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━━ ARROGANTE.
Talvez essa fosse a palavra certa para descrever Adrien Agreste. No ápice de seus vinte e oito anos, aquela palavra tinha o significado que parecia encaixar na personalidade do Agreste. Sempre que Marinette o via, sempre que ouvia alguém citando o nome do homem, era exatamente aquela palavra que vinha em sua mente.
Arrogante.
Sempre uma voz parecia ciciar baixo em seu ouvido aquela palavra. Sempre. Afinal, todas as reuniões que ela participava e o loiro disputado por quase toda a classe alta de Paris (além de uma lista de modelos e outras pessoas famosas) estava, Adrien não parava de ditar ordens e regras no tom mais alto possível. Ele queria que o prédio ouvisse. Queria que todos tivessem a tremenda certeza de que ele estava insatisfeito e achava mediano (ou menos) aquilo que o foi apresentado.
E não, Adrien Agreste não apresentava críticas construtivas. Não mesmo.
Adrien berrava que queria aquilo refeito em minutos, as vezes horas e raramente, em dias, mas nunca mais do que uma semana. Ele frisava com tamanha irritação que aquilo não serviria para uma empresa como a Gabriel. Dizia com toda a rudez possível que eles não apresentariam qualquer coisa e que aquele emprego era para quem tinha pulso e talento suficiente, não para qualquer um. As portas também estavam sempre abertas para quem quisesse sair dali, ele acharia alguém que poderia preencher a vaga em minutos.
Aquilo só deixava mais claro o quão arrogante Adrien Agreste conseguia ser. O quão alto o ego do Agreste mais novo chegava. Sim, Adrien Agreste não era o chefe que cobrava, ele era o chefe que gostava de fazer qualquer um chegar a beira dos nervos.
E aquilo estava acontecendo naquele momento.
Marinette não sabia. Ela estava em horário de almoço, mas quando subiu do refeitório do grandioso prédio em que trabalhava, logo foi recebida por Marc – o secretario de Adrien e que era um amigo pessoal da mestiça – a contando que ele estava em uma reunião justamente com a equipe de designers juniors que ela fazia mentoria.
Pela frase e expressão assustada de Marc, ela sabia que algo estava errado. Não conteve um suspiro enquanto andava o mais rápido possível para a própria sala. Seus saltos batiam com força no piso e ela até mesmo esqueceu o receio diário que tinha de escorregar na ardósia brilhante que ficava sobre o chão. Dois toques na porta foram suficientes para que ela fosse liberada para entrar, mas o tom exaltado de Adrien Agreste a fez perceber que realmente tinha algo errado.
E quando pisou ali, a postura quase tremula de todos os designers também a deixou um pouco receosa.
— Senhor Agreste.
— Quem é você?
A frase dele fez Marinette franzir o cenho.
— Sou a designer responsável pela coleção que você está olhando. — Ela suprimiu a vontade de cruzar os braços. — Essa é minha equipe.
