mudado. Nem as flores, nem a antiga casa de madeira onde costumávamos dizer que era amaldiçoada por espíritos, nem o banco onde você disse pela primeira vez que só eu conseguia te dar forças. E muito menos o que eu sentia por você.
Passei pelo parquinho onde eu ralei o joelho e você me carregou até em casa. Tínhamos oito anos e mesmo assim você já cuidava de mim. Passei pelo estacionamento onde, com 18 anos, vc me fez subir em sua moto mesmo eu insistindo que nós dois fôssemos morrer, e passei pela barraca de sorvete onde eu experimentei o melhor sabor do mundo: o seu beijo.
Quando cheguei em nossa pedra você estava lá, sentado olhando o pôr do sol enquanto murmurava uma melodia para si mesmo. Me aproximei de você e sentei ao seu lado.
- Senti sua falta - foi a única coisa que saiu de sua boca durante os quinze minutos de silêncio.
- Eu também.
- Por que você foi embora, Gun? - depois de dois anos ouvir você dizendo o meu nome ainda me causava arrepios.
- Porque você nunca me pediu para ficar - parece um pouco ridículo dizer isso agora, mas se você tivesse tentado me impedir de ir, eu realmente teria ficado.
- Todos os dias eu me certificava de que tudo não era apenas um pesadelo, de que a qualquer momento você apareceria de novo na minha porta sem eu ao menos ter chamado gritando o meu nome e correndo para me abraçar.
- E todos os dias eu pensei em você, sem nenhuma exceção. Eu sabia que eu tinha tomado a pior decisão quando sai do país, mas eu tinha muito medo de chegar aqui e você já ter desistido de mim.
- Eu sempre disse que nunca faria isso - é verdade, você levava suas promessas muito a sério - Você se sentiu em casa lá?
- Como eu poderia? Minha casa é você - me puxou para os seus braços e, nossa, como eu senti falta disso.
- Eu não sei se consigo ficar sem você de novo.
- Eu prometo que nunca mais farei isso. Eu amo você, Jumpol.
- Eu também te amo.
Depois desse dia eu e Off nunca mais cometemos o mesmo maldito erro do passado. Eu era dele e ele era meu. E finalmente isso estava certo.
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eu fiz essa one shot a muito tempo atrás e finalmente decidi postar. eu gosto tanto de como ela ficou que não tive coragem de modificar nada desde quando foi feita. espero que tenham gostado :))
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home; offgun
Romanceonde gun retorna a sua cidade natal para encontrar o amor que deixou para trás. (tudo nessa obra é fictício!!)